16 de janeiro de 2010

Os "bons" companheiros

A carta de recomendação do Ianzer, assinada pelo Dr. Mario Aguiar de Moura,
é datada de 1º de dezembro de 1967.

A primeira compra em prestações feita por ele, com promissória e tudo,
foi em 19 de março de 1966, dia de São José.

O juiz Orlando de Assis Correa "colocou as mãos no fogo" por mim
em 11 de dezembro de 1972.

O meu "cartão de crédito" da Casa Eletro Máquinas
foi expedido em 9 de junho de 1971.

Depois de estudar no Estadual, o que era uma bom handicap, uma "carta de recomendação" de um primeiro emprego, normalmente como estagiário, era o passo seguinte para entrar finalmente na vida profissional. Numa época de empregos escassos isso se tornava uma tarefa difícil. A tal recomendação deveria ser assinada por alguém de renome na sociedade bageense para que o portador se sentisse já em condições de assumir algo como a presidência da ONU...
O próximo passo era fazer a primeira compra em prestações. Ai, o caminho do crédito em várias vezes, possibilitaria uma vida cheia das delícias do consumo. Um belo receptor Transglobe da Philco, uma pequena vitrola Phillips, um terno Renner (acompanhado de camisa branca e gravata) da Casa Kalil, ou, até, um conjunto de Ban Lon, no Bazar da Moda, para presentear a noiva? Pois esta semana o Manoel Ianzer me mandou esses dois passaportes seus. Sua carta de recomendação, assinada pelo advogado Mário Aguiar de Moura, e a promissórtia relativa a sua primeira compra na Casa Eletro Máquinas (...de Araceli dos Santos Menezes) que era o shopping center da cidade. Até ai tudo normal. Só que lembrei na mesma hora que possuia os mesmos salvo condutos! Não resisti. Procurei e achei. Minha carta de recomendação assinada pelo juiz de direito, Dr. Orlando de Assis Correa, e o meu Cartão de Crédito da Casa Eletro Máquinas...
Fomos, pelo que dá para ver, "bons moços" (mas, ao contrário daqueles do Scorsese). Não lembro de ter dado muita importância para isso na época, mas os nossos pais devem ter se orgulhado muito de ver os seus filhos, já quase saindo do Estadual, e, praticamente encaminhados na vida...
Pelo que se vê, para começar a vida adulta em Bagé, a porta de entrada era quase sempre a mesma.
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2 comentários:

Manoel Ianzer disse...

Vaz
fiquei emocionado com os meus documentos no seu blog. Cada vez mais estamos trazendo de volta a nossa mente e ao nosso coração, as coisas boas e alegres do nosso passado. Agradeço a DEUS por ter estudado no Estadual e agradeço a você por este site.
Manoel Ianzer

Luiz Carlos Vaz disse...

Manoel, isso já faz parte da história. Sorte a nossa que ela é a NOSSA história. Um abraço.