13 de outubro de 2010

"As lanternas da cidade..." - V, A porta de Ishtar

A colega Ana Saturnina e dois dos seus filhos às portas da Babilônia
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A Porta de Ishtar
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Eu sempre pensei que nunca conseguiria viver longe de Bagé. E nunca tive a intenção de sair de Bagé. Mas casei e meu marido trabalhava numa empresa de engenharia que estava construindo as estradas aí da terrinha, no tempo do presidente Médici. No ano de 1977 a empresa - acho que era a Camargo Corrêa, já findava as obras e meu marido foi convidado a ir trabalhar em Poços de Caldas. Fomos de mala e cuia, com três crianças pequenas. Uma de dois anos, uma de um ano, e a menor, de seis meses. Por ignorância minha não quis ir de avião, tinha medo por causa das crianças, e enfrentamos uma longa viagem até Minas Gerais em um ônibus-leito. Mas passando por Sampa, me apaixonei pela cidade que não tinha nada daquele cinza que eu sempre imaginava que tivesse. Passados três meses meu marido foi transferido para São Paulo e lá fomos  nós com a criançada. Adorei a cidade, mas ficamos menos de dois anos. Fomos morar em Ouro Branco, em Minas Gerais. Mas meu marido logo foi transferido. Desta vez para o Iraque, no Oriente Médio e... lá fomos nós de novo. Desta vez viajei sozinha com as três crianças, porque meu marido já havia ido com antecedência. Fiz uma viagem cheia de confusões, mas essa é outra história. Ficamos durante quatro anos no Iraque e voltamos, agora para Resende, no Rio de Janeiro, onde casualmente encontrei no colégio das crianças uma ex-colega do Estadual, a Denise Bettanzo. Ficamos dois anos em Resende e voltamos para Sampa, para minha alegria, porque adoro a cidade. Depois daí fomos morar em Luanda, capital de Angola, na África, durante quatro anos também, e após esse tempo voltamos para Sampa, onde estou até hoje.
Mas sempre estou lembrando de Bagé, do Rio Grande do Sul, e sempre procurando nos mercados, produtos da terrinha. Às vezes encontro alguma coisa, como já encontrei os Beijos de Moça, que adorava. No começo procurava um pãozinho que comíamos quando saíamos do Estadual, na Sul Brasil, acho que o nome era Bolo Saúde, sem o encontrar. E também não encontrei até hoje o Pão Bicicleta, não sei se ainda existe por aí.
Logo que apareceu o Google Earth, procurei o Estadual nele e mostrei aos meus filhos o lugar onde estudei e de onde tenho grandes lembranças. Voltei algumas vezes a Bagé, mas faz muito tempo que não a visito porque não tenho mais familiares na cidade.
Espero voltar brevemente.
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Enviado pela colega
Ana Saturnina
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Um comentário:

Gerson Mendes Corrêa disse...

Parabéns Ana, a tua estória é muito atraente e bastante emocionante.Fico feliz de ver as gurias tambem contando suas estórias por aqui, afinal de contas o blog não é "o clube do bolinha".