10 de outubro de 2012

Festival de Cinema no Carlos kluwe

DIRCE: “essa foi uma maneira de garantir que eles realmente aprendessem”


Esta é a novidade na Escola Estadual de Ensino Médio Carlos Kluwe.

Em um trabalho interdisciplinar inédito, os estudantes do 2º ano do Ensino Médio estão lançando o primeiro festival de cinema da instituição, denominado Troféu Carlitos.

Na escola, a ideia partiu de três membros da instituição, que viram no cinema uma ferramenta valiosa para a educação. O projeto está sendo coordenado pela professora de Língua Portuguesa, Dirce Assunção, o monitor, Márcio Mor e a professora de Educação Artística, Laura Witter.

Tudo iniciou quando os estudantes começaram a estudar a influência e as características do Realismo nas obras de arte. Surgiu então a oportunidade de realizar um trabalho interdisciplinar, apontando também a herança na língua. “Nós não queríamos que eles utilizassem os métodos convencionais de pesquisa, que não despertam tanto o interesse. Então sugerimos a ideia dos curtas, que foi bem aceita”, explica Dirce.

Começou então o processo de preparação para os alunos, que contaram com oficinas de cinema ministradas por Mor, que participou da produção do O Tempo e o Vento. “Repassei a eles noções básicas de divisão da equipe, como funciona uma produção. Depois distribuímos as funções nos grupos, que contaram com todas as funções de uma produção normal”, conta.

Após a distribuição das funções, totalizando 20 grupos, os estudantes começaram a trabalhar em cima do roteiro, que deveria ser original, contendo as heranças do realismo. “Foram abordados temas como corrupção, inveja, interesse. Essa foi uma maneira de garantir que eles realmente aprendessem, e não só copiassem as pesquisas da internet, como fazem muitas vezes”, explica Dirce.

Os estudantes também receberam instruções sobre os programas que deveriam utilizar na montagem do filme. “Busquei indicar programas fáceis de utilizar e que não fossem totalmente estranhos a eles (estudantes). Se eu indicasse um software complicado ou desconhecido, poderiam ter problemas na montagem”, informa Mor.

A estudante Gabriela Luna, 16 anos, conta que o trabalho foi uma forma inédita de despertar o interesse dos estudantes. “Foi uma maneira divertida e proveitosa de entender o Realismo, pesquisamos muito para conseguir compor os roteiros. Além disso, também aprendemos muito sobre o processo de criação de um curta-metragem, o que foi muito interessante”, ressaltou.

Apesar de ser um concurso amador, a intenção é que a próxima turma consiga inscrever os curtas produzidos para concorrer no Festival de Cinema da Fronteira. Neste ano não houve tempo hábil, já que a maioria dos curtas está em processo de finalização.

As premiações também remeterão a um concurso profissional, contendo categorias de premiações como Melhor Ator/Atriz, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Roteiro, Melhor Filme e Melhor Direção. Para avaliar os 20 curtas-metragens, foram convidados pessoas de renome da área de audiovisuais da cidade, como fotógrafos e diretores de cinema. O troféu que será entregue aos premiados também foi idealizado pelos próprios alunos, confirmando o vanguardismo da iniciativa.

A exibição dos curtas será realizado no auditório da escola, entre os dias 4 e 5 de novembro, às 18h30min. A premiação acontece no dia 10, com a exibição dos filmes vencedores da mostra.
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Um comentário:

Gerson disse...

Tchê Vaz, vou discordar deste sistema de ensino. Penso que com o ensino que tivemos na nossa geração foi o adequado, pois formou engenheiros, professores, médicos, jornalistas , poetas e outros tantos profissionais de valor imenso para a sociedade. Agora, desse jeito só teremos produtores de filmes e gente de artes, se os alunos não aprendem de outra maneira, é porque algo está faltando nos alicerces, como por exemplo, responsabilidade. Pois na nossa geração quem não estudava simplesmente rodava, e o professor sempre tinha razão, mas agora se o aluno tira nota baixa a culpa é de quem mesmo? Eu fico louco com isso.