31 de março de 2012

31 de março, dia em que nasceu Paz


Irmandade
Octávio Paz, 

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Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
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Octavio Paz Lozano,
Prêmio Nobel de Literatura/ 1990
México, 31 de março de 1914 - 19 de abril de 1998

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Nesse dia 31 prefiro lembrar só Paz, Octavio Paz ... 
mas do resto, a gente não nunca esquecerá.
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Bagé, O Tempo e o Vento (desde 1967...)

Revista TV Sul, ano 5, outubro de 1967, n°100

Bagé, O Tempo e o Vento
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Henrique Pires
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Em 1967 começaram as gravações da primeira versão da novela "O Tempo e o Vento", dirigida por Dionísio Azevedo, com roteiro de Teixeira Filho, apresentada em longos 210 capítulos, iniciando suas projeções naquele ano e percorrendo todo o de 1968. Levada ao ar pela Rede Excelsior de Televisão, teve seus cenários montados em São José dos Campos (SP) e contou com Carlos Zara no papel de Capitão Rodrigo e Geórgia Gomide interpretando Ana Terra.
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Nos televisores do Rio Grande do Sul, pelo Canal 12 - TV Gaúcha - os telespectadores assistiram a estreia na TV do ator Gianfrancesco Guarnieri, no papel de Padre Alonso, além de Walter Avancini, Vanja Orico e grande elenco. Na definição dos atores, as revistas especializadas deram bom destaque ao bageense Jorge Karam, que já na época havia sido protagonista de importantes filmes nacionais.
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Em 1985, quando a Rede Globo de Televisão comemorou 25 anos, o romance de Érico Veríssimo teve nova readaptação, feita por Doc Comparato e dirigida por Paulo José. No papel de Ana Terra, Glória Pires, como Capitão Rodrigo, Tarcísio Meira. Bagé - que já se prepara para o início das gravações da atual versão - de Jaime Monjardim, também esteve presente na segunda montagem, pois em todos os episódios da minissérie a abertura e o encerramento teve projeção de pinturas que retrataram os campos da Rainha da Fronteira, imortalizados nas tintas dos pincéis de outro bageense famoso, o pintor e gravurista Glauco Rodrigues.
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Henrique Pires 
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Assessor Institucional
Grupo RBS - Unidade Brasília
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Você pode ler também:
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30 de março de 2012

Arquitetura Conversável, lançamento


É neste dia 3 de março o lançamento do livro Arquitetura Conversável, de Marcelo Ferraz, e a abertura da exposição Brasil Arquitetura - A tradição do Novo, no Centro Cultural CEEE, Érico Veríssimo, em Porto Alegre.
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Histórias, tradições e fotografias de Pelotas


Recebemos convite da Livraria Vanguarda e Edições ARdoTEmpo para a sessão de autógrafos do livro Histórias e Tradições da Cidade de Pelotas, de autoria do professor Mário Osório Magalhães, e para a abertura da Mostra de Fotografias de Alexandre S. Gomes, no dia 17 de abril, às 19h, no Centro Cultural CEEE - Érico veríssimo, Rua dos Andradas, 1223 em Porto Alegre.
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Inicia O Tempo e o Vento

Jayme Monjardim dirije Tiago Lacerda...
... e Fernanda Montenegro nas locações de Pelotas

