Miriam Denise Kelm e JJ Poeta no Espaço Cultural Damaya |
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O Undécimo Sonho...
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(À Profa. Dra. Miriam Denise Kelm!)
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J.J. Oliveira Gonçalves
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Este é também um Sonho de Amor... De um Amor diferente. Um Sonho já vivido. Revivido dentro das relembranças... Um Sonho tecido de Saudades e Emoções que apertam o peito e marejam os olhos - os mesmos olhos de ontem, agora, com olhares diferentes a perscrutarem o Tempo em um releitura da Vida, já madura, provada, encanecida... Na verdade, ao pé da letra - e sob o véu da Metáfora - este Undécimo Sonho é, na verdade e literalmente, um Devaneio... Eis que o sonhei com os olhos abertos... Eu o senti cá por dentro. Apalpei-o. Senti seus cheiros. Seus sons. Suas cores. E mesmo o açucarado paladar de suas cenas... Enfim, um Sonho feito de olfatos, coloridos, fragrâncias e texturas... Quem sabe, para o coração, ainda um Sonho... Devaneio para o deleite do Espírito! Eis que - como disse - o sonhei de olhos abertos e, sendo os olhos "as janelas da Alma"...
Todavia, como gosto tanto da palavra "sonho", (coisas de poeta?), vou me permitir uma "licenciosidade" poética... Devo dizer que este não é um Sonho de Amor por uma mulher - das tantas que me acarinharam o peito, como se procurassem, nele, versos e que lhes cantassem, em sussurrantes rimas, doces e líricas canções de Amor... Mas, servindo-me das antíteses, (da Vida?), devo confessar que é, ainda, um belo e eterno Sonho de Amor por uma mulher... No caso, por uma Mulher-Cidade. Nasci de seu ventre. Me alimentei da Seiva de seu seio. Andei em seu colo. Me abriguei em seus braços. Fui conduzido por sua mão para o Caminhar da Vida... E, um dia - tendo ela me dado estudo e me transformado em moço - disse-lhe dolorido mas necessário adeus... Vim para longe em busca do meu Destino. Ah, no entanto, permaneceu, lá, no âmago de mim, aquele Amor que liga - para sempre! - a mãe ao filho... o filho à mãe! Ah, um Amor Etéreo... Puro, tranquilo e docemente apaixonado... Com certeza, é o Amor que transcende a si mesmo... Que vem do Telurismo da Terra e se abriga n'Alma... E regozija o Espírito!
BAGÉ... minha "Sempre-Bagé"! Do meu sorriso tímido e da alegria de ter nascido de ti! Foi muito bom te rever. Sentir a luminosidade de tua Alma... Te ouvir o pulsar forte do coração... Enfim, dividir, contigo, Mãe e Amada que és, os relatos silenciosos de minha vida, as tantas Dores que carrego em mim, e mesmo derramar algumas lágrimas em teu colo - como o fazia quando era assustada criança...
COMO NUM FILME revi cenas de uma história antiga: o longa-metragem da historinha espichada de minha vida... E filmei novas e encantadoras cenas com personagens de outrora e personagens outros que o Tempo me apresentou agora, quando se faz em mim a Estação Ocaso... O cenário? Ah, o cenário é imutável - embora as mudanças, aí, processadas... Na primavera que diz "olá" - entre nuvens e Sol - as flores, os pássaros, as praças, os perfumes, as texturas, enfim, o Pôr-do-Sol, pintam um Óleo-Sobre-Tela de rara Beleza e de amorosa e poética Luminosidade...
Até outro dia, Bagé - quando voltaremos a andar de mãos dadas a trocar cochichos adolescentes por ruas, praças e calçadas... E este poeta - que nasceu de ti - te recitará rimas já entardecidas, mas cor-de-rosa d'Alma... E versos já encanecidos, mas gentis do coração!
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4 comentários:
Caro Vaz...
Com grande alegria encontro esta postagem no "Velha Guarda" - o que me leva a falar um pouco dessa dupla sentadinha no banco... rs...
