25 de fevereiro de 2011

The book is on the table - VI, Alea jacta est


O "Ludus", do padre Milton Valente, era um dos livros usados no ensino do Latim
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A expressão latina “Alea jacta est” significa "Os dados estão lançados" ou, numa tradução mais popular, "A sorte está lançada”. Esta foi supostamente a frase em latim proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina e o território da Itália.
Pela lei romana, não era permitido às legiões ingressar no território italiano devido a episódios anteriores em que generais romanos, como Mário e Sila, haviam usado seus exércitos para tomar o poder em Roma. Devido a estes precedentes, era proibido a um governador provincial, um Proconsul como Júlio César, cruzar com suas legiões a divisa com o território italiano.
Essa e outras tantas passagens da história romana - junto com as frases célebres, eram aprendidas nas aulas de Latim com os professores do Estadual. Era comum a gurizada que aprendia já nas primeiras semanas de aula algumas expressões em Latim, usá-las – só por exibimento, até em alguma redação de português. Não era difícil ouvir de algum aluno coisas como: Dulce et decorum est pro patria mori (Doce e honroso é morrer pela pátria); Aquila non captat  muscas (A águia não caça moscas); Arbor bona fructus bonos facit (A boa árvore dá bons frutos); Equi donati dentes non inspiciuntur (A cavalo dado não se olha o dente); Quae sunt Caesaris, Caesari (A César o que é de César); Nihil est quod Deus efficere non possit (A Deus nada é impossível);  Exceptio regulam probat (A exceção confirma a regra).
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Claro, sem esquecer que “naquele tempo” até a missa era rezada em Latim. 
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Dominus vobiscum ...
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Nota: Pedimos aos colegas que enviem através dos Comentários expressões latinas que aprenderam no Estadual, ou memso em outros colégios.

3 comentários:

olmiro muller disse...

No Colégio Estadual de Bagé o idioma latino fez parte do currículo até 1961. Em 1962 foi implantada a nova lei de diretrizes e bases da educação, que considerou latim uma língua morta e a suprimiu do currículo do ensino médio. Tive latim na 1ª e 2ª série ginasial, respectivamente, em 1960 e 1961.
Na 1ª série o livro adotado foi Roma Primus e o professor foi Leopoldo Maeron. Na 2ª série o livro foi Roma Secundus e a professora foi Maria Caminha Veleda. Não lembro a editora desses livros.

Luiz Carlos Vaz disse...

O comentário do Olmiro deixa uma coisa bem clara: Mayeron - professor de Matemática e... Latim. Maria Veleda - professora de Português e... Latim. Parece que todos sabiam de onde vinham e como se transformavam as palavras da "inculta e bela flor do Lácio", para usar as palavras de Bilac. Claro, o Frei Plácido, pela formação religiosa, não só rezava a missa na língua de César, como também era um outro professor da "língua morta", como disse o nosso colega. Mas, como diria agora o Chapolin Colorado: "Quis autem adiuves nos"...

Claudete disse...

Eu nunca tinha estudado latim, mas tinha curiosidade e conhecia alguns termos. Agora, em Letras, fiz dois semestres- Latim I e II com a profª Paula Branco de Araujo Brauner. Ela é doutora em Letras Clássicas. Adorei e gostaria que tivesse mais! Acho que todos os cursos deveriam ter pelo menos o Latim I.