O diretor Jayme Monjardim dedica-se exclusivamente às filmagens do seu segundo longa-metragem, O Tempo e o Vento, produzido pela Nexus Cinema e Vídeo e livremente adaptado da obra O Continente (1949), do escritor gaúcho Erico Verissimo. As primeiras filmagens começaram na segunda-feira, dia 26, e se estendem 5 de abril, no sobrado da Charqueada da Costa, na cidade de Pelotas. No dia 5, equipe e elenco se deslocam para Bagé, onde terão início as filmagens em locações externas e, depois, na cidade cenográfica de Santa Fé, construída dentro do Parque do Gaúcho, a cerca de 4km do centro de Bagé. A movimentação no Rio Grande doo Sul segue até 22 de maio. Após esta data, a última etapa das filmagens será realizada nos estúdios do Polo Cinematográfico de Paulínia, interior de São Paulo.
Em Pelotas, as filmagens abrangem as cenas em que Bibiana (Fernanda Montenegro), aos 89 anos, recebe a visita do espírito de Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), jovem. Dialogando com ele, Bibiana relembra os acontecimentos que marcaram a história de sua família e da cidade de Santa Fé. Também participam das filmagens Kaic Crescente (o menino Rodrigo Cambará), Vanessa Lóes (Maria Valéria), Marat Descartes (Licurgo), Janaína Kremer (Bibiana na meia idade) Danny Gris (Florêncio Terra), Miguel Ramos (Fandango), entre outros atores. Na próxima semana, mais atores chegam à cidade, entre eles Marjorie Estiano (Bibiana jovem), Rafael Cardoso (Florêncio jovem), Igor Rickli (Bolívar) e Mayana Moura (Luzia).
 
O Continente é a primeira parte da trilogia de ficção sobre a formação do povo gaúcho, O Tempo e o Vento, composta, ainda, pelos livros O Retrato e O Arquipélago. O roteiro tem a assinatura do escritor e cineasta Tabajara Ruas (diretor e roteirista de Netto Perde Sua Alma, autor do livro Os Varões Assinalados) e da escritora Letícia Wierzchowski, que trabalhou com Monjardim quando teve seu romance A Casa das Sete Mulheres adaptado por Maria Adelaide Amaral para a minissérie da TV Globo (2003). O longa é uma produção de Nexus Cinema e Video, de Rita Buzzar, parceira de Monjardim no seu primeiro filme, Olga, co-produzido pela Panda Filmes (RS), de Beto Rodrigues, e Globo Filmes.
Quatro gaúchos estão trabalhando ao lado de Monjardim na direção do filme. Federico Bonani é diretor assistente. Diego Müller, Seani Soares e Zeca Brito são os três assistentes de direção. Cerca de 70% dos profissionais que trabalham no filme, entre direção, equipe, elenco e figurantes, são do Rio Grande do Sul.
O filme também conta com estrelas internacionais na produção, como o diretor de fotografia Affonso Beato, um dos preferidos de Pedro Almodóvar, tendo trabalhado com ele em Tudo Sobre Minha Mãe, além de ter trabalhado com Stephen Frears em A Rainha e Mike Newell em O Amor nos Tempos do Cólera, e a maquiadora argentina Marisa Amenta, que assinou produções como Abutres, Diários de Motocicleta e O Filho da Noiva. No elenco também há nomes internacionais: o ator argentino Martín Rodriguez (do filme O Quarto de Léo) interpreta Pedro Missioneiro, e o uruguaio César Troncoso (O Banheiro do Papa) vive o Padre Alonso.
A direção de arte é de Tiza Oliveira, que também trabalhou com Monjardim em Olga e tem 37 anos de TV Globo no currículo. O figurino está a cargo do carnavalesco e figurinista Severo Luzardo Filho.
As filmagens serão realizadas em Pelotas (26 de março a 5 de abril), Bagé e municípios vizinhos (6 de abril a 22 de maio), no Rio Grande do Sul, e Paulínia, em São Paulo (28 de maio a 17 de junho). A previsão de estreia nos cinema é para 2013. Seis meses depois de exibido nas salas de cinema, o filme será adaptado e apresentado pela TV Globo como microssérie em cinco capítulos.
             

