16 de junho de 2010

O Convite Surpresa

O convite enviado pelo Olmiro tem 82 nomes de colegas
da nossa Velha Guarda. Visualise melhor clicando sobre a imagem

“A vida é quem embaralha as cartas,
mas somos nós que jogamos”

Frase atribuída a vários autores.

O Olmiro, que estudou no Estadual de 1960 a 1965, me disse que encontrou o Blog da Velha Guarda por acaso. Identificou-se logo com ele, leu as postagens e gostou. Com o propósito de já sair colaborando, enviou o seu convite de formatura do Ginásio, identificando-se como afilhado da professora Ilka Pegas. Até ai tudo normal, temos publicado convites de formatura, boletins, recordações escolares e outros documentos e fotos que nos remetem aos anos dourados do Estadual. Agradeci ao Olmiro e prometi publicar tão logo pudesse, afinal, ali estavam relacionados mais de 80 nomes de colegas que um dia receberam seu Diploma do Ginásio das mãos da professora Ilka. Num dia em que trabalhei em três endereços diferentes e ainda tive que arranjar um tempo para assistir o jogo da seleção do Dunga, confesso que só mais tarde fui trabalhar no material enviado pelo colega Olmiro. O convite estava em dois arquivos e precisava uma ação do Dr Hollywood. Feita a plástica, fui ler com atenção a lista dos formandos. Era a Velha Guarda em peso, claro. O Ariel Gonçalves, irmão do Ricardo, meu colega de aula, as irmãs Clara Marineli e Lidia Regina, o neto do seu Mizael... e outros tantos nomes num total de 82. Mas ali, na quarta e última coluna, quem eu encontro? A minha querida professora do segundo ano primário, no Colégio Cândido Bastos, Serani dos Santos Leite! Mas olhem só o que o Olmiro foi me arranjar! O que é isso? Coincidência? Destino? Não sei responder. Mas a alegria que senti agora há pouco, quando depois de um dia cheio de trabalho me debrucei sobre o convite dos formandos do Estadual de 1963, foi bem maior, muito maior, do que a causada pela vitória do Brasil sobre a Coréia do Norte por um magro e perigoso placar de 2x1. Olha, Olmiro, Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay... Este Blog, como dizem alguns autores de novela, “já adquiriu vida própria”, e tem nos proporcionado inúmeras alegrias e surpresas. Vida longa ao nosso Blog da Velha Guarda! Ainda há muitas histórias para serem contadas, e elas estão com vocês. Me ajudem a contá-las, a memória do Estadual agradece.
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Nota: Após clicar uma vez sobre a imagem do convite, o mouse se converte em uma lupa com o sinal de "mais" +, que possibilita mais um clic para uma leitura perfeita do convite.
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15 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa! – IV, Um gol de pé descalço

No cartaz da Copa da França, a bola de 12 gomos sobre o mundo

A cédula para a plebiscito de anexação da Áustria, além da assinatura
do proponente, o Führer, trazia um grande círculo para o Sim
e um bem pequeno para o Não. Como votar contra?

Continuando o giro europeu, a copa de 1938 foi realizada na França. Num mundo sofrendo mudanças geo-políticas profundas, a copa se realizou sem a presença da favorita Espanha que estava vivendo os seus terríveis tempos da Guerra Civil. A Áustria, já classificada nas eliminatórias, desistiu de ir à copa por ter sido anexada à Alemanha pelo Anschluβ, o plebiscito proposto por Adolf Hitler. Claro, os melhores jogadores da Áustria também foram “anexados” à seleção da Alemanha Nazista do Führer. Foi o primeiro e único W/O (Walkover) das copas até hoje, e fez com que a Suécia avançasse na tabela sem jogar. Nosso Leônidas da Silva, no jogo com a Polônia, em um dia de muita chuva, teve o cabedal de sua chuteira totalmente arrancado da sola. Enquanto providenciavam rapidamente uma chuteira nova para Leônidas, mesmo jogando com um pé descalço, fez um dos sete gols que deram a ele a Chuteira de Ouro da Copa da França. Impressionado com o desempenho do jogador, que teve inclusive um gol de bicicleta anulado por um árbitro que desconhecia a jogada, o jornalista francês do Paris Match, Raymond Thourmagen, passou a chamar Leônidas da Silva de Diamante Negro. Algum tempo depois a fábrica de chocolates Lacta, pagou “três contos de réis” a Leônidas, e lançou o famoso chocolate com seu apelido. O Brasil que avançou até a fase seguinte, teve um jogo extra, “de desempate”, com a Tchecoslováquia, em 14 de junho, dois dias após o jogo previsto na tabela, vencendo finalmente a adversária por 2x1. No primeiro embate, mesmo após a prorrogação, as seleções haviam permanecido empatadas. O Brasil chegou à fase final obtendo sua melhor colocação até então: um honroso terceiro lugar, frente à Suécia em 19 de junho de 1938, na cidade de Bordeaux. A Itália conquistou o bi, horas depois em Paris, vencendo a Hungria por 4x2. Um outro enfrentamento mundial, não nos campos de futebol, mas nos campos de batalha, fizeram a FIFA suspender a competição durante a Segunda Guerra Mundial. Os países só voltariam a se enfrentar no futebol em 1950, no Brasil, onde os jogadores não poderiam mais permanecer em campo sem chuteiras, mesmo que sem elas pudessem, como o Diamante Negro, marcar gols de placa. (continua)
...,
Fonte: FIFA e arquivo de jornais.
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14 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa! - III, A primeira copa na Europa

