5 de outubro de 2011

Imagens do cotidiano, XLV, Bambu de Primavera


Este é um exemplar de Bambu Brasil. Nome óbvio, não é mesmo? Fotografei este no jardim de um amigo por aqui mesmo. Ele tem uns 20 centímetros de diâmetro. Nesta época dos ventos de Primavera sempre lembro das nossas pandorgas fazendo acrobacias pelos céus de Bagé. Com um bambu desses, creio que daria para fazer um 14-Bis...
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4 comentários:

Gerson disse...

Tchê Vaz, lembro-me que saía em grupo com a gurisada da volta da minha casa a procura de cana (bambu) para fazer as varetas da pandorga, logo em seguida eu ia procurar aquele cordãozinho que amarrava os pães lá na Padaria Bianqueti, Moderna e Continental, os quais juntava durtante o ano e quando chegava a primavera, era um novelo de cordão para confecionar a armação da pandorga. Depois eu ia com meu irmão num comercio que tinha na rua Venâncio Aires logo que dobrava da nossa rua, para comprar o papel de seda, que aliás era sempre vermelho e branco, fazendo alusão ao guarani e ao inter, colávamos o papel de seda na armação com grude (água e farinha de trigo fervida) que nós mesmo fazíamos, depois juntava uns trapos velhos para a cola,que hoje é rabiola, da pandorga. Nesse ponto já tínhamos comprado o cordão que era mais grosso e resistente que o utilizado para amarrar o pão, e também já tínhamos encerado o mesmo com uma bola de cera de abelha, é que o cordão depois de encerado ficava fortíssimo e não rebentava.
Feito tudo esse ritual íamos para o campinho quase em frente de casa, que era chamado de "o campinho do seu Adiles" e ali ficávamos horas até o anoitecer soltando pandorga, umas com roncador, outras sem, outras com uma vassourinha de xirca na cola para dar equilíbrio em vez de mais cola, outras com uma gilete na ponta da cola para cortar o cordão das outras.
E assim era a nossa grande aventura
que vivíamos no dia a dia da nossa infância e adolescência em Bagé, e é justo isso tudo que nos fez homens maridos e pais responsáveis hoje.

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, o Hamilton, na época, como guri mais adiantado do que nós no Estadual, lançou a moda das pandorgas caixão, tipo 14-Bis, que voavam sem cola e sem vento e, pasma, eram "soltadas" com uma linha branca, das costuras da Dona Loracy, que vinha num carretel de madeira - um pouquinho mais grossa que as linhas comuns de "torçal" - marca Corrente, que as colocavam nos ares em completa invisibilidade... Eram preparadas com esmero, forradas com papel japonês, levíssimo, o mesmo que ele usava nos Aeromodelos da Casa Aerobrás. Essas pandorgas, que o Hamilton batizou de Cometas, pesavam menos que um passarinho...

Gerson disse...

Tchê Vaz, eu conheci esse tipo de pandorga que falas, mas eu não entendi como elas alçavam voo, inclusive tinha um primo segundo que confeccvionava esse tipo de pandorga.

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, segundo me lembro, o Hamilton - que já era aluno do Aero Clube de Bagé, trazia leis físicas e aerodinâmicas para explicar que era o ar quente - tipico dos dias sem vento, que, passando pelo interior da armação, fazia com que ela se eleva-se do solo... mas aí vou ter que pedir que ele explique.
Alô Hamilton! Telefone prá ti...