ELENCO
O filme conta com 115 atores no elenco e cerca de 2 mil figurantes, entre indígenas, cavaleiros, habitantes das Missões Jesuíticas e moradores da cidade cenográfica de Santa Fé. Alguns atores:

Ana Terra jovem - Cléo Pires

Ana Terrra – Suzana Pires
Antonio (irmão de Ana Terra) - José Henrique Ligabue
Maneco (pai de Ana Terra) - Luiz Carlos Vasconcelos
Henriqueta (mãe de Ana Terra) - Cyria Coentro
Pedro Missioneiro (índio que vem das Missões e tem um filho com Ana Terra e, depois, é morto pelo pai e pelo irmão de Ana) – Matheus Costa (menino), Martin Rodriguez (argentino)
Padre Alonso (educa Pedro Missioneiro nas Missões) – César Troncoso (uruguaio)
Marciano Bezerra (mercador que leva Ana Terra a Santa Fé) - Leonardo Machado

Bibiana (neta de Ana Terra, casa-se com Capitão Rodrigo) - Marjorie Estiano, Janaína Kremer (gaúcha), Fernanda Montenegro

Capitão Rodrigo Cambará - Thiago Lacerda
Padre Lara (conselheiro de Capitão Rodrigo) - Zé Adão Barbosa (gaúcho)
Padre Otero - Marcos Verza/Girlei Pires - idade mais avançada (gaúchos)
Cura - Luiz Paulo Vasconcellos
Nicolau (dono da venda onde Capitão Rodrigo chega à cidade) - Luis Franke (gaúcho)
Paula (esposa de Nicolau e amante de Capitão Rodrigo) - Fernanda Carvalho Leite (gaúcha)

Ricardo Amaral (opositor dos Terra Cambará) - José de Abreu

Ricardo Amaral Neto – Paulo Goulart
Bento Amaral - Leonardo Medeiros
Dentinho de Ouro (capanga dos Amaral) - Nelson Diniz (gaúcho)

Pedro Terra (filho de Ana Terra) – Eduardo Correa (menino, gaúcho), Rafael Tombini (jovem, gaúcho) e Cacá Amaral (idade mais avançada)

Arminda (esposa de Pedro Terra) - Luiza Ollé (jovem), Áurea Batista (gaúchas)

Licurgo (filho de Luzia e Bolívar) - Marat Descartes

Alice (esposa de Licurgo) - Elisa Volpatto (gaúcha)
Valéria (cunhada de Licurgo) - Vanessa Lóes
Juvenal - JN Canabarro e Cris Pereira (mais jovem) (gaúchos)
Escravo 1 - Apolonio (gaúcho)
Escravo 2 - Alexandre Farias (gaúcho)
Fandango – Miguel Ramos (gaúcho)
Luzia (mulher misteriosa que chega com seu pai, Agnaldo Silva, a Santa Fé, e se casa com Bolívar)- Mayana Moura
Bolívar (Filho de Bibiana, casa-se com Luzia) - Igor Rickli
Florêncio (primo de Bolívar) - Rafael Cardoso (gaúcho) / Danny Gris (mais velho - gaúcho)

LOCAÇÕES E PRODUÇÃO

             
 Com amplo apoio das prefeituras locais, o filme será rodado, do final de março até o mês de junho, nas cidades de Pelotas, Bagé, Aceguá, Herval, Pinheiro Machado e Paulínia (SP).
Em Bagé, no Parque do Gaúcho, está sendo construída a cidade cenográfica de Santa Fé, onde se passa a maior parte da história. As 17 edificações, construídas em uma área de 10 mil metros quadrados, ficarão de herança para a cidade, assim como dezenas de figurinos e objetos. Entre os detalhes curiosos da produção está a construção da grande figueira cenográfica, símbolo de Santa Fé. Todas as cenas de estúdio serão rodadas no pólo cinematográfico de Paulínia, interior de São Paulo.
O quarto de Bibiana (Fernanda Montenegro), no qual ela relembra os acontecimentos que marcaram gerações da família Terra Cambará, está sendo produzido dentro da Charqueada da Costa, em Pelotas.
Nos últimos meses, Monjardim foi ao Rio Grande do Sul diversas vezes verificar locações e o andamento de detalhes como a caracterização das casas de Santa Fé e a produção de figurinos por comunidades de artesãs da cidade de Uruguaiana. A produção também tem garimpado objetos de época e entrevistado historiadores e estudiosos de música, armas e história gaúcha, além de personalidades da cultura local, como o folclorista Paixão Cortes e o historiador Moacyr Flores, entre outros.

Distribuidora: Downtown

Producão: Nexus Cinema e Video
Co-producão: Globo Filmes
Co-produção: Panda Filmes

NÚMEROS DA PRODUÇÃO:
309 cenas
90 dias
115 atores
2 mil figurantes
20 locações
4 cidades
20 departamentos
100 técnicos na equipe vindos do Sul/Rio/São Paulo/Buenos Aires/EUA
10 mil metros quadrados de cidade cenográfica (Santa Fé, em Bagé)
80 trabalhadores na construção
17 edificações

A HISTÓRIA
O filme conta a história da família Terra Cambará e de sua opositora, a família Amaral, durante 150 anos, começando nas Missões até o final do século XIX. Sob o ponto de vista da luta entre essas famílias, são retratadas a formação do Rio Grande do Sul, a povoação do território brasileiro e a demarcação de suas fronteiras, forjada a ferro e espada pelas lutas entre as coroas portuguesa e espanhola.
Além de ser uma notável história épica, plena de heróis como Capitão Rodrigo e o índio castelhano Pedro Missioneiro, O Tempo e o Vento é uma profunda discussão sobre o significado da existência, da resistência humana diante das guerras. Por isso, para a adaptação cinematográfica, foi tomado como estrutura central o olhar feminino da quase centenária Bibiana Terra Cambará – que será interpretada por Fernanda Montenegro. Em meio ao cerco do casarão de sua família pelos Amarais, ela se valerá de sua memória, sempre deflagrada em noites de vento, para lembrar e contar sua história e as de seus antepassados. E, assim, resistir ao tempo e protestar contra a morte. 
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Fonte Milena Fischer, em Pelotas13h
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A Ponte Seca, namoros e namoricos


Foto um
Foto dois
Foto três

Recebi da colega Claudete estas fotos da Ponte Seca
com descrições bem humoradas e esclarecedoras...

"Oi Vaz
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Olhando umas fotos da minha prima, encontrei essas que comprovam o que havia comentado no post da foto da Ponte Seca de Bagé. O nosso trajeto para ir ao "centro" era passar pela ponte "molhada" e depois pela Ponte Seca, pois morávamos na Avenida Presidente Vargas quase esquina Borges de Medeiros.
Primeira foto: indo em direção à Praça dos Esportes: à frente, meu cunhado, Ruy, e minha irmã Giséle, então, namorados. Atrás: minha amiga Zulenclay (namorico do João Bosco Vaz) eu e minha prima Vanda (que morava em Porto Alegre e tinha vindo passar a lua-de-mel em Bagé). A foto foi tirada pelo marido dela, Jurandir.
Segunda foto: Zulenclay, Vanda, Jurandir, Claudete e Giséle (que estava prestando atenção à passagem do trem e não ao Ruy que estava fotografando).
Dá para perceber que o trem tinha muitos vagões pois caminhamos um bom trecho e ele continuava passando!
Terceira foto: Essa é em direção contrária: na Avenida Presidente Vargas, em frente à minha casa (do outro lado da rua era a casa do João Bosco Vaz) indo em direção ao colégio São Pedro; Passagem do ônibus da linha Santa Tecla.
As fotos são pequenas (9x9) e vinham encadernadas em um álbum. Não consegui melhorá-las.
Não tenho certeza mas, pelas minhas contas, era ano de 1969 ou 1970.
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Abraços
Claudete"
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28 de março de 2012

O Macorvo e o Caco - Millôr Fernandes


Fopos de Esábula
Uma tentativa de contar as histórias como
no tempo em que os animais falavam.