Ao contrário do cartaz uruguaio que se referiu a Football,
o nacionalismo da Itália o fez na língua pátria: Calcio

Na copa seguinte, em 1934, o Uruguai campeão, não compareceu para defender seu título. Alguns jornais registram que, sentindo-se boicotado pela pequena presença de seleções européias na sua copa de 1930, apenas quatro, o Uruguai em protesto, nem mesmo participou das eliminatórias que passaram a existir a partir desse ano. Mesmo o país sede, no caso a Itália de Benito Mussolini, teve que participar. O Brasil, cuja seleção havia tido sua primeira formação em 20 de agosto de 1914, ainda não engrenaria. Jogando somente uma partida na primeira fase, foi eliminado pela Espanha pelo placar de 3x1, no Estádio Luigi Ferraris, em Gênova, no dia 27 de maio de 1934. Leônidas da Silva, que ainda não era o Diamante Negro, e que inventara "a bicicleta" em 24 de abril de 1932, marcou o único tento de nosso scratch, que ainda usava uniforme branco. A Itália, dona da casa, sagrou-se campeã vencendo na partida final a Tchecoslováquia pelo placar apertado de 2x1, no dia 10 de junho, em Roma, para delírio de toda a massa italiana. No Estadual nunca falamos dessa copa. Era muito distante no tempo, até para os nossos professores. Fato digno de registro é que a Palestina participou das eliminatórias. Ainda não havia o estado de Israel e a Palestina era uma nação de árabes e judeus. Não chegou a participar da Copa do Mundo da Itália, pois foi eliminada pela seleção do Egito na fase de classificação. (continua)
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Fonte: FIFA e arquivo de jornais.
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13 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa! -II, Estádio Centenário, o início de tudo

Cartaz do primeiro Campeonato Mundial de Futebol

Foi numa conferência da Fédération International de Football Association, em Barcelona, no ano de 1929, que foi decidido que se faria um campeonato mundial exclusivo de futebol entre seleções representando os países filiados à instituição. Esse tipo de modalidade, até então, só era disputado nos Jogos Olímpicos. Como o Uruguai iria comemorar seu centenário em 1930 - a chamada “Jura a La Constituición”, e era o atual Bi-campeão Olímpico de Futebol, foi escolhido como sede para el “1er Campeonato Mundial de Football”. A “Celeste Olímpica”, que vinha de duas medalhas de ouro nos jogos olímpicos de Paris (1924) e Amsterdã (1928), era a franca favorita. A FIFA, fundada em 1904, como a entidade oficial do Football Association, com base nas regras inglesas de 1863, e que reconhecera em 1914 a disputa olímpica como um “campeonato entre equipes amadoras”, via o futebol crescer em importância fora da sua administração. A criação de um campeonato mundial de seleções traria de volta à FIFA as legítimas atenções de administradora maior de um dos esportes mais antigos do mundo e que, na Inglaterra, ganhara regras e normas a partir de 1885, com a International Board. (Lá no Estadual nem sempre respeitamos todas as regras da Board... ) Com a decisão de sediar a copa, o Uruguai construiu o famoso Estádio Centenário. Até hoje considerado um dos mais modernos do mundo, o estádio, com suas tribunas Colombes, Oímpica e América, tem sido palco das proezas de sua Celeste. Possui um belíssimo museu do futebol onde estão relíquias do futebol do Uruguai e mundial. Uma torre de cem metros junto ao estádio é cartão postal e visita obrigatória para quem tem a feliz oportunidade de conhecer Montevidéu. O Brasil foi uma das 13 seleções que participaram dessa primeira competição. Num grupo com três seleções, o Brasil estreou perdendo para a única classificada do grupo, a Iugoslávia, por 2x1, e só ganhou da Bolívia por 4x0. A final foi disputada por Uruguai e Argentina. A Celeste Olímpica aplicou 4x2 nos argentinos e ficou com o primeiro título mundial de futebol da FIFA, que prometia a posse definitiva da Taça para quem vencesse a competição por três vezes consecutivas ou cinco alternadas. Já há um mês os uruguaios iniciaram um abaixo assinado destinado a FIFA, solicitando que o campeonato de 2030, no centenário dos mundiais, seja novamente realizado no Uruguai. (continua)

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Fonte: FIFA e arquivo de jornais.

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12 de junho de 2010

Sim! Aceito.

