1 de agosto de 2016

Glauco do Brasil


Glauco do Brasil

Sapiran Brito

Nos anos 90 dei uma câmera ao meu filho Zeca, e ele começou a fazer filmes. Quando nosso amigo Glauco Rodrigues comemorava 70 anos, oferecemos um jantar para ele em nossa casa, rodeados por amigos artistas, sons e sabores da terra. O Zeca aos doze anos entrevistou o Glauco, e ali nascia o longa-metragem "Glauco do Brasil", filmado em Paris, Roma, Veneza, Rio de Janeiro e Bagé.

Glauco Rodrigues com a sua arte inclassificável, que nasceu no realismo socialista e culminou na Pop Art, juntamente com seus amigos Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar lançaram um modelo econômico possível para Bagé; viver de arte, sobreviver de uma produção artística. E levaram o nome da cidade por onde foram, nos engrandecendo.

Quando fui secretário de cultura criei o Programa Cinema na Fronteira, que realizou mais de 50 oficinas de cinema em Bagé e região com diferentes professores de todo o Brasil. Recursos que buscamos lá em Brasília com o Ministério da Cultura que foram aplicados em dois anos de atividades das oficinas, resultando em mais de 100 curtas-metragens produzidos pela nossa gente.

Acreditamos na transformação cultural pela linguagem audiovisual e no desenvolvimento social, econômico e tecnológico que podemos alcançar com a indústria audiovisual. Bagé tem potencial para a produção local e para atrair recursos de fora, e somente atraindo investimentos poderemos movimentar nossa economia e crescer.

Durante as filmagens de "O Tempo e o Vento", enquanto eu era secretário de cultura, Bagé viveu na pele a Economia da Cultura, foram cerca de 10 milhões de reais, vindos de empresas privadas, investidos em Bagé e região, movimentando restaurantes, hotéis, transporte privado, comércio e a construção civil, além do legado da cidade cenográfica de Santa Fé.

Política que transforma se dá a longo prazo e precisa de continuidade para mostrar os resultados. Se toda criança tiver aceso a um computador, uma câmera, um lápis e um livro, teremos uma Bagé que caminhará junto com o mundo desenvolvido, uma Bagé que prepara seus filhos para o futuro e para os desafios da economia e da tecnologia.

Glauco Rodrigues levou Bagé consigo, e sua obra ganhou o mundo.


Nesta noite assintam o Glauco do Brasil do Zeca Brito, às 22h no Canal Brasil, é Bagé de exportação!

Nenhum comentário: