4 de março de 2012

Nossa cidade era assim - V, Praça Silveira Martins


Nossa leitora Jucelaine Rodrigues Viegas nos manda esta magnífica foto colorida da Praça Silveira Martins batida, certamente, lá pelos anos 60. Vamos pedir aos nossos especialistas, Cid, Hamilton... para que analisem a foto para datar a cena e, quem sabe, descobrir o autor. A presença da Igreja da Conceição e a possibilidade de ter sido tomada dos “altos” do Hotel Charrua são um bom ponto de partida. Sem dúvida um belo cartão postal de nossa Bagé, hoje, bicentenária.
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6 comentários:

Gerson disse...

Tchê Vaz, muito linda essa foto, eu não saberia precisar a data , mas acredito que seja da decada de 60 como falastes, pois a primeira vista detectei a falta do monumento à Silveira Martins, e o pé de erva mate já bem taludinho jogando sua sombra ao lado da escadaria do coreto, ali onde ficavam os lambe-lambe. Pelo que vejo essa foto foi feita entre 10:00 e 11:00 hs, é isso Hamilton?

Luiz Carlos Vaz disse...

Tchê, Gerson, eu não havia notado a falta do "Jequitibá da Floresta", digo, do GSM...

Cid M. Marinho. disse...

Prezado amigo Vaz,
Este cartão postal foi produzido pela empresa "Paraná Cartões", o fotógrafo foi Helmut Koettel. A foto foi tomada entre os anos 1960 (ano em que o Edifício do Hotel Charrua foi construído), e 1963 (ano em que foi demolida a Capela de N.Sa. da Conceição). O monumento feito a Gaspar Silveira Martins só foi instalado na Praça, em 1969. Mas o "busto" do Getúlio Vargas e a sua "carta testamento", já estavam lá, pois foram instalados em 1957. Próximo ao "busto" do Getúlio temos o obelisco construído no centenário da "Independência do Brasil", em 1922. À esquerda, podemos ver a Rua Mons. Costábile Hipólito, com a "Casa Carioca" bem na esquina. Do outro lado, atravessando a Av. General Osório, as extintas lojas "Casa Ramos" e "Casa Lira". Um pouco mais adiante, o "solar" da Sociedade Espanhola. No prédio branco, localizado na esquina à direita, funcionava o "Banco do Brasil", e, logo atrás, ficava o "Colégio Santo Antonio"...
O cartão postal ainda mostra parte de outros "prédios históricos" importantes, os quais, eu vou deixar para que os demais amigos colaboradores possam identificá-los! De acordo,gurizada macanudaça?

Gerson disse...

Tchê Vaz, continuando a identificaçaõ que o "Homem Arquivo" estava fazendo vemos bem a direita da foto o prédio da Prefeitura de Bagé, e mais atraz da prefeitura vemos os telhados e a chamine da uzina elétrica, na esquina da Juvencio Lemos com Gomes Carneiro, uzina essa que por muitos anos produziu a energia para Bagé. Vemos ainda o Coreto da praça que era todo aberto, hoje é fechado com vidro. Pela rua Constabile Hipolito vemos que o calçamento ia somente, quando muito, até a esquina da gomes Carneiro. Além disso vemos que a cidade acabava mais ou menos pela rua Tiradentes que passa na Praça das Carretas e depois no Campo do Bagé.

Hamilton Caio Vaz disse...

Tchê, Gerson, na mosca, descontada alguma distorção da fotografia. E o comprimento da sombra parece indicar que é próximo ao meio do ano. Vaz e Cid, a foto, parece, teve algum grau de zoom. As sombras mais distantes já apresentam certa distorção no ângulo, com relação à sombra do obelisco, bem próxima. Locais mais distantes, como a Praça das Carretas e a estrada que é o prolongamento da Rua Gen Sampaio, que leva ao Passo do Viola e ao Aero Clube, estão parecendo irrealmente mais próximos, assim como o caponete de eucaliptos, no horizonte à esquerda. E observem no horizonte, no prolongamento vertical da parede esquerda da Prefeitura (do lado da Capela Conceição): aparecem edificações escuras, muito compatíveis com os hangares do Aero Clube. O local e a disposição do que parecem grandes galpões, está de acordo com o que era na época. O campo (pistas) aparece na frente dos hangares, devidamente espremido pelo zoom. Aparecem as árvores que limitavam a pista no lado leste. Estarei certo?
Cid, afinando o teu intervalo de tempo precisamente definido, agora através dos automóveis e seus modelos, que são o nosso “teste do carbono 14” para datar fotos urbanas: a presença de uma Rural Willys e ainda muitos carros antigos, importados, parece indicar mais próximo a 1960. E o estacionamento oblíquo, com a frente do carro para a rua, pronto para uma rápida saída, não eram uma disposição própria de “carros de praça”? Os “taxis-mirins”, novidade em Bagé, viriam logo em seguida com os fuscas “Pé-de-boi”, lembram? Foi no início dos anos 60.

Cid M. Marinho. disse...

Grande Hamilton,
Você tem razão, o zoom achata a perspectiva! Mas, eu acho que a lente usada pelo fotógrafo, não foi uma "teleobjetiva", haja visto a imagem ampla em "primeiro plano" da Praça Silveira Martins. Penso que talvez tenha sido usado uma lente 35mm, ou seja, uma lente próxima da "grande angular", muito utilizada para produzir "fotos panorâmicas" naquela época. Eu concordo que a foto tenha sido tomada no meio do ano, porque além das longas sombras das árvores e dos prédios projetadas no chão, as pessoas estavam vestindo roupas grossas, como casacos e casacões. A Rua Mons.Costábile Hipólito também me pareceu mais larga na altura da Praça das Carretas, mas, eu acho que é porque lhe faltavam ainda, as suas "calçadas" e os seus "canteiros centrais"...
Localizando mais prédios antigos: Entre a Prefeitura e a Usina, aparece parte do sobrado da "Sociedade Italiana". Um pouco mais adiante, quase no entroncamento das Ruas Juvêncio Lemos com Antenor Gonçalves Pereira, aparece a parte superior do sobrado onde funciona a "Escola Mestre Porto". Bem no alto à direita vemos as arquibancadas do "G.E.Bagé". E defronte a Praça das Carretas, pela Rua Mons. Costábile Hipólito, vemos o pequeno e velho bosque das frondosas árvores da famosa "Pensão dos Fazendeiros".