Sábado passado, à tarde, a Miriam me levou para uma espécie de "caminhada cultural". Assim que, após o "Museu Dom Diogo de Souza", fomos ao belíssimo "Espaço Cultural Damaya" - onde fomos cordialmente recebidos e "guiados" para nos encantarmos com seu interior. Sabes? Ao final da visita ganhei um belo presente "das bandas de Pelotas"... rs... Bem, embora não sejas lá muito guloso por doces, creio que conheces este lindíssimo livro "Colher de Pau" - Doces Tradicionais de Família - cuja autora é Maria Eulalie Assumpção Mello Fernandes. (Por acaso, conheces, Vaz? ...rs...) Bem, dali fizemos um "tour" - em museu a céu aberto - para apreciarmos casas e casarões antigos e artísticos de Bagé que, com certeza, têm História, Memória e Cultura em suas paredes, em seus silêncios, em seu jeito encantado de ser... Finalmente, Miriam me levou a uma confeitaria - que é o "grito" do momento... rs... Infelizmente, não lembro o nome, mas é na "7", ao lado do Clube Caixeiral. Ali, muito bem instalados, conversamos muito - enquanto apreciávamos o movimento na Avenida - comemos torta e bebemos chá... rs... Delícia, Vaz!
Sinto-me feliz e agradecido pela foto com que ilustraste o texto, pois Miriam encarna aquelas amizades de antigamente - embora ela seja jovem. Quando pisei, pela primeira vez, a sala de aula para ser professor, lá estava a Miriam na sexta série, Turma 66. Esse nosso primeiro encontro se deu no dia 04 de abril/1973. Então, começou uma amizade que se eternizou no tempo. Passaram-se os anos. Permaneceu a amizade. Resumindo: há cinco ou seis anos, minha sempre aluninha fez concurso para a Unipampa, aí, em Pelotas. Tirou o primeiro lugar e foi designada para Bagé. E o que me deixa ainda mais feliz, nessa historinha toda, Vaz, é que ela e o filho (adolescente) gostam tanto de nossa "Santa Terrinha" (mesmo no inverno!) que já se sentem bageenses!! Isso não é uma maravilha para nós que temos Bagé sempre conosco??
Bem, Vaz, vou arrematando por aqui, pois preciso "domar" a compulsão pela palavra... rs...
Franciscano abraço!
JJ!
Sr. Gonçalves,
Foi um grande prazer receber o Sr. e sua Amiga, e sempre que precisarem serão guiados com enorme satisfação. Quanto ao livro que recebeu sobre receitas tradicionais da minha cidade de Pelotas, ele realmente é maravilhoso e com receitas otimas, foi uma retribuição minha ao seu presente, o livro "Poesias Diversas" que é otimo. E que tem alguma ligação.
"Palavras que transformam-se em sabores e o Poesias que transparecem amores."
Obrigado
Att.
Emerson Rodrigues
www.damayaespacocultural.art.br
No site vocês podem ficar informados de todas exposições que já estiveram no Da Maya Espaço Cultural e muito mais.
Émerson, estamos programando uma visita da VG a esse espaço, dia 3 de dezembro, onde seremos guiados pela colega Heloisa Beckman na exposição que haverá em dezembro. Obrigado desde já pela acolhida.
Meu fraterno Emerson...
Graças à minha sempre aluninha Miriam - que conheci com 12 aninhos e, hoje, é competente professora da UNIPAMPA - conheci esse agradabilíssimo lugar bageense que é o "DA MAYA ESPAÇO CULTURAL"!
Foi um passeio delicioso entre ambientes e objetos que me levaram a Alma a silenciosos e saudosos suspiros reminiscentes...
Adoro doce - mesmo! E tens razão no paralelo entre doce e poesia, pois, em ambos, o sabor tem seu papel principal. Costumo dizer que o doce me adoça os Amargos da Vida... E que a poesia me adoça as Penas da Alma...
Muito grato pelo elogio ao livrinho mui singelo do nosso "Grêmio Literário Castro Alves", aqui, de Porto Alegre. E minha alegria e meu aplauso pela "Cruzada pela Memória do Patrimônio Artístico e Cultural" de minha Querida Bagé!!
Criei - espontânea e modestamente - esta espécie de "slogan" que diz bem de meu inegável entusiasmo por essa "Cruzada": "Da Maya: Consciência e Amor pela Perene Beleza da Arte!"
Com franciscano abraço,
JJ!
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