26 de março de 2010

Ôô que broto legal...

...........Esta camisa cor-de-rosa teve seus botões arrancados pelas gurias...

...e, como eram apenas "seis botões", um postal do artista
foi o prêmio de consolação para as que
não conseguiram se aproximar do Tony, lá no Glória.
.
A colega Vera Luiza lembrou da passagem por Bagé de um "astro do rock" que levou uma multidão de gurias do Estadual e dos outros colégios até o Cine Glória numa tarde dos anos sessenta. O "astro" quase saiu sem camisa... Olhem só o que ela conta:
.
"Agora era certo. Tony Campelo estaria em Bagé no sábado! Apresentação à tarde, no Cine Glória. A década de 60 adolescia... Nós também... Bem cedo lá estávamos. Éramos todas felicidade e expectativa de vermos nosso ídolo! Primeira fila. Acima de nós, o palco. Ali ouviríamos o som diariamente buscado nas rádios locais da época – Cultura e Difusora. Também na rádio Guaíba. De repente ele surge! Violão ao ombro, sorridente. Calça justa e uma linda camisa cor-de-rosa. Chega pelo meio do público, pela entrada da frente. Não sei se haveria como entrar no palco por outro caminho, fico a me perguntar... Canta e encanta a todas aquelas guriazitas bageenses, ávidas por emoção e novidade. Ôô que broto legal! Garota fenomenal... (1) E as canções da parada de sucessos sucedem-se... Ao final do show, agradecimentos, despedidas... O público feminino, então, sobe ao palco para os autógrafos – pelo menos essa parecia ser a intenção –, mas... em meio a tanta emoção, mãos e braços seguiam no ritmo do rock de Toni Campelo, a essa altura às tontas diante de tanto afeto das fãs de Bagé! Lembro-me do olhar de surpresa e pedido de ajuda que o artista, meio apavorado, lançava em direção à equipe promotora do evento cuja atitude inicial era de absoluta imobilidade. Acalmados os ânimos das gurias, Tony Campelo pôde sair do teatro, por onde entrara, pelo meio do público. Notava-se, no entanto, que não havia mais nenhum botão na sua linda camisa cor-de-rosa que ele tentava inutilmente fechar... Voltávamos para casa, satisfeitas, ao final do show, quando uma das gurias nos mostra, bem escondidinho no interior da palma da mão, um lindo botãozinho branco, ainda com uns restinhos de linha e alguns fiapos de tecido...
.
O sol se pôs suavemente na Rainha da Fronteira naquela tarde...
Tinha leves nuances cor-de-rosa..."
.
Enviado pela colega
Vera Luiza
.
(1) O "hit" do momento era a versão do "rock" I'm in alove, Broto Legal,
gravado orinalmente por Sérgio Murillo
.
Ô que broto legal
Garota fenomenal
Fez um sucesso total
E abafou no festival
Eu logo notei
O broto focalizei
Ela olhou eu pisquei
E pra dançar logo tirei
O broto então se revelou
Mostrou ser maioral
A turma toda até parou
E o Rock in Roll nós dois demos um show
Puxei o broto pra cá
Virei o broto pra lá
A turma toda gritou
Rock in Roll
E o Rock continuou
.
Ô que broto legal
Garota fenomenal
Fez um sucesso total
E abafou no festival
O broto então se revelou
Mostrou ser maioral
A turma toda até parou
E o Rock in Roll nós dois demos um show
Puxei o broto pra cáVirei o broto pra lá
A turma toda gritouRock in Roll
E o Rock terminou
E o Rock terminou...
..

8 comentários:

Manoel Ianzer disse...

Tereza e Gentil
memórias da época que o Tony Campello esteve em Bagé. Passem para o "filho dele", que é amigo de vocês, para ele saber do carisma e sucesso do pai nos anos 60.
Manoel

Hamilton Caio disse...