O Macorvo e o Caco
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Millôr Fernandes
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Andesta na florando um enaco macorme avistorvo um cou com um beço pedalo de quico no beijo. "Ver comou aqueijo quele ou não me chaco macamo", vangloriaco o macouse de sara pigo consi.
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E berrorvo para o cou: "Oládre compá! Voçá estê bonoje hito! Loso, maravilhindo! Jami o vais tem bão Nante, brilhio, luzidegro. Poje que enso, se quisasse canter, sua vém tamboz serela a mais bia de testa a floroda. Gostarilo de ouvia, comporvo cadre, per podara dizodo a tundo mer que vocé ê o Rássaros dos Pei". Caorvo na cantida o cado abico o briu a far de cantim sor melhão cansua.
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Naturalmeijo o quente caão no chiu e fente imediatamoi devoraco pelo astaco macuto. "Obriqueijo pelo gado!", gritiz o felaco macou. "E a far de provim o mento agradecimeu var lhe delho um consou:
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Jamie confais em pacos-suxa" 
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NOTA DO BLOG - Nos meus tempos de guri do Estadual, entre outras tantas habilidades “não acadêmicas" sempre me destaquei pelo humor. O saudoso Pedro Farias sempre lembrava do meu famoso Caderninho de Piadas – que era uma pequena caderneta de molinha – onde eu anotava anedotas para depois contar nos grupinhos que se formavam antes, durante e depois das nossas aulas. A cada piada nova que aparecia pela boca de alguém, lá ia eu anotar e, assim, cheguei a 410 piadas e pequenos contos do Bocage, devidamente anotados que, contadas em momentos apropriados, chegavam a uma narrativa de mais de uma hora... Uma desses textos humorísticos era a famosa fábula do Macorvo e do Caco, reescrita genialmente pelo Millôr Fernandes. Graças a esse gênio da raça, animei muitas rodas de conversa, não só no recreio do Estadual, como em viagens, em festinhas e em outras situações. Naquela época a carreira de humorista - e outras ligadas à Arte - não era recomendada para um guri do interior de Bagé. Então acabei virando jornalista para contar histórias sérias que, na sua absoluta maioria, são totalmente desprovidas de graça. Claro, eu jamais abandonei esse meu perfil de humorista e, no Millor, sempre busquei inspiração para a minha constante crítica às instituições sociais atrasadas, corruptas e castradoras da criatividade do ser humano. Peguei o gosto pela charge e pelo fundamental bom humor sem o qual não se vive. A fábula do Macorvo e do Caco, recortada de uma revista e que ainda hoje guardo comigo, consigo ainda, sem esforço algum, recitar de cor.
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Obrigado, Millôr Fernandes.
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Apesar da sua morte, o mundo continuará sendo muito engraçado.
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Alcíbio e Onélia, do Rincão do Inferno, no Atelier Coletivo


O Carlo Andrey manda avisar que neste sábado, dia 30 de Março, haverá apresentação única de Alcíbio e Onélia no Atelier Coletivo. Alcíbio e Onélia moram desde que existe o mundo no Rincão do Inferno, lugar que é o verdadeiro paraíso, nas nascentes do Rio Camaquã. Depois de viverem isolados da "civilização" por muito tempo, foram descobertos, e se tornaram amigos de muita gente que soube respeitar seu modo de vida, sua cultura, sua história e proporcionou à família deles algumas coisas fundamentais para melhorar sua permanência por lá, e que não foram espelhinhos ou colares de contas. Alcíbio e Onélia já representaram eles mesmos no curta O Sabiá, de Zeca Brito, e continuam vivendo suas vidas no paraíso que é o Rincão do Inferno. Eles tambérm cantam e tocam. Quer conhecê-los? Vá até o Atelier Coletivo neste Sábado, será apresentação única. 
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Só o Carlito mesmo para tirar o seu Alcíbio e dona Onélia lá do Rincão...
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Quarta-feira, Dia Nacional do Sofá - XIX, Dois ambientes