Geraldina e Tailor disseram o Sim antes do Dia do Namorados

Hoje é o dia dos Namorados. Namoro sempre lembra a juvetude, embora hoje seja comum namorar em qualquer idade. Mas, no tempo do Estadual, namorar era um compromisso da adolescência. Namoradas de verdade ou da imaginação. Mas o importante era ter uma namorada. Também havia um tempo curto para namorar. Logo após a maioridade o casamento vinha como consequência natural daquilo que havia começado com um flerte na saída do colégio, um encontro na matinê, ou numa aproximação de corpos com o pegar da mão em uma "reunião dançante", que era como chamávamos as festinhas de garagem, nos anos 60 em Bagé. Depois, quando se ia a missa do domingo, juntos, era sinal de que a coisa estava ficando séria. Era comum "noivar", com aliança e tudo mais. Os guris que entravam para o quartel, e passavam a usar farda, ficavam com cara de homens, perdiam o ar inocente da juventude e, ai sim, tornavam-se candidatíssimos ao matrimônio. Muitos guris e gurias casaram enquanto estavam no Estadual, era natural casar cedo. Dezessete, dezoito, vinte anos... e os guris e as gurias já iam tratar das suas vidas longe das suas famílias, cuidando de filhos, casa, emprego. Mas,era, de certa forma, um avanço com relação aos nossos pais e avós que, em muitos casos, formaram famílias aos treze, catorze ou quinze anos, quando ainda era normal e aceitável que gerassem, em média, mais de uma dezena de filhos. No ano de 1944, bem no dia em que Cabral descobriu o Brasil, Tailor descobriu o seu amor por Geraldina, e não esperou o Dia dos Namorados. Casou com ela. Disseram o Sim ao Juiz de Paz do Banhado Grande e, quando chegou o dia dos Namorados, certamente ainda estavam em Lua de Mel.
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11 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa!

O carnet da Casa Hércules, ao invés do símbolo da copa do México,
trazia a imagem do ratinho Topo Giggio. (Clique para aumentar)

No dia a dia dos placares, a trajetória do Tri foi anotada gol a gol.
(Clique na imagem para aumentar)

No dia três de junho de 1970 deixei a namorada mais cedo e fui para casa assistir Brasil e Tchecoslováquia. Era o primeiro jogo do Brasil na Copa do México. Um pouco descrente, como todos os brasileiros, por causa do fiasco na Inglaterra em 1966, ano em que poderíamos ter conquistado um tri perfeito, iniciado em 58 na Suécia, e depois com o bi no Chile em 62. Ganhar na Inglaterra em 66 teria sido a glória máxima. Mas, nossos irmãos portugueses, comandados por Eusébio, nos mandaram para casa mais cedo. O selecionado inglês, em casa, ficou com o título que o Brasil achou que iria ganhar sem precisar jogar. Bastava ir a Inglaterra. Mas esqueceram de avisar as outras seleções. Passamos quatro anos relembrando o maracanaço de 50, o fiasco de Goodson Park em 19 de julho, os gols de Eusébio, as atuações de Torres, Coluna... e a nossa seleção para disputar a Copa do México, e que trocara de técnico às vésperas da copa, não convencia ninguém. As feras do Saldanha haviam mudado de comando e agregado Dario, o jogador do Atlético Mineiro que o Médici havia convocado após dissolver a comissão técnica da CBD, à época, ligada ao Ministério da Educação.

A televisão já chegara a Bagé e, nesse ano de 1970, a Embratel transmitiria ao vivo, para todo o Brasil, os jogos da Seleção Canarinho. Num esforço técnico da Empresa Brasileira de Telecomunicações, um seleto grupo, no Palácio da Alvorada, torceria à cores junto com o presidente que, na marra, convocara Dario e transferira o comando do selecionado para Zagallo.

Mais por causa da transmissão ao vivo, do que pela performance durante as eliminatórias, os brasileiros pararam em frente a TV naquele distante e frio três de junho. Foi um passeio. Tocamos quatro a um na Tchecoslováquia. Era o começo do caminho para o tri que restabeleceria a hegemonia mundial do futebol para o Brasil. No outro dia não se falava em outra coisa no recreio (e durante as aulas) no Estadual.

Fui marcando, dia a dia, os resultados nos cinco carnês da Copa 70 que consegui de brinde no comércio da cidade. Na verdade quatro, o quinto veio de São Paulo, numa cortesia mandada pelo correio pela equipe de esportes da Rádio Bandeirantes. (continua)

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10 de junho de 2010

Colegas: Strike Up The Band! - II, Desfile de 1968

Nossas colegas empunhando as bandeiras com todo o garbo possível.
O Naguinho, à direita, observa a cadência das gurias já em frente ao IMBA

Nas primeiras incursões da fotografia em cores,
o pelotão das bandeiras chega em frente ao Hotel Charrua.
Um tempo mais, e as cores também ficarão só na nossa lembraça.
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Nós, do Estadual, também nos orgulhamos da nossa Banda. A colega Heloisa Beckman, gostou tanto do que o Hamilton escreveu, que foi direto rever o seu álbum de fotografias. Ela nos enviou duas boas recordações do Desfile da Mocidade de 1968. Num pelotão de lindas colegas, que carregam bandeiras do Brasil, aparecem, em primeiro plano, a Heloisa e a Beth Goulart. Cuidando a cadência das meninas, aparece ao fundo, o nosso professor de Educação Física, Wagner Previtalli, o Naguinho. Olhando essa foto atentamente, começo a ouvir, bem lá no fundo das minhas recordações, a característica "paradinha" da nossa Banda retumbando dentro do peito. Abram alas, ai vem a Banda do Estadual...
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8 de junho de 2010

Colegas: Strike Up The Band!

Alec Guinness, como Coronel Nicholson,
comandava o "assovio" no filme A ponte do rio Kwai
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Porque quando ameaça a revolta
E o peito se aperta por fim,
Não há o que renove a coragem

Como o som marcial do clarim.

