20 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa! – VII, Maugeri, Müller, Sobrinho e Dagô

Football, Futbol, Fussball - como chamaram
no cartaz da Suécia - é com o Brasil
!
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Muitos são os jogadores que podem nos lembrar da copa da Suécia. Muitos foram os craques de 58. Muitos foram os primeiros Campeões do Mundo. Mas um deles, Edison Arantes do Nascimento, que naquela copa nasceu Pelé, foi o único que se tornou rei. Rei do futebol. Reinou jogando, e reina até hoje, quando o mundo lembra das suas jogadas de craque, do seu primeiro gol em copa do mundo, do seu milésimo gol, do seu último gol, dos seus 1.284 gols marcados ao longo da sua carreira. No Santos, na Seleção, no New York Cosmos... A nossa seleção, novamente usando a Camisa Canarinho, partira para a Suécia confiante, mas levando um jogador muito jovem que certamente nem jogaria. Ele tinha 16 para 17 anos e cumpriria seu papel de reserva de Dida, que já jogara como titular algumas partidas, enquanto o guri se recuperava de lesões no tornozelo e joelho. O tratamento da época, segundo ele, era na base do contraste: toalha quente e balde de gelo... o joelho do guri, que era chamado por Zito de Gasolina, era uma bolha só. Ele não gostava de ser chamado de Pelé, e preferia o apelido dado por Zito, Gasolina, por correr muito dentro de campo. Mas... Edison acabou virando mesmo Pelé. E virou definitivamente no dia 29 de junho de 1958, quando em Bagé o relógio marcava 10 horas da manhã. Pelos microfones da recém inaugurada Rádio Guaíba de Porto Alegre, os narradores gritavam: O Brasil é Campeão Mundial de Futebol!!! Os alunos do Estadual puderam ver depois, na edição especial da revista Sétimo Céu, as fotos do menino Pelé chorando no ombro de Gilmar. Ele acabara de realizar a promessa feita ao seu pai, Dondinho, em 1950, enquanto ele chorava a derrota da seleção no Maracanã: ser campeão do mundo de futebol. E foi nesse embalo que os compositores Maugeri, Müller, Sobrinho e Dagô, compuseram a música que até hoje lembra esse fato:

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A taça do mundo é nossa!

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A taça do mundo é nossa
Com brasileiro não há quem possa
Êh eta esquadrão de ouro
É bom no samba, é bom no couro

O brasileiro lá no estrangeiro
Mostrou o futebol como é que é
Ganhou a taça do mundo
Sambando com a bola no pé
Goool!

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Nota: Algumas fontes citam 1282, outras 1285, os gols que Pelé marcou. Não importa muito quantos tenham sido. Foram todos gols de craque.

(continua)

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Fonte FIFA e arquivo de jornais

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4 comentários:

Hamilton Caio disse...

Um assunto curioso, relativo a guerra psicológica no futebol, é o que lembro de ter sido divulgado na imprensa antes do início da copa de 1958. A então União Soviética, com o ego inflado pelo lançamento do primeiro satélite artificial da terra, o Sputnik, a menos de um ano, divulgou que seus computadores haviam previsto que sua equipe, jogando um futebol científico, seria a campeã mundial daquele ano ... E deu o Brasil, a história que já conhecemos da primeira conquista da copa. "Variáveis" como Didi, Vavá, Garricha e Pelé quebraram o "modelo matemático" dos russos e seu futebol ciência. Como vimos, o que os russos realmente provaram foi que seus bytes não batiam bola.
Aqui um trecho do vídeo do 3o jogo que o Brasil fez naquela copa, contra a União Soviética e seus computadores, e ainda foi a partida de estreia das duas lendas, Garrincha e Pelé:

http://www.youtube.com/watch?v=12XJeVMDhG8&feature=related

Luiz Carlos Vaz disse...

É verdade, Hamilton. E foi a primeira vez que a União Soviética participou da Copa como União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a CCCP. A Hungria, invadida em 1956, foi fraca para a Suécia pois seus principais jogadores se refugiaram na Espanha onde foram jogar no Real Madri, Barcelona...

Hamilton Caio disse...

O quinto jogo do Brasil nessa copa, com a França, já pelas semifinais, me lembra de uns detalhes interessantes. Eu estava na 2a série do ginásio no Estadual. Quando cheguei da aula, o jogo já estava em andamento.
Nos quatro jogos anteriores, a seleção brasileira ainda não tinha levado gol. Na véspera, a maior estrela da seleção da França, Fontaine, que já era o goleador da copa