É como descrevem nos anúncios de apê fino: "sala dois ambientes". Nós aqui estamos assim, além do sofá, oferecemos uma bicama - para acomodar algum parente chegado de fora - mais um colchãozinho que pode quebrar bem o galho por uma ou duas noites... enfim, um verdadeiro lar, só que na rua. E parece que, felizmente, fomos adotados pelo pessoal. Oferecemos nosso aconchego, eles a segurança de que não vamos arder no "mármore do inferno" muito cedo. Até por que a culpa nem foi nossa de estarmos aqui, curtindo esta bela sombra, esperando nossos ocupantes eventuais para saber das últimas fofocas da redondeza e de quando vamos ganhar a companhia de outros sofás.
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27 de março de 2012

26 de março de 2012

25 de março de 2012

Lotação esgotada!

Amigos do Blog da Velha Guarda:
Estamos de malas prontas para trocar de endereço.
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Por aqui, deu. O Blogger não nos dá mais espaço grátis para imagens no Picasa. Seria preciso "comprar mais espaço". Não é caro, mas seria necessário uma constante renovação anual daqui para frente, senão... muita coisa iria literalmente para o espaço.
Decidimos então mudar para uma casa maior. Estamos providenciando um novo endereço. Mas fiquem tranquilos, levaremos todo o velhaguardacarloskluwe junto. Ele ficará lincado no novo endereço. Se temos que mudar e pagar...mudamos e pagamos, mas vamos para um espaço digno das nossas memórias e histórias, maior - pago - mas sem restrições e sustos. 
Toda a memória que está aqui não se perderá. Vamos para uma "casa" maior, com mais espaço, com direito a pátio, horta e cachorro. 
Crescemos, paciência, é hora de sair da casa dos pais e enfrentar "as lanternas da cidade" como gente grande. 
Foi assim com cada um de nós quando saímos do Estadual... agora é a mesma história se repetindo.
Vamos lá, chegou o caminhão da mudança...

Aviso o novo endereço em breve, ele estará bem grande aqui mesmo, no Blog

Obrigado e... apareçam na casa nova para um mate, estarei esperando a todos vocês.

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Luiz Carlos Vaz
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23 de março de 2012

Imagens do cotidiano - LXVI, A regra é clara...


Como diria o Arnaldo: A regra é clara, se a bola não ultrapassou a linha, não é gol, a imagem da "globo" mostra perfeitamente o lance, etc, etc...
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Postagem dedicada ao Marcelo Soares que outro dia achou o meu sofá da Hellen na rua Álvaro Chaves. Hoje coube a mim  achar a sua "bola" (a mesma?), publicada no Diário de Canto, ali no Calçadão da XV. Ela continua lá, Marcelo, na linha do gol, ainda não entrou e, como diria o Arnaldo, a regra é clara...
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21 de março de 2012

A poesia necessária - XIX, novo canto do vento

fotografia: marília vaz

novo canto do vento

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vera luiza vaz
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quero-quero desconfiado
sentinela anda de lado
vagaroso observa
seu canto aviso
não o faz por improviso...

outono chegado

diferenças na epiderme
germe de outro tempo
no novo canto do vento... 
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publicado em maudepoesia
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Quarta-feira, Dia Nacional do Sofá - XVIII, Sala de visitas


Se imaginaram que iríamos ficar mal, se enganaram! Acabamos formando uma bela sala de visitas. Morávamos em endereços diferentes e somos, inclusive, de estilos diferentes, mas temos uma coisa em comum: fomos abandonados no mesmo lugar. Agora já somos bons amigos desde a fábrica. Só nos falta a companhia de uma mesa de centro, uma tevesinha 14', um tapetinho básico... mas sabemos que logo logo nossa salinha estará conpleta. Um vasinho aqui, um porta-retratos ali...
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O Sério Fontana, editor do blog O Século XX, mandou para nossa série este magnífico "conjunto de sofás que, no presente momento, fazem parte de uma "sala" localizada na rua Alberto Rosa, entre Miguel Barcelos e Cassiano". 
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20 de março de 2012

Radio days - IV, Todos funcionando


Recebi da Marília, que está de férias em Curitiba:
Vaz, essa eu tirei especialmente prá ti!
Ao lado tinha uma placa que dizia "todos funcionando"!
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Marília Vaz, direto da Feira do Largo da Ordem, Curitiba – Paraná.
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O Outono tem meus Olhos...


