25 de agosto de 2014

Agosto, o mês do desgosto!


Jânio, em foto histórica, parecia não saber para onde ir.
(foto de Erno Schneider, Jornal do Brasil)



Agosto, o mês do desgosto!


O texto do Hamilton publicado ontem, 24 de agosto, com o título "Trabalhadooores do Brasilll...", recordou as cenas que ficaram gravadas na memória de um guri de dez anos após o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Esse fato marcou, não só a vida do colega Hamilton, mas a política brasileira de forma irreversível com relação a esse mês. Todos os anos subsequentes em que o mês se aproximava se temia por alguma crise no país. Claro, sempre acontecia - e acontece ainda, alguma coisa ruim em todos os meses do ano. Mas, quando isso ocorria no mês de agosto, sempre tinha alguém para repetir a frase: "É o agosto, o mês do desgosto!". E o oitavo mês do ano, marcado pela morte trágica de Vargas, teve novamente pouco tempo depois mais um motivo para continuar a ser temido. Foi no agosto de 1961, num dia 25 como hoje, que ocorreu a renúncia de Jânio Quadros, apenas sete meses depois de assumir o mandato de presidente da república. Era mais uma crise institucional, mais um sobressalto na política para colocar na conta do... agosto. Hoje, passados tantos anos, não tememos mais o agosto (*). 

Mas... hoje recém é 25, sssshhhhh!!
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Publicado em 25 de agosto de 2010

(*) Bem, este agosto de 2014 já fez seus estragos...
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3 comentários:

Hamilton Caio Vaz disse...

Sobre as coincidências de fatos políticos no mês de agosto, lembro de uma charge publicada naqueles dias, acho que na revista "O Cruzeiro", sobre a renúncia de Jânio: Um corvo, cuja cabeça era a do Carlos Lacerda, empoleirado e olhando para uma folhinha (calendário) daquelas antigas, pendurada na parede, onde o dia era impresso em tamanho grande num bloco de folhas destacáveis. O corvo olhava aquele grande número 25 e bradava: "Arre, errei por um dia!". Referia-se, claro, à renúncia de Jânio em 25 de agosto, relacionando com o suicício de Getúlio ocorrido em um 24 de agosto. Lacerda foi oposicionista ferrenho aos dois políticos, e tinha grande habilidade verbal com seus discursos inflamados. Lacerda tinha o apelido de Corvo, dado pelos seus adversários.

Parece que, naquela época, as charges políticas eram mais apreciadas pelos brasileiros, talvez pela relação com o maior interesse pela política, estimulado pela presença no cenário público de grandes vultos, quase lendários, que, podemos dizer, marcaram época do pós Estado Novo até os anos JK.

Hamilton Caio Vaz disse...

Sobre as coincidências de fatos políticos no mês de agosto, lembro de uma charge publicada naqueles dias, acho que na revista "O Cruzeiro", sobre a renúncia de Jânio: Um corvo, cuja cabeça era a do Carlos Lacerda, empoleirado e olhando para uma folhinha (calendário) daquelas antigas, pendurada na parede, onde o dia era impresso em tamanho grande num bloco de folhas destacáveis. Pois, o corvo olhava aquele grande número 25 e bradava: "Arre, errei por um dia!". Referia-se, claro, a renúncia de Jânio em 25 de agosto, relacionando com o suicídio de Getúlio ocorrido em um 24 de agosto. Lacerda foi oposicionista ferrenho aos dois políticos, e tinha grande habilidade verbal com seus discursos inflamados. Lacerda tinha o apelido de Corvo, dado pelos seus adversários.

Parece que, naquela época, as charges políticas eram mais apreciadas pelos brasileiros, talvez pela relação com o maior interesse pela política, estimulado pela presença no cenário público de grandes vultos, quase lendários, que, podemos dizer, marcaram época do pós Estado Novo até os anos JK.

Olmiro Muller disse...

Carlos Lacerda foi um cabo eleitoral "peso pesado" na eleição de Jânio Quadros, porém conspirou para a renúncia de Jânio. Neste caso, foi tão contraditório quanto foi Getúlio Vargas em outras situações.