30 de outubro de 2010

A guerra dos mundos em 1938

 Num estúdio de rádio, Orson Welles produziu, gravou
e transmitiu como um simples programa de entretenimento...

... a obra de ficção do escritor H G Wells
causando pânico real em milhares de americanos.
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O cenarista Orson Welles, em outubro de 1938, propôs à rádio Columbia Broadcasting System uma transmissão diferente: uma adaptação de A guerra dos mundos. A obra é um dos livros de ficção científica mais famosos do escritor H.G. Wells. Na época de sua publicação, foi considerado perigoso, pois poderia causar fobias nos leitores.
Depois de passar 15 dias convencendo a direção da rádio a não colocar a locução na programação do dia, a transmissão foi ao ar às 20 horas do dia 30 de outubro daquele ano.
Depois das previsões meteorológicas, a rádio começou a tocar música. Houve uma interrupção brusca e o locutor disse: "A C.B.S. interrompe seu programa para anunciar aos ouvintes que um meteoro de grandes dimensões caiu em Grovers Hill, no Estado de Nova Jersey, a algumas milhas de Nova York". A música voltou e novamente foi interrompida para a entrevista com um professor de meteorologia sobre a origem dos meteoros. Em seguida entrou no ar um repórter falando sobre o meteoro e os muitos curiosos ao redor. Então, o enviado especial começou a descrever o meteoro se abrindo e dele saindo seres gigantescos com tentáculos. De repente, ele foi morto por raio disparado pelos seres extraterrestres.
Ruídos na rádio foram seguidas de uma locução sobre os invasores do planeta Marte em batalha com a polícia e que o conflito estava atingindo outras áreas além de Grovers Hill. O locutor anunciou a morte de pessoas.
Enquanto isso, em Nova York e em outras regiões próximas, quartéis dos bombeiros, postos policiais, hospitais, redações de jornais foram invadidos por multidões. Eram as pessoas alarmadas. Naquela época, a Europa tinha sinais de guerra e os americanos temiam uma invasão. O rádio exercia grande influência na população e as pessoas realmente acreditaram na transmissão da invasão dos marcianos.
Na cidade mais próxima ao local da batalha, Newmark, 50 mil pessoas fugiram de suas casas em busca de abrigos naturais. Em várias outras cidades, pessoas se jogaram de janelas, se suicidaram, saíram histéricas nas ruas. A população estava verdadeiramente apavorada com os visitantes hostis.
Ainda parte da simulação, foi ao ar uma declaração do secretario de Estado do Interior dizendo que as pessoas deveriam sacrificar a própria vida para que fizessem prevalecer a vida humana na Terra. E o locutor anunciou que os monstros estavam próximos a Nova York.
Logo chegaram à CBS as primeiras notícias de que a população estava histérica. No entanto, o diretor da estação resolveu não anunciar que tudo não passa de uma transmissão fictícia e decidiu continuar. Foi narrado, então, o início da invasão a Nova York. Um gás mortífero estava no ar e atingiu até mesmo os prédios mais altos. O locutor foi vítima da arma assassina e caiu morto. Logo a transmissão chegou ao fim. Depois de poucos segundos, o locutor disse: "Vocês acabaram de ouvir a primeira parte de uma irradiação de Orson Welles, que radiofonizou A guerra de dois mundos, do famoso escritor inglês H. G. Wells".
Durante todo esse tempo, Orson Welles esteve na Flórida, bebendo uísque e ouvindo a transmissão com amigos, sem imaginar que a brincadeira levara muitas pessoas ao desespero total. Depois desse episódio, que virou manchete nos jornais do mundo todo, ele se tornou famoso.
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Fonte: http://www.pucrs.br/famecos/vozesrad/guerradosmundos/index2.htm
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As notas do Paulo Ricardo

 Além dos tradicionais apontamentos, os boletins passaram a...

... apresentar artigos sobre as normas escolares vigentes.

O Paulo Ricardo nos mandou alguns de seus "Boletins" de notas do Estadual. Escolhemos este, de 1976, pois já era em um formato diferente dos tradicionais e apresenta no verso um belo trecho do regime escolar, avaliação e outras normas da reforma do ensino. As notas... bem, as notas do Paulo Ricardo estão boas, o que vocês acham? Ele foi aprovado por média!!!
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29 de outubro de 2010

O pôr do sol na minha cidade - V, Porto Alegre da Feira do Livro


Em homenagem a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, que inicia hoje, publicamos este pôr do sol visto do centro da capital, tomado pelo colega José Luiz Salvadoretti.