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Willian S. Gilbert (*)
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"As bandas tradicionais ou as bandas marciais encantam não só pelo seu visual, seus uniformes, seu garbo, sua coreografia, seus instrumentos, mas também pela sua música, a música de banda, as marchas tradicionais e as marchas militares que executam. Nos tempos modernos, elas começaram também a executar arranjos de músicas populares e clássicas, adaptadas por seus maestros (ou mestres).
É interessante salientar, entre outras, a distinção principal entre uma banda e uma orquestra sinfônica. Essa grande diferença é a falta, na banda, do naipe (ou família) das cordas (violino, violoncelo, contrabaixo ...). É por uma questão de praticidade, pois ficaria difícil um deslocamento (ou marcha) com esses instrumentos. O som grave do contrabaixo é conseguido com as tubas e o agudo dos violinos, pelas flautas.
Um dos maiores compositores de banda de todos os tempos, para mim o maior, é o americano de origem portuguesa, John Philip Sousa (1854 - 1932). Olha aí nosso sangue lusitano na origem das músicas de bandas! É dele a marcha "Stars and Stripes Forever", é a sua obra-prima, não há quem não se lembre da melodia quando ouve, pelo menos do cinema. Era muito tocada por bandas marciais devido ao seu estilo floreado, que se prestava para coreografias nas apresentações. São também dele as marchas "El Capitán", "Semper Fidelis", "Washington Post March", e "King Cotton", todas igualmente bem lembradas quando ouvidas e sempre fazendo parte dos repertórios de todas as bandas que temos ouvido, em todos os tempos.
Uma marcha que ficou muito conhecida através do cinema, foi a que apareceu no premiado filme "A Ponte do Rio Kwai", de 1957, que era assoviada pela tropas, a "Coronel Bogey". A música não foi escrita especialmente para o filme, como pode parecer, é uma canção tradicional que as tropas inglesas, estacionadas na Índia, cantavam e que foi revivida durante a 2a guerra mundial. Portanto, ela é história real na "Ponte do Rio Kwai". Na época do lançamento do filme em Bagé, no final dos anos 50, os guris do Estadual também assoviavam essa marcha pelos corredores do colégio e nos intervalos de aula, e o filme, como era natural, foi motivo de muitas conversas entre nós. Esta película foi vencedora de sete Oscars, incluindo o de melhor filme, dirigida pelo inglês David Lean, que também conduziu "Laurence da Arábia" (1962), "Doutor Jivago" (1965), "A Filha de Ryan" (1970) e "Passagem para a Ïndia" (1984), este, o último filme do diretor.
O cinema foi pródigo em divulgar música de banda. Outros exemplos foram o tema do filme "O Mais Longo dos Dias" (1962), do mesmo nível, com grande marcialidade e que ficou muito popular, e a trilha do filme "Fugindo do Inferno" (The Great Escape - 1963), com uma melodia muito marcante e que ficou muito conhecida. Embora essa música tenha sido apresentada por orquestra sinfônica (incluindo as cordas!), o grande maestro Elmer Bernstein nos pareceu, de propósito, querendo imitar uma banda. A composição tem um trecho em que o som grave, que seria apresentado pelos contrabaixos, é executado virtuosamente pelas tubas, como se fosse uma banda. E o som das cordas (violinos) é bastante dissimulado pelo som igualmente agudo das flautas. O resultado sonoro nos parece de uma grande e garbosa banda marcial, apropriada para o tema de guerra do filme. Mas, para mim, a melhor marcha do mundo, a mais empolgante, a mais marcial, aquela que levanta o ânimo de qualquer indiferente,
é a "Lufwaffe Marsch" ou "Luffwaffe March", em inglês, (Marcha da Força Aérea Alemã), que apareceu na trilha sonora do filme "A Batalha da Inglaterra", (Battle of Britain - UK), de 1969, com a história dessa batalha aérea na Segunda Guerra Mundial.
E eu me surpreendi há pouco tempo quando descobri que George Gershwin (1878 - 1937), o grande compositor americano de música clássica (Rhapsody in Blue, Um Americano em Paris, Concerto em Fá) e também com extensa obra jazzística, que ouço há muitas décadas, tinha uma composição para banda, uma marcha, a "Strike Up the Band ". Mas a grande surpresa foi quando o Vaz me presenteou com um CD com composições de Gershwin, contendo uma amostra excepcional do autor: as três maiores obras clássicas, três músicas de jazz e essa música de banda que eu desconhecia. E o detalhe incrível: eu conhecia essa música tocada por banda desde guri, por volta de 1950, sem saber o nome dela, quando meu pai ouvia os famosos "jornais falados" da Rádio Tupy de São Paulo, de manhã cedo. Essa marcha era a característica musical do jornal (todas as características dos programas de noticiário da época eram marchas, novamente uma influência do pós-guerra). Desde então, fiquei com essa melodia na cabeça, e, incrivelmente, nunca mais a ouvi, em nenhum lugar. Mas aí, não sei por que força misteriosa, ela me cai às mãos pelo CD do Vaz. Agora, quando a ouço, me transporto para o meu quarto de criança na casa da Hulha Negra, ouvindo de manhã cedo, ainda na cama, o som do rádio Zenith, alimentado por bateria carregada com o aerodínamo Wincharger. O som vinha da sala. Entre os intervalos de anúncios das Casas Pernambucanas, Astringosol, Phimatosam, Biotônico Fontoura, Sadol, Creolina Pearson, Fenotiasina...,
eu também ouvia as últimas notícias pelo Jornal Falado da Tupy ou do Repórter Esso, que vinha logo após. Meu pai acompanhava essa programação diariamente...

