E se acabou no chão feito um pacote tímido
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Quando se aproxima o inverno sempre me lembro das chuvas “tocadas a vento” que a gente enfrentava para chegar até o Estadual. Aquelas esquinas onde o vento “encanava” eram as inimigas número um dos guarda-chuvas. Mas, os guarda-chuvas eram valentes, duravam anos a fio e não se dobravam com os fortes ventos que insistiam em arquear as suas bravas barbatanas. Hoje não é mais assim. Os Guarda-chuvas, todos Made in China, são fabricados para aguentar só um pouquinho de chuva. E sem vento. Uma das cenas mais comuns agora, após algumas horas de precipitação forte, é a dos descartes dos guarda-chuvas. É comum vê-los abandonados nas lixeiras, nas sarjetas ou mesmo no meio da rua. Pobres guarda-chuvas! Não há mais para com eles nenhum apego, nenhum vínculo, só gestos de desamor e abandono. Isso sempre me chama a atenção e vou por aí fotografando os “guarda-chuvas do (des) amor” sempre lembrando do filme que vi no Cine Avenida, lá pelos anos 60, Les Parapluies de Cherbourg, traduzido aqui para nós para Os guarda-chuvas do amor. Dê a sua colaboração, mande para o Blog fotografias desses pobres guarda-chuvas abandonados... Vamos começar mais uma série, Os guarda-chuvas do amor.
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.Nota: Os guarda-chuvas do amor, Cherbourg, 1957. Guy Foucher (Nino Castelnuovo) é um jovem de 20 anos que foi criado pela madrinha e trabalha como mecânico de carros. Ele é apaixonado por Geneviève Emery (Catherine Deneuve), uma adolescente de 17 anos que ajuda sua mãe viúva no negócio da família: uma loja de guarda-chuvas, que é elegante, mas pouco lucrativa. Geneviève também o ama, mas sua mãe acha que ela é muito nova para casar e não vê como Guy pode manter uma família. Ele é convocado para o serviço militar, mas antes de partir Guy e Geneviève fazem amor e ela engravida. Assim ela tem que escolher entre esperar pelo retorno de Guy ou aceitar uma proposta de casamento de Roland Cassard (Marc Michel), comerciante de diamantes, que se propõe a criar o bebê como se fosse seu.
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7 comentários:
Oi, Vaz...
Belíssimo texto!
Uma mescla de poesia, lirismo, lembranças e uma triste realidade - de guarda-chuvas e sombrinhas do agora...
Olhei décadas para trás, por sobre o ombro... E me (re)encontrei sentindo a chuva no rosto - naquelas esquinas onde o vento "encanava" e nos inundava a adolescência bela e audaciosa - e, por isso, a gente se imaginava imortal...
Ah, o filme era lindo e já nos ensinava sobre os quereres do Amor e os conflitos - terríveis e intempestivos(?) desse enigmático e inexplicável Sentimento... Sobre as Encruzilhadas surgidas "ao acaso" - tecidas pelo ardiloso Destino! Além do que, mais uma peça - dramática e poética - da famosa cinematografia francesa!
Ah, Vaz... Doces Saudades daquelas chuvas, daquelas esquinas de Bagé, daqueles guarda-chuvas - valentes e amorosos - coadjuvantes do filminho de minha vida pessoal - de "antanho"... rs...
JJ!
Olha bem, JJ, poesia e lirismo há sim nesse teu comentário... obrigado! São realmente lembranças da nossa querida terra natal onde - hoje, já nem chove mais...
No começo da minha caminhada estudantil eu ganhei uma capa de feltro que me serviu até a entrada do Estadual. Aquilo não era capa era uma armadura que nem bala entrava, ela tinha capuz e me cobria até abaixo das botas de borracha Verlon (marca da Alpargatas do Brasil) de cano a meia canela, enquanto muita gente faltava nos dias de chuva eu estava em aula, alias para mim chuva nunca foi dificuldade para ir à escola, porque além de gostar da vida na escola, eu tinha e tenho um pai e uma mãe que fizeram de tudo para que eu estudasse e não me faltasse nada essencial. Mas, porém, todavia, contudo, entretanto eu cresci e os guarda chuvas entraram no cenário e o impressionante é, que a cada inverno eles são mais inferiores que o último, chego a pensar que seja a única coisa no mundo que em vez de ser aperfeiçoada, é como diria o nosso filósofo XB, impioreia.
Gerson, a minha capa era Renner, azul marinho, não passava nada... nem sei quando usei um guarda-chuva pela primeira vez... Lembro que primeiro usei as capas de nylon, italianas, mas que já deixavam passar alguma cossita... mas eram práticas, de dobrar e depois colocar dentro do gorro plástico que fazia parte do conjunto, depois era acondicionada numa bolsinha quadrada. O maior "sú", meu!
Isso mesmo a marca da capa era Renner, nem lembrava desse detalhe, então tu sabes, e no inverno era muito quentinha não precisava estar chovendo. Essas capas de nylon eu já fui usar aquelas que vinha numa sacola quadrada, e vamos e viemos, como diz a minha mãe, chovia mais dentro da capa do que fora, isto sem contar que eu já era um bocadinho largo, e no inverno ficavam muito justas por causa das roupas mais grossas e em seguida rasgavam, era uma luta.
http://coisasdeada.blogspot.com/2011/06/soldados-que-perderam-guerra-jazem-nas.html
Luiz Vaz, encontrei a foto que precisava, para mostrar soldados que perderam a guerra...
Obrigada!
Ada
Oi Ada, ótima essa crônica sobre os "soldados que perderam a guerra", comnpartilhei no Facebook, um abraço, Vaz.
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