A Feira do Livro de Porto Alegre é uma das mais antigas do País. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e seu idealizador foi o jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento.

O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas. Por esse motivo, o lema dos fundadores da primeira Feira do Livro foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo. Leia o texto completo no site da Feira clicando AQUI.
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28 de outubro de 2010

Histórias de família - IV, Aventuras (e registros) de caçadores

 Os nomes dos cães, os "troféus" - exibidos pela turma...

 ...comandada por Mr Don Mac Oll, e as aventuras...

 ...dos caçadores, foram registrados nos diários...

 ...escritos e organizados por Sirio Bianchetti.
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Charles Mac Oll, escocês de nascimento, veio para Santa Thereza como gerente da Fábrica de Enlatados Paysandu. Na década de 50 do século passado, já era um homem maduro. Seu grande esporte eram as caçadas e pescarias. Hiperativo, falante e sempre gesticulando muito, tinha verdadeira fixação pelos esportes ao ar livre.
Nem um trágico acidente que custara a vida de uma das filhas, que veio a falecer numa das caçadas, ofuscou seu grande prazer que era sair para caçar perdigões, sua grande predileção. Isso era feito nos meses de abril até agosto.
Era casado com a Srª Helena, com quem teve quatro filhos: dois homens - Alam e Osby; e duas mulheres, a filha falecida e outra de nome Sandra.
Através das suas atividades empresariais se tornou amigo do Gerente do Banco Nacional do Comércio (atual Casa da Cultura Pedro Wayne), Nei Carneiro, e através dele conheceu e tomou os seus filhos como companheiros de caçadas e pescarias: Glênio, que já era casado, e Nei Mário. E por consequência também meu pai, Sirio Bianchetti de Oliveira, que sempre foi amigo dos dois irmãos Carneiro.
Don Mac Oll, como era chamado por todos, influenciava com sua agitação e fome de viver a todos que o cercavam e por isso os amigos passaram a registrar os encontros através de fotografias e alguns, como meu pai, passaram a registrar as caçadas em diários, anotando os escores de bichos abatidos e também descrevendo os principais acontecimentos.
Tanto que a primeira anotação do meu pai em seu diário assim começa:
“Bagé 21 de abril de 1957, abertura  da  temporada,  primeira caçada  no  Otaviano  Lacerada ...”
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Enviado pelo colega
Gerson Luis Barreto de Oliveira
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O pôr do sol na minha cidade - IV, Vilarandelo


Um pôr do sol lusitano especial para o Blog
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Atendendo ao nosso pedido, nosso leitor e amigo José Doutel Coroado, de Portugal, nos envia este belo pôr do sol de lá, do outro lado do Atlântico, especialmente para o Blog. Doutel também mandou um texto d'além mar que publicaremos em breve. Assim nossa série O pôr do sol na minha cidade, mostra o astro rei se pondo em Vilarandelo, a cidade do Doutel Coroado.
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Enviado por
José Doutel Coroado
Vilarandelo, Valpaços, Portugal
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27 de outubro de 2010

Mwen wè mwen preske chak jou an Ayiti san mwen pa Ayiti

Algumas imagens do Haiti enviadas por Renel Prospere
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Kreyòl
Mwen wè mwen preske chak jou an Ayiti san mwen pa Ayiti (*)
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Mwen rele Renel Prospere, mwen se ayisyen, mwen sòti nan yon IL ki rele Ayiti, eskzateman nan yon vil ki rele Tèrye- Rouge ki touvlel nan Nò peyi a. Chak fwa yon moun envite mwen pou’m ka pale sou Ayiti, se toujou yon gran plezi pou mwen, pou kisa? Paske, se kilti peyi mwen m’ap simaye nan lòt kilti.
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Mwen ap viv nan moman sa o Brezil, nan moman sa a, m’ap etudye,mwen ap fini avek de (2) Metriz, youn nan Ekasyon e lòt nan an anvironnman. Mwen swete yon jou ke, mwen kapab retounen nan tè natal mwen, ke mwen renmen tèlman pou’m ka ede peyi mwen soti nan trou sa li ye jounen jodia.   
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Français
Je me trouve presque tous les jours en Haïti, sans je ne pas en Haíti
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Je m’appelle Prospere Renel, je suis haïtien, je viens d'une île qui s’appelle Haïti, je suis née  dans une ville que s’appelle Terrier-Rouge, il se trouve dans le Nord du pays. Chaque fois, quelque qu'un m’a invité pour parler d'Haïti, c'est toujours un grand plaisir pour moi, pour quoi? Car c'est la culture de mon pays, je viens de  propager dans 'autres cultures.
Je me trouve en ce moment au Brésil, actuelllement je suis entrain de terminer mes deux ( 2) maîtrises, l'une en  Science de l’Education et l'autre  en Education et Environnement. Je souhaite un jour que je peux retourner dans mon pays origine, que j'aime tant, et je pourrais aider mon pays à sortir de cet abisme qu'il se trouve aujourd'hui.
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Enviado por
Renel Prospere