Completando este resumo das grandes marchas para banda, lembramos que um dos hinos nacionais mais bonitos do mundo, o da França, é uma marcha que ficou famosa, "La Marseillaise". Ele Inflama o orgulho na nação francesa sempre que é tocado nos grandes acontecimentos, como o 14 de julho.
Sobre as marchas para bandas, encontrei no meu arquivo um texto dos anos 60, escrito por Richard Kleiner, musicólogo, e que escrevia uma coluna sobre discografia para a Newspaper Enterprise Association (Nova Yorque).

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"Em sua forma rítmica, a marcha é a música mais simples possível, pois seu compasso se adapta ao andar do homem -- um-dois, um-dois -- e o tempo é o da batida do coração. Talvez seja por sua primitiva simplicidade que a marcha empolga de um modo primitivo. As crianças reagem mais rapidamente à marcha do que a qualquer outra forma musical. Não exige raciocínio intelectual, nem interpretação, nada mais que uma reação emocional ou física. As marchas têm levado os homens à guerra através dos séculos. A dança de guerra dos índios é uma forma de marcha. O mesmo se dá com o tantã dos guerreiros africanos. É possível que os nossos primitivos e belicosos antepassados exaltassem o seu ânimo para combater com o auxílio de um simples bater marcial em um tambor. As marchas também servem a fins ideológicos. "A Marselhesa", por exemplo, veio a simbolizar o espírito democrático da França."

Agora perguntamos aos colegas: Será que lendo este texto não dá uma imensa vontade de ir até a praça para ver se tem alguma banda tocando para nos encher de alegria e entusiasmo ? Ou quem sabe acompanhar uma banda marcial em seu deslocamento e sair também marchando ? Vamos, pois, Vaz, Maria Amélia, Paulo Edison, Sardá, fazer as bandas voltarem aos bons tempos! Como diz no título da marcha de Gershwin:

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Strike up the band !
Que a banda comece a tocar!"

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Enviado pelo colega
Hamilton Caio

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(*) William S. Gilbert (1836 - 1911), compositor inglês, escreveu em colaboração com Arthur Sullivan, entre outras obras, as óperas cômicas (ou óperas bufas) "H. M. S. Pinafore" e "The Pirates of Penzance".
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Nota: Para ouvir as "marchas", é só clicar nos nomes que estão linkados para vídeos no Youtube.
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7 de junho de 2010

Muita história para (re)contar na Bagé de 200 anos

Muitas fotos foram enviadas para a exposição "Dois Séculos do Cotidiano...",
esta, mostra o Grupo Teatral Visconde Ribeiro de Magalhães
nos varais da Charqueada Santa Thereza, em 1948

A nossa colega do Estadual, Heloisa Beckman, que preside o Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda, envia nota com toda a programação do calendário de palestras do Instituto para estes meses finais do ano de 2010. As palestras são sempre realizadas na Casa de Cultura Pedro Wayne, têm entrada franca, e são abertas à todas as pessoas da comunidade. O Blog da Velha Guarda do Estadual, convida para que participem dessas palestras que contam, e também recontam, fatos da história de nossa cidade.

"Amanhã, dia 8 de junho, seguindo o calendário de palestras do Instituto de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda, teremos a apresentação de "A presença da família Simões Pires em Bagé", a cargo de José Otávio Gonçalves. O evento, como de costume, será realizado na Casa de Cultura Pedro Wayne, às 17h30min. Para Julho, dia 13, às 19h30min, será a vez do "Dois Séculos do Cotidiano de Bagé I - Imagem, Poesia e História". Este evento integra o Calendário de Eventos das Comemorações da Semana do Município. Ainda em Julho, no dia 27, Armando Luís Brasil apresenta e faz comentários de dois livros onde são tratados os limites e a formação de nosso Município. São eles: "Os Jesuítas dos Sete Povos das Missões", de Rubens Vidal Araújo, e "História do Povoamento – Conquista e Limites do Rio Grande do Sul – Trapézio de Bagé", de Fernando Cacciatore de Garcia. A palestra de Agosto, será no dia 10, com a psicóloga Maria Helena Dias, que apresentará "O gaúcho de Bagé – mito ou realidade?". Em Setembro, dia 21, está prevista uma Mesa Redonda, intitulada: "Guasqueada no Pampa", com palestrantes que falarão sobre a Família Guasque, desde a vinda da Espanha de José Cipriano Eduardo Joaquim Berlinguero Guasque, para o Brasil, em 1828, sua passagem pela Revolução Farroupilha, o filho Ignácio e o neto José Luiz, ambos médicos homeopatas em Bagé, e toda sua numerosa descendência até os dias atuais. Em Outubro, no dia 19, Heloisa Beckman apresentará o tema "A origem da família Ustárroz em Bagé", contando a vinda para o Brasil, desde a Espanha, de Geraldo e Tomáz Ustárroz. Para Novembro, marcada para o dia 16, será a vez de nosso patrimônio urbano, com a apresentação de "As praças de Bagé", trabalho de pesquisa de Élida Hernadez Garcia, a ser publicado em breve. Em Dezembro, dia 14, fechando com chave de ouro o calendário anual de palestras do IPHTT, Claudio Lemieszeck e José Otávio Gonçalves apresentam "Intendente José Otávio Gonçalves", cuja administração foi marcada por um grande desenvolvimento da nossa cidade. A comunidade está convidada a participar de toda essa programação que, como se sabe, tem entrada franca."
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Envido pela colega
Heloisa Beckman

