dá conta de várias estréias para aquele período do ano
Sem voltar muito ao passado podemos
afirmar que o cinema em Bagé foi consolidado pela Socex, Sociedade Comercial
Exibidora Ltda. O Cine Avenida, o Cine Capitólio e o Cine
Glória, encantaram fiéis plateias cinéfilas durante anos. A Rádio Difusora
entrou no ramo do cinema depois do desinteresse dos ouvintes pelos programas de
auditório, e inaugurou o Mini Cine Difusora com o filme Esses
homens maravilhosos e suas máquinas voadoras, já no finalzinho da década de 60.
Mais tarde a Difusora abriu uma outra
sala no auditório do Colégio Auxiliadora, com o nome de Cine Ritz, onde
estreou o filme O planeta dos macacos. Chegamos ao apogeu do cinema na
nossa cidade quando uma outra empresa distribuidora inaugurou o Cine Sete.
Todas essas cinco salas, com exceção do Mini Cine, eram enormes e lotavam
sempre. Eram três empresas concorrendo e disputando um público aficionado pela Sétima
Arte, para usar um termo da época. Quando passavam filmes famosos, filas
enormes se formavam nas calçadas e faziam a alegria dos pipoqueiros e dos voyeurs.
Lembro do lançamento de filmes como Quo
Vadis?, ...E o vento levou, Psicose, Exodus, o primeiro filme
de James Bond, 007 contra o satânico
dr. No, ou ainda 2001, uma
odisséia no espaço. Sem falar, claro, em Coração de luto, do Teixeirinha, que lotou as salas por semanas.
Convidar uma colega de aula para a matinèe de domingo no Avenida era
garantia de três horas no escurinho do cinema. A matinèe era sempre
um programa duplo: o filme de sábado e um outro que tivesse estreado durante a
semana. Quando o namoro já estava mais firme, o chic era ir na Sessão
das quatro, ou Sessão Vermouth, quando um filme romântico facilitaria o
clima para arriscar o primeiro beijo. Algo como: Dio, como te amo! ou Love
Story criava um clima perfeito para dar esse importante passo no
relacionamento ou fazer uma declaração de amor infalível...
Impossível imaginar que saindo hoje do Estadual não
se dará uma pequena volta para passar na frente do Avenida, ou do Sete, ou do
Mini Cine, só para olhar os cartazes dos filmes proibidos até 18. Europa
à noite, Mundo cão ou E Deus criou a mulher... Impossível
imaginar que os alunos do Carlos Kluwe terão de esperar que o novíssimo Avatar, do James Cameron, saia em DVD para
assistí-lo numa tela de 20, 32 ou mesmo de 42 polegadas, mas de televisão.
Onde foram parar nossos cinemas? E o
tão esperado Cine Consórcio que nunca saiu do impressionante piso de
concreto inclinado? Que saudades do Aristides Kucera e da sua Socex, que
mantinha inclusive, a programação do Cine Rádio Upacaray, em Dom
Pedrito... Será muito saudosismo fazer essas perguntas?
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4 comentários:
Manoel disse...
Está ficando cada vez mais gostoso este blog,
além do Estadual, está brotando os anos dourados, belos dias, belas coisas, belas imagens, cinemas, filmes, Av Sete, guris e gurias em efervescência, em agitação, inquietudes de adolescentes. Beleza!
Estou gostando muito e relembrando muito.
Parabéns a todos os participantes.
Manoel Ianzer
Oi, lendo a matéria, lembrei da Sessão Vermouth no Avenida...aos domingos iámos assistir à Sessão Vermouth que começava às 16h, já que ainda não tínhamos idade pra ir ao cinema à noite. E depois atravessávamos a rua e íamos lanchar no "Amarelinho". Antes de voltar pra casa, claro, um passeio pela "Sete" para dar uma olhadinha nos meninos...
Isso Janice, Sessão Vermouth, até acrescentei no texto...
Grato pelo comentário, Manoel Ianzer, realmente as memórias começam a brotar e não param mais, e, com a colaboração dos colegas, vamos remontando essa verdadeira colcha de retalhos.
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