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Faço novos amigos a toda hora. No ano passado conheci uma pessoa especial. Conheci Renel Prospere, um haitiano que busca, longe de seu país, aprender cada vez mais, para ensinar aos seus concidadãos. Durante o terremoto que atingiu barbaramente a terra de Renel, foi difícil segurá-lo por aqui. Ele queria notícias dos pais, da família e esperou muito tempo até o telefone tocar e informar que, pelo menos a vida estava preservada. O Haiti era um lugar desconhecido e exótico para grande parte do mundo. Foi preciso uma catástrofe para que o país, devastado pelo terremoto - e pelas más políticas de exploração das riquezas, ganhasse espaço nos jornais e tevês. Mas, como já diz a música, O Haiti também é aqui... Esta semana, após uma aula sobre Ética Ambiental, conversei com o “Professor Renel”, e pedi a ele que escrevesse alguma coisa em Kreyòl, sua língua nativa, para divulgarmos no blog. Ele gentilmente atendeu, e nos deu uma colher-de-chá, enviando também a versão do texto em francês, a outra língua oficial do Haiti. Vamos relembrar nossas aulas de francês no Estadual, e saber alguma coisa sobre Renel Prospere, um grande cidadão e amigo, que agora apresento a vocês, leitores do nosso Blog.  O título do texto enviado por Renel é: (*) Encontro-me quase todos os dias no Haiti, sem estar no Haiti.
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26 de outubro de 2010

O pôr do sol na minha cidade - III, Torrinhas

Torrinhas, uma porteira para o Mundo
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A colega Claudete esteve por Torrinhas e bateu esta magnífica fotografia do pôr do sol na terra do "Dr. Nominando", aquele seu avô, que aparece na postagem sobre a inauguração do Cine Capitólio, em Bagé. Vamos lá, colegas, a série precisa continuar. Mandem fotos do pôr do sol nas suas cidades. Mas, claro, batidas por vocês...
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Fotografia enviada pela colega
Claudete Macedo
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25 de outubro de 2010

As meninas - V, Ãããããããã


Festa de despedida da turma 301, Científico do Estadual, 1970. Pela lente do "Cientista", Catarina e Cláudia, tem agora a oportunidade de rever o "tô nem aí para essa  máquina! estou preocupada é com o Vestibular..."
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Arquivo JL Salvadoretti
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24 de outubro de 2010

A fronteira invisível - IV, Don Frutos

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O romance DON FRUTOS de Aldyr Garcia Schlee é um dos livros mais aguardados do ano.

Brilhante, denso, barroco, belamente escrito em finissima imaginação e linguajar fronteiriço. Aborda os derradeiros meses de vida do caudilho uruguaio Don Fructuoso Rivera, estacionado por meses em solo brasileiro, em Jaguarão, em regresso à sua pátria depois de prisioneiro em duro exílio no Brasil, para assumir pela terceira vez o mandato de Presidente da República. São as memórias imaginadas pelo autor Aldyr Garcia Schlee, para o ancião ainda poderoso, já abalado pelas enfermidades da velhice, memórias em flash-back nas quais reconta a sua vida de herói pampeano, conquistador de territórios e corações femininos, um dos fundadores de uma república independente de seus colonizadores espanhóis e refratária à dominação de seus poderosos vizinhos territoriais. Um livro é fartamente documentado por cartas, recortes de impressos, panfletos e decretos governamentais, coletados em exaustivas pesquisas pelo próprio autor.
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Lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre - 03 de novembro de 2010
Com a presença e autógrafos do autor - Palestra e conversa com Cláudio Moreno.