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5 de junho de 2010

Dr Hollywood dos pampas

Assim Bagé conheceu o novo ministro Paulinelli

O ano ainda era 1973, eu já havia saído do Estadual, quando apenas um voto elegeu o general Ernesto Geisel para presidir o Brasil no período de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Tão logo foi “eleito” o general gaúcho começou a montar o seu futuro ministério. Não haveriam de ser anunciadas muitas novidades. Era, como se diz no futebol, o Golbery e mais dez, neste caso, dezenove. Mas um nome em especial era muito novo e muito desconhecido. Um jovem mineiro, de trinta e poucos anos, que fora secretário de agricultura do estado de Minas, Alysson Paulinelli, ocuparia o Ministério da Agricultura no novo governo que iniciaria no ano seguinte. Numa época em que os jornais usavam apenas os velhos e batidos clichês para ilustrar suas matérias isso foi um sufoco. Todas as figurinhas repetidas dos governos anteriores, e que iam se revezando nos ministérios, possuíam vários clichês nos arquivos dos jornais. Aparecendo nas lâminas, ora juntos, ora separados, era só ir recortando o clichê de latão ou chumbo para a foto não ficar muito manjada. A primeira publicação era do grupo todo, depois dois ou três, até que se recortava só uma pessoa da lâmina e se publicava como foto nova (!). Mas e esse tal de Alysson? Quem terá uma foto dele? No dia de publicar o “furo” jornalístico, o nosso velho e querido Correio do Sul,não teve dúvida. Meteu a tesoura num antigo clichê onde aparecia, talvez como um papagaio de pirata de mais alguém, o desconhecido, e futuro Ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli. A tesourada foi de fazer inveja ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy ou ao moderno e midiático Dr Hollywood, da TV. E foi assim que Bagé viu pela primeira vez a estampa do futuro ministro da agricultura do general presidente que nascera em Bento Gonçalves e que, no comando do executivo federal, promoveria a “abertura lenta e gradual” da “fechadura” instalada no Brasil com o golpe militar de 1964.

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Nota: Este é um dos recortes de jornais que fazem parte da minha coleção.

4 de junho de 2010

Eu vi a Banda (do Lemos Jr) passar...

Banda Marcial do Lemos Jr "aquecendo" no Mec

O Colégio Estadual Lemos Jr, é o Estadual de Rio Grande. Bem mais antigo que o nosso, o Lemos Jr comemorou seu centenário no ano de 2006. Quando fez cinquenta anos, em 1956, foi fundada a Banda Marcial do Colégio Lemos Jr, a primeira banda marcial estudantil do Estado, que seguia o modelo da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. Tão logo pode, a Banda do Lemos Jr passou a fazer apresentações em várias cidades a convite de escolas e prefeituras. Em 11 de outubro de 1959 foi a vez de Bagé. Em uma apresentação que marcou época na cidade, pelo fato de ser uma banda composta exclusivamente por estudantes, o pessoal do Lemos Jr fez primeiramente um "aquecimento" no pátio do 3o R.C.Mec onde estavam hospedados. A amiga e leitora do nosso Blog, Maria Amélia Goretti Estima, de Rio Grande, buscou no seu baú este maravilhoso registro e passou para nós. Quantas histórias mais para contar desse dia? Desde a viagem de trem até Bagé ou de quantos "corações partidos" deixaram essa apresentação em nossa cidade. Como diria o filho da Dona Laura: "São tantas emoções..." A Banda do Lemos Jr existe até hoje e continua com o mesmo garbo e cadência adquiridos nos mais de 50 anos de sua existência. Seria muito bom se eles fossem novamente a Bagé, em 2011, ano do bicentenário da cidade. Fica a sugestão. Certamente serão outras tantas "emoções..."
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3 de junho de 2010

Uma esquina no tempo - V, A maquete

A Esquina Bianchetti recontada em 2006
pelo guris da Arquitetura da Urcamp

O "Guasque" Gerson Luis Barreto de Oliveira, envia para o Blog a foto desta maravilhosa maquete da Esquina Bianchetti, que ficava ali ao lado do Estadual, feita em 2006 pelos alunos da professora Marcia Elisa, da Arquitetura da Urcamp. A Esquina Bianchetti pertencia ao pai dele e já foi referida no post Uma esquina no tempo, de 10 de abril de 2010. Era lá onde nós saboreávamos os deliciosos "biscoitinhos do Bianchetti". O Guasque Gerson colaborou na confecção da maquete oferecendo ao pessoal da Urcamp as fotos que possui em seu arquivo. Ou seria no seu próprio Baú de Don Guasque?
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2 de junho de 2010

Top Blog vai premiar semanalmente frases sobre vida sustentável

Ao votar no nosso Blog, clicando no selo ao lado, os internautas também podem se candidatar a prêmios criando frases com o tema "Eu vivo + sustentável". Veja como:

CONCURSO CULTURAL “Eu vivo + sustentável”

Podem participar deste concurso todas as pessoas físicas que cumprirem o disposto neste regulamento. Estão impedidos de participar os funcionários da empresa promotora, de suas subsidiárias, de suas agências e fornecedores, bem como seus parentes de primeiro grau.