Uma grande lembrança dos anos dourados das décadas de 50/60, da era romântica do Estadual. Uma feliz e importante recordação porque é uma fase pouco lembrada, essa que antecedeu a chamada jovem guarda. Muito já se falou da turma do Roberto, Erasmo, Wanderléa ... e muito pouco dos que vieram antes deles, como Cely Campello (Banho de Lua) e seu irmão Tony Campello, e principalmente Sergio Murilo, que foi eleito o Rei do Rock pela Revista do Rock, no início os anos 60, por sucessos como "Marcianita" e "Broto Legal". Outro importante precursor foi Carlos Gonzaga, que embora já sendo veterano com outros estilos, passou a cantar versões de rocks em português que fizeram muito sucesso nesses anos, como Diana, do Paul Anka, e Oh Carol, do Neil Sedaka. E devemos citar a grande participação de Fred Jorge, o autor da maioria dessas versões. Sempre que a imprensa fica badalando a jovem guarda, logo lembramos: porque não falam nos seus precursores? Lembro de um depoimento importante do Tim Maia, há anos atras, sobre o Sergio Murilo. Segundo ele, o cantor aproveitou o sucesso aqui dentro e começou a excursionar com shows pela América Latina. Na volta ao Brasil, o vácuo deixado por ele tinha sido ocupado por Roberto Carlos. A partir daí, a decadência. Lembro de ver no jornal a morte precoce do cantor, em 1992, aos 50 anos e, lamentavelmente, esquecido. Vou procurar nos meus baús alguns exemplares da Revista do Rock.

Luiz Carlos Vaz disse...

Agora o Ianzer deixou a Tereza e o Gentil no compromisso de nos contar essa história...
Abraço, Vaz.

Luiz Carlos Vaz disse...

Boa lembrança da "Revista do Rock" Hamilton,
Boa lembrança...

Hamilton Caio disse...

E falando na "Marcianita" do Sérgio Murilo. Realmente, as viagens espaciais, de que falam a Léli e o Vaz em comentários ao post "A Luta do Século", não sairam antes dos anos 2000. Os futurólogos, contaminados pela euforia da recém iniciada era espacial, atropelaram as previsões e transmitiram a doença até para os artistas. A letra de "Marcianita" dizia em um verso: "Mas no ano 70 felizes seremos os dois", se referindo a uma previsão de descida no planeta Marte em 1970, com cálculos baseados no lançamento do primeiro satélite artificial em 1957. Uma previsão posterior "mais séria" já falava que essa data seria por volta de 1986, o que nem de longe se confirmou. As missões para a Lua, começadas com a primeira viagem em 1969, se encerraram em 1972. Hoje, há vagas expectativas de uma missão tripulada para Marte para bem depois de 2020. Antes disso, os lançamentos para a Lua serão retomadas para lá montar uma base permanente que sirva de apoio para viagens a Marte e outros astros. Mas o que realmente atropelou previsões e futurólogos, foram os orçamentos milionários desses projetos, que acabaram sendo postergados. E tudo depende das prioridades. Na atualidade, ir para a Lua ou Marte não é prioridade. As guerras e os conflitos estão em primeiro lugar, como sempre aconteceu com a humanidade. Quanto a "Marcianita" do Sérgio Murilo, esperamos que algum astronauta solteiro possa encontrá-la um dia e serem felizes os dois. Mas lembremos que, quando o Neil Armstrong e o Edwin Aldrin desembarcaram na Lua, em 1969, não encontraram nenhum "lunático" por lá, todos já tinham se mudado para o planeta Terra, há alguns milhares de anos antes de Cristo, e ... deu no que deu. Numa próxima viagem para a Lua, esperamos que outros astronautas encontrem algum "selenita" por lá.

Luiz Carlos Vaz disse...

Hamilton, ainda sobre a corrida espacial vale lembrar que a série "Perdidos en el espacio" (post do dia 23/3), inicia quando "em 1997 a Terra está enfrentando problemas de superpopulação e a família Robinson é enviada numa viagem espacial explorar planetas habitáveis". E o recorrente sobrenome Robinson, também presente em várias outras histórias, sempre retoma o velho Crusoé, de Daniel Defoe, escrito em 1719...

Anônimo disse...

Ao casal amigo Tony Campello e Mayra,filhos Luiz Campelo e Mariana, nossos sinceros abraços e é muito legal poder retroceder um pouquinho no tempo para relembrar a grande amizade de nossos filhos no Colégio Batista, Casa Pia São Vicente de Paula e uma enorme amizade que perdura.Sejam feliz Tony, Maya,Luiza e Mariana

Gentil Jorge/Maria Thereza, Renata Bastos e Gentil Jr.

Luiz Carlos Vaz disse...

Alô Gentil e Maria Thereza. Obrigado por comentar no nosso Blog. Será que o Tony já leu este post?
Um abraço, Vaz.