Aldyr Garcia Schlee é finalista indicado ao Prêmio Fato Literário 2010

Don Frutos
Romance.
Capa de Gilberto Perin.
Ilustrações de época.
Edições ARdoTEmpo.
512 páginas.
ISBN nº 978-85-62984-06-8
Valor: R$ 60,00 -
Edições ARdoTEmpo, 2010
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(Publicado em ARdoTEmpo)
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O pôr do sol na minha cidade - II, Rio Guaíba

O pôr do sol no Guaíba é famoso em todo o mundo
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A colega Norma Fehlberg, a nossa "artista vidreira" - da ABAVI, responde prontamente nosso convite e envia esta bela foto "do lindo pôr do sol do Guaíba, próximo a minha casa".
Faça como a Norma, mande logo a sua foto, queremos saber como é o pôr do sol na sua cidade. 
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23 de outubro de 2010

Eu vi Pelé jogar em Bagé


Essa deve ter sido a base do time que jogou em Bagé nos anos 60
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Foi depois da Copa do Chile, a de 1962, que o Santos Futebol Clube, já campeão mundial de clubes, passou a excursionar muito pelo interior do Brasil. Jogos de apresentação, jogos show, jogos para exibir o rei Pelé, jogos para engordar os cofres do clube santista e ajudar a pagar as contas e os já altos salários dos seus jogadores e do seu principal craque.
 
Numa época em que os atletas eram também torcedores dos clubes, eram comprometidos com as torcidas, eram oriundos das categorias de base, das vilas circunvizinhas aos estádios e que jogavam por amor à camiseta. E, claro, também, por dinheiro. Eles precisavam pagar o aluguel, sustentar mulher e filhos, irmãos, comprar um cantinho para as mães... Foi nessa época em que se anunciou que o Pelé jogaria em nossa cidade. Enfrentaria o Guarany Futebol Clube, no Estrela D’Alva, numa quarta-feira à noite, num jogo amistoso. Era o jogo para ver não mais Edson Arantes do Nascimento.

Era jogo para ver o Rei Pelé.

Muita gente iria ao jogo. Viriam pessoas de Lavras, Dom Pedrito, Pinheiro Machado e até uruguaios, de Melo e de Aceguá. Todos queriam ver sua Majestade jogar, fazer um gol de placa, driblar toda a zaga e chutar a pelota para dentro da meta do Guarany. Todos gritariam gol, inclusive os torcedores alvi-rubros. E eu também. Afinal, iríamos vibrar com um gol de Pelé.

Quando a noite chegou, um leve ventinho lembrava aos paulistas que eles estavam no Sul. Uma turma de guris foi para a volta do estádio esperar a tradicional abertura dos portões, já na metade do segundo tempo. Do lado de fora acompanhávamos as jogadas pela nossa imaginação e pelo rádio do pipoqueiro que revirava a panela preta para que estourassem todos os grãozinhos do milho que fritavam na banha quente.

 Foram os 45 minutos mais longos da vida de todos aqueles guris.

Pelé estaria jogando para nós. E, como se soubesse que estávamos ali fora, não marcou no primeiro tempo. Ufa! Veremos jogar Pelé. E veremos também - pelo menos, um gol de Pelé no segundo tempo.

O juiz apita o final da primeira etapa.

Os comentaristas esportivos locais tecem as mais diversas teses sobre a atuação do Rei. Uns elogiam, e outros – só para chatear, falam da falta de empenho do astro principal e da possível permanência de sua lesão na copa de 62, e coisas do gênero. Afinal, dizer o quê da atuação de Pelé?

Recomeça o jogo. A gurizada se amontoa à beira do portão. Começa o empurra-empurra e... finalmente abrem-se os portões para a turma da espera. Corremos para a tela. Queremos ver Pelé de perto. Gritar. Vibrar. Cadê o Pelé? Onde está o Rei do Futebol? A iluminação do Estrela D’Alva não nos ajuda...

Não sabíamos nada do contrato. Pelé só jogava um tempo. O primeiro. O Rei estava nu. Nu, no banho. Nu, no banho do hotel. Pelé já tinha ido embora do estádio.

Decepção total. Não vimos Pelé jogar em Bagé. Não vimos Pelé fazer um gol em Bagé, no amistoso contra o Guarany. Por isso o verdadeiro título desta crônica deve ser: Eu quase vi Pelé jogar em Bagé.