O período de participação inicia-se em 07/05/2010 e encerra-se em 07/10/2010.

Para participar deste concurso, que tem caráter exclusivamente cultural, e que é realizado nos termos da Lei nº 5.768/71, art. 3º, regulamentada pelo Decreto nº 70.951/72 art 3, não é necessária a compra de qualquer bem, direito ou serviço da empresa promotora ou de terceiros, e a apuração dos vencedores não está sujeita a qualquer tipo de sorteio ou operação assemelhada.

Para inscrever-se e enviar uma frase, os internautas participantes da promoção deverão acessar o portal Top Blog (www.topblog.com.br) ou clicar no selo prêmio topblog edição 2010 e votar em um ou mais blogs concorrentes ao prêmio, preencher por completo os dados ali solicitados e suficientes para sua perfeita identificação, e escrever uma frase com no máximo 140 caracteres a respeito do tema “Como viver + sustentável?”

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1 de junho de 2010

O Baú de Don Guasque

A primeira página do manuscrito inédito de Lobo da Costa

João Simões Lopes Neto, o nosso maior escritor regionalista, nasceu, viveu, escreveu e morreu em Pelotas (9/3/1865 - 16/6/1916). A biografia do jornalista e autor de Lendas do Sul e Contos Gauchescos, dá conta de uma vida repleta de empreendimentos, a maioria deles, sem maiores consequências comerciais e econômicas. Desde as fábricas de cigarros "Marca Diabo", de vacinas, remédios... o que Simões Lopes Neto deixou de melhor foi sua obra literária e um famoso Baú, que a sua viúva, Dona Velha, deixou antes de morrer, tendo em vista que o casal não possuia filhos, para o jurista Mozart Victor Russomano, que até hoje o guarda. Isso, seguramente, deve-se ao fato de que Russomano teria sido a pessoa que mais lhe ajudara depois da morte de JSLN, que nada deixara como herança para sua viúva. Muitos pesquisadores, contando com a concordância de Russomano, já tiveram acesso ao conteúdo do Baú de JSLN. Certamente lá ainda há muita coisa para ser pesquisada e estudada. Pois Don Guasque também teve seu baú. O nosso amigo e leitor do Blog, Gerson Luis Barreto Oliveira, descendente de Don Guasque, médico e morador de São Gabriel, e que vai palestrar na atividade do IPHTT, no segundo semestre deste ano, justamente sobre Don Guasque, nos revelou que uma das suas descendentes, possuia guardada em um baú, um texto inédito de uma peça de um outro escritor e jornalista pelotense, Francisco Lobo da Costa (12/07/1853 - 19/06/1888). Com visão histórica e de mente aberta, o Gerson já colocou esse documento à disposição de historiadores, pesquisadores e estudiosos da obra de Lobo da Costa, como a Dra Beatriz Ana Loner e a Dra Angela Treptow, para que ele possa ser autenticado e reconhecido como de efetiva autoria do poeta pelotense. Numa " amostra do pano", como se diria lá na Hulha Negra, ilustramos esta postagem com a primeira página do manuscrito que estava no Baú da família de Don Guasque. Certamente ainda existem muitos "baús" por ai afora, em porões, sótãos... e neles estão documentos à espera de luz. Vamos lá, vamos abrir esses baús. Neles podem estar coisas inéditas do tempo do Estadual....
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31 de maio de 2010

Top Blog 2010

Para votar clique no selo, igual a este, ai ao lado

Pois já está ai ao lado o selo do Top Blog 2010, devidamente autenticado.
Vamos participar?

PRÊMIO - INCENTIVO CULTURAL E INCLUSÃO DIGITAL

Top Blog Prêmio é um sistema interativo de incentivo cultural destinado a reconhecer e premiar, mediante a votação popular e acadêmica (Júri acadêmico) os Blogs Brasileiros mais populares, que possuam a maior parte de seu conteúdo focado para o público brasileiro, com melhor apresentação técnica específica a cada grupo (Pessoal, Profissional e Corporativo) e categorias.
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Portanto, colegas, amigos e leitores do Blog da Velha Guarda do Estadual, vamos clicar no selo e votar no nosso Blog . Convide também seus amigos para fazer o mesmo. Vamos mostrar ao Brasil a força do nosso Estadual. Obrigado!
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Aqui jaz - II, Dissertação

A colega Elaine no local da sua pesquisa

Hoje, dia 31 de maio, acontecerá a defesa da dissertação da nossa colega Elaine Tonini Bastianello. O trabalho da Elaine tem por título Os monumentos funerários do Cemitério da Santa Casa de Bagé e seus significados culturais: memória pública, étnica e artefactual - 1850 / 1950. A banca examinadora será composta pelos professores doutores Francisca Ferreira Michelon, Pedro Luis Machado Sanches e Fábio Vergara Cerqueira, que também foi o orientador da dissertação da Elaine. Mais uma vez o Cemitério de Bagé é assunto de pesquisa, desta vez por aluno do curso de Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural, do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas. Todos estão convidados para este ato que ocorrera às 19 horas de hoje, na sede do mestrado, na rua Barão de Santa Tecla, 408, sala 2. Recentemente a mestranda Elaine já havia palestrado sobre esse tema no NPHTT o que mostra o crescente interesse pelo estudo dos nossos cemitérios e o reconhecimento deles como fonte de pesquisa. A Elaine estudou no nosso Estadual e hoje é professora de lá..
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30 de maio de 2010

