28 de maio de 2011

A poesia necessária - VI, Ladainha poética

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Foto com minha mãe, na noite de 08 de dezembro de 1970,  no Salão de Atos da PUC RS, quando confirmei a aceitação de meu Karma de professor!  Saudade é a palavra-chave... A Chave que abre meu coração para ledas Lembranças - hoje, indesmentíveis Dores... Vazios... Lágrimas... Solidões...  Quando o Ocaso vai se desenrolando ante minhas retinas de homem-comum e de poeta, resta a Esperança da proximidade do Reencontro...
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"A Casa de meu Pai tem muitas Moradas"... 
E espero ser merecedor de uma delas - quando chegar 
o Tempo de meu Espírito ir caminhar entre as Estrelas...
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Litanias...
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(À Minha Mãe!)
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J.J. Oliveira Gonçalves
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Mãe, em tardes como esta dói-me o peito!
Faz-se em Saudade o Outono... E em Nostalgias...
No fundo do quintal – em litanias
Desfaz-se um sabiá: meu outro jeito!
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Não há em mim, oh, mãe, mais alegria
E, às vezes, nem a mim mesmo eu aceito!
O dia é cor nanquim... E à noite eu deito
A assombração que sou: triste e vazia!
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Quando eu, (lá!), te perdi, perdi metade
Desta Existência! Ah... naquela tarde
De João Batista, (o Santo!), eu morri!
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Doridas as janelas da Memória!
Que o Bom Pastor te tenha em Sua Glória
E te recite os versos que escrevi!
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JJ O liveira Gonçalves
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Um comentário:

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Prezado Vaz...
Grato, por me brindares com esta dolente "Ladainha Poética"! Quem sabe, sem querer, mas por algum motivo, me sugeriste um título para escrever alguma coisa sobre minha mãe, ou para ela...
A palavra-chave, aqui, quando me deparei com esta foto, no nosso conceituado e reminiscente "Velha Guarda do Estadual", foi Emoção... E continua sendo Emoção! Sabes? Quando se aproximava o tempo de escolher uma escola para cursar o Ginásio, uma tarde, na cozinha - lá na Rua dos Sargentos, onde meus pais tinham o que chamávamos "venda" - minha mãe perguntou ao então menino de 12 anos: "João, pra que colégio tu gostarias de ir? Para o "Colégio dos Padres"? Sorri, com este sorriso tímido que tenho até hoje, e respondi: "Não, mãe... Eu quero ir para o Estadual." Ela me pareceu surpresa, sorriu e concordou. Ali, naquele mui singelo e familiar momento, o "Estadual" começava a entrar em minha vida - para sempre! - eis que os 7 anos de Estadual começaram em meus 13 anos e se estendem aos anos todos que carrego em meus passos, em meu coração, em minh'alma...
E assim vai a vida, meu fraterno Vaz... Tocada a Lembranças, Saudades... E mesmo de um justo e sadio orgulho de ter vivido o lírico romantismo de uma época chamada de Anos Dourados - com toda a significação que conservam, até hoje, esses Anos de Ouro de nossas jovens Existências e de nossas florescidas Paixões Adolescentes! Toda essa Maravilha singular, Vaz, intensamente vivida, lá, em nossa cálida e bucólica Bagé - onde fizemos Imortal e doce cada momento, com nossa Família, com nossas escolas, com nossas namoradas...
Abração, nesta manhã de Domingo de meu Pai Oxalá!
JJ!