Hoje, Pelé faz 70 anos. O maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, jogou em Bagé. Contra o Guarany. Muitos o viram naquela noite. Eu não.
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Os primeiros Ustárroz em Bagé - II, A palestra

Várias "expressões Ustárroz" numa mesma linha horizontal:
Os quadros, a palestrante, os irmãos de Espanha e Diogo (*)
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Na última terça-feira a colega Heloisa Beckman apresentou na programação mensal do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcisio Taborda, o trabalho de pesquisa intitulado A Origem da Família Ustárroz em Bagé, contando a vinda desde a Espanha de Geraldo e Tomás Ustárroz, irmãos músicos, que deixaram vários descendentes em Bagé. O evento foi bem prestigiado e o cenário da Casa de Cultura Pedro Wayne, como podemos observar no registro fotográfico,  estava decorado com os quadros da exposição de Heloisa, Mantos de Silêncio.
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(*) Diogo é filho de Heloisa e bisneto de Geraldo 
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22 de outubro de 2010

O pôr do sol na minha cidade - I, Bagé

 O sol se indo em Três Estradas, já quase em Lavras do Sul

 A torre da Auxiliadora recebe as últimas luzes do Sol

Iniciamos hoje uma nova série intitulada "O pôr do sol na minha cidade". Todos estão convocados a mandar fotos do pôr do sol da cidade onde estão residindo. Iniciamos por Bagé, a cidade de todos nós. Uma foto tomada na região da campanha, e uma outra  que retrata o centro da cidade. Envie o seu pôr do sol. Não há quem não tenha registrado um. Se quiser, descreva o lugar e a ocasião em algumas linhas. Podem ser fotos atuais ou antigas. O que nós queremos saber é: Como é o pôr do sol na sua cidade? 
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Arquivo da colega
Clara Marineli
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21 de outubro de 2010

Histórias de família - III, Fishing with Mr Don Mac Oll


Pirai - Lagoa do Amaral,1957. Da E para D: Bayard Bittencourt, Neimário Carneiro, Sirio Bianchetti, 
Don Mac Oll, Luiz Brossard, Icyla Brossard Mello, Nei Carneiro, Naiá e Glênio Carneiro.


 Nei Carneiro e Don Mac Oll.
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Quando o agosto terminava começava a temporada de pescarias.  Don Mac Oll injetava ânimo em todos e se apoiava nos amigos que lhe indicavam os melhores locais de pesca, como a Lagoa do Amaral, no Pirai.
Por ser o manda-chuva da Fábrica de Enlatados Paysandu, ele desenvolveu a manufatura da língua bovina, com os animais abatidos no frigorífico, e esta era enlatada e exportada para a Europa.
Mas também havia outra iguaria que ele enlatava para consumo próprio, a rabada. Rabada enlatada. Nunca ouvi falar disso, mas meu pai, que o conheceu e era seu amigo, conta que era uma delícia. Pedaços de rabada, com osso e tudo, eram colocados em latas e depois avidamente consumidos nas pescarias. Don Mac Oll também mandava dessas latas para os seus parentes na Escócia.
Don Mac Oll foi um dos primeiros a fazer emplacamento de carro. Não sabia disso, mas os carros em Bagé, até os anos 50, não tinham o costume de ser emplacados.
Outros locais de destino das pescarias eram Tacuarembó, no Uruguai, e Jaguarão. Naquela época os agrotóxicos não haviam entrado em pauta na agricultura, quebrando a cadeia alimentar da fauna, a caça era farta, e eles aproveitavam também, assim como a pesca.
Após tanto peixes e caçadas como se dava o consumo do pescado e dos perdigões? Meu pai é Bianchetti, uma família que sempre cultuou o bem comer. Minha avó Pepa, e as irmãs dela - Julieta e Joana, todas viúvas, se dedicavam a cozinhar e fazer o molho escabeche.
O molho é um capítulo à parte na cozinha da região, herdado dos vizinhos uruguaios, que receberam dos espanhóis, é na verdade de origem árabe (scabech). Tem como ingredientes o óleo, o vinagre, a massa de tomate, a cebola, a pimenta preta, o louro em abundância e o açúcar.
A minha avó Bianchetti, e as irmãs, tinham que preparar, conforme a temporada, ou perdigão ao escabeche, ou peixe com o mesmo molho. Tudo isso o Don Mac Oll e seu grupo consumiam avidamente em porções generosas.
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Enviado pelo colega
Gerson Luis Barreto de Oliveira
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