Canal São Gonçalo, Pelotas, 20 de março/2012, também às 11h. Foto LC Vaz

O Outono tem meus Olhos...
J.J. Oliveira Gonçalves

O Outono tem meus olhos... Tem esta Alma feita de Nostalgia... Tem este coração carregadinho de poesia... O Outono tem muito de mim. E eu quanto do Outono carrego em minha pele, em meu sangue, em meus nervos, em minha carne, em meus ossos? Quanto? Muito! Quando vim, aqui, para estas paragens belas e doloridas - chamadas Vida - o Outono se fez em meu Mestre e Padrinho...

Tal qual a Lua - a quem minha mãe Nena me apresentou numa noite de plenilúnio, ainda enrolado em fraldas, lá, nas nativas e saudosas terras de Ibagé - e pediu à Lua que a ajudasse a me criar... Desde então, me apaixonei pela Lua, que até hoje exerce mística e hermética fascinação sobre mim. Daí, acredito, vem meu "quê" romântico que me faz Sofrer tanto e meu lado Cigano que deu à minh'Alma o desejo nômade de não pertencer a lugar nenhum, mas a todos os lugares...

O Outono? Ah, o Outono me pegou pela mão quando chegou o primeiro Outono de minha vida e disse: "Vem, João... vou te mostrar as Belezas que há na Nostalgia e não te impressiones com as folhas que caem ao chão e o irmão Vento leva - eis que assim é a Vida, pequenino..." E aquelas folhas todas caídas pelo chão - em lírica agonia - o Outono jogou dentro do meu coração e as transformou em Poesia... Poesia para cantar (ou chorar) qualquer tema - em qualquer tempo e em qualquer lugar...

Ah, não é uma honra ter padrinhos assim? Não é de causar inveja - embora eu deteste esta palavra? Porém, aos que concordam afirmativamente com estas perguntas, devo lembrar que tudo nesta curta e misteriosa Vida tem um preço... O preço que pago sei que é alto demais. Às vezes, nem sei como consigo pagá-lo... São muitas as lágrimas que vêm da Dor, do Sofrimento. Quando aprendia a rezar - com minha mãe e minha vó materna - da "Salve Rainha" me ficou no coração (ou na mente?) "o vale de lágrimas"... Afinal, eu era criança e como poderia compreender aquilo? Fui passando na "Linha do Tempo" e o "vale de lágrimas" foi se mostrando ante meus olhos ainda infantes, inocentes... Mais adiante, ainda, fui aprendendo a conviver com "aquele vale"... (E espero que aquela "Mãe de Misericórdia" - que minha mãe e minha vó me ensinaram a invocar - nunca me esqueça e me dê forças para que eu levante e ande a cada queda nestas Estações duras e doídas da Vida!

Mas, o Outono tem meus olhos, sim! O Outono vive dentro de mim - faz muitos e muitos anos... E, agora, no Ocaso de minh'Alma, o Outono encheu de luz - diáfana e delicada - meu coração... E se esparrama sobre meu corpo e minha face... Quantas nuanças sazonais há em meu eu... Essas nuanças são Lembranças, Saudades, Distâncias, Dores amadurecidas e impressas pelo Tempo... Ah, Belezas machucadas e emblemáticas do Ato - ingênuo, insano e audacioso - de viver...

Sejas bem-vindo, Outono! Meu Mestre, meu Padrinho, meu Irmão! Apruma-me o corpo ainda vergado das porfias desiguais deste terrível Plano. Pastoreia-me a Alma com teu Cajado de Dourada Luz... E ao coração me afaga com tuas Mãos de Paz...  e tua macia Voz de Silêncio e Calmarias...

Porto Alegre, 20 de março/2012. 11h
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