Foto LC Vaz |
Luiz Carlos
Vaz (*)
Nunca fumei! Não passei de umas
tragadas nuns “Marrocos 10”, quando tinha uns 12 anos... Aquelas tragadas foram
intragáveis, e nunca mais tive
vontade de fumar nada, muito menos o material do Verão da Lata. Mas sempre tive
um fascínio pelas propagandas de cigarro. E nem falo do Homem de Marlboro, sou
mais antigo, e quem me seduzia era a índia sorridente dos Cigarros Eldorado...
Claro, que o cinema se encarregava de mostrar os cachimbos dos detetives
inteligentes, além da boca do Sr. “Bond, James Bond”, com aquele cigarro que
balançava enquanto ele falava... Nada me fez mudar minha vontade, e continuei
um não fumante. Apreciava mesmo era a estética da coisa toda.
Quando me aposentei o pessoal
brincava dizendo: “quem para de trabalhar tem começar a criar abelhas, fazer
curso de pintura ou fumar cachimbo...”
Optei pelo cachimbo. Até mandei fazer
um, igual ao do Van Gogh, por um artesão brasileiro que, por incrível eu
pareça, mora no sul da França, chamado Eder Mathias, e que está por lá há
tempos. Trocamos ideias e desenhos por e-mail (que era o que havia na época), e
ele fez um cachimbo único, com meu nome e tudo, e com direito a acompanhar o
passo a passo daquela sua obra de arte.
Daí foi um festival de charutos e
cinzeiros raros, como um que pertenceu ao Hemigway, que o Hillal me deu - para
fazer companhia à sua máquina de escrever, que ele também me presenteou(**);
um exclusivo feito pela Suzana... outro feito com a técnica de marchetaria,
pelo David Conde... e na minha viagem à Ilha comprei, claro, uma caixa de Cohiba,
pois já estava dividindo os cachimbos com os “puros”...
E eis que esta semana o Alfonso veio
me visitar e me deu de presente um cinzeiro, vindo diretamente de Roma, e que
estava com Dona Jovelina, sua mãe, há mais de 50 anos...
Daí eu já nem sei dizer o que é
melhor, se degustar, na maior calma, um puro, ou se ter amigos assim tão
queridos...
_________________
(*) Luiz
Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog
(**) https://velhaguardacarloskluwe.blogspot.com/2019/06/a-maquina-de-hemingway.html
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