Don Guasque em Bagé

O médico José Luis Guasque, neto de Don Guasque

Nesta terça, dia 1º, às 17h30min, na Casa de Cultura Pedro Wayne, haverá reunião do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda, para tratar de diversos assuntos, como a programação que recebeu o título de "Dois séculos do cotidiano de Bagé - Imagem, Poesia e História", evento programado para o dia 13 de julho, na Semana de Bagé, e que conta com o apoio da Casa de Cultura Pedro Wayne, Grupo de Poetas do CULTURASUL, Grupo Teatral de Santa Thereza, entre outros. Também se tratará da Mesa Redonda sobre a Família Guasque, onde será apresentada a história da família, desde a vinda da Espanha de José Eduardo Berlinguero Guasque ao Brasil, ele que ficou conhecido como Don Guasque. Esse tema será abordado pelo pesquisador uruguaio Pablo Lopes Guasque, que já apresentou esse trabalho na I Guasqueada, em 2008, na cidade de Foz do Iguaçú . A seguir a escritora e folclorista Elma Santana falará sobre a participação de Don Guasque na Revolução Farroupilha e sua passagem por Bagé. Encerrando o evento, o médico Gerson Luís Barreto de Oliveira falará sobre os descendentes de Don Guasque que fixaram residência em Bagé, como o filho Ignácio e o neto José Luís, ambos médicos, e de outras descendentes de Don Guasque até os dias atuais. O evento está previsto para o segundo semestre de 2010. Outros assuntos de interesse do NPHTT serão abordados na reunião desta terça-feira para a qual a nossa colega do Estadual, Heloisa Beckman, que preside o Núcleo, convida a todos os integrantes para se fazerem presentes..

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28 de maio de 2010

20.000 léguas submarinas

Chegamos a 20.000 "léguas" no dia de hoje. Seguimos em frente!
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Há seis meses, no dia 28 de novembro de 2009, uma idéia saiu do papel (ou da cabeça?): criar um blog para facilitar a comunicação entre os 30 ou 40 colegas que iriam participar do Primeiro Encontro da Velha Guarda do Estadual, no dia 12 de dezembro do ano passado. Era apenas mais um instrumento, mais um canal de comunicação para o pessoal que havia passado pelo antigo Colégio Estadual de Bagé, hoje a Escola Estadual de Ensino Médio Dr Carlos Antonio Kluwe. No blog seria possível reproduzir fotografias antigas ou novas, relatar as histórias e as tantas aventuras vividas dentro e fora dos muros do Estadual. Rapidamente veio a surpresa. Muitos acessos deram ao blog a incrível marca de 1.000 visitas já no dia 15 de dezembro de 2009, três dias após nosso reencontro no antigo prédio do colégio, o Palacete Pedro Osório, hoje sede da Secretaria de Cultura de Bagé. E, a surpresa: pessoas de outros países começaram a acessar o nosso blog. Nesta data já anotávamos três visitantes do Uruguai, dois da França e dois da Itália. Do Brasil eram 276 computadores nos acessando. Esses números foram crescendo e chegaram a 5.000, 10.000 e, no último dia 27 de abril, bateram a marca dos 15.000 acessos. Hoje, quando completa apenas seis meses de existência, o Blog da Velha Guarda do Estadual, chega também a uma marca histórica: 20.000 visitas. Colegas e amigos de 22 países nos acessam. Registramos quase 500 comentários às 170 postagens realizadas nesse período. Somos seguidos por 55 internautas e indicados como sugestão de leitura e pesquisa por outros blogs do Brasil, Uruguai e Portugal. Diariamente outros colegas vão tomando conhecimento do Blog e recebemos muitas colaborações em forma de textos, fotografias e documentos. Isso nos permite consolidar a Memória Coletiva do Estadual e reviver e contar aspectos da história de Bagé às vésperas dos seus 200 anos de existência. Muita coisa ainda vai aparecer por aqui. Os colegas começam a abrir seus arquivos e o Estadual vai revivendo seus anos dourados através das postagens publicadas no Blog. Como no clássico romance de Julio Verne, chegamos rápido às “20.000 léguas submarinas”. Mergulhamos no fundo de nossas recordações e trouxemos à tona a nossa juventude, a nossa inocência e as nossas expectativas de futuro enquanto éramos alunos do Estadual. O Blog é agora o nosso Náutilus e, como o Capitão Nemo, sonhamos com um mundo de Paz, sustentável e harmonioso. Para isso, o Estadual nos preparou. Vamos em frente colegas, precisamos enfrentar as frotas inimigas e os senhores da guerra que insistem, ainda hoje, em dar razão às ações do Capitão que Julio Verne colocou a bordo de um submarino, lá em 1868, a lutar, de forma drástica, pela Paz Mundial. Vamos lá guris e gurias, vamos ao fundo do mar, ponham seus escafandros, os Polvos Gigantes nos esperam lá fora, bem além dos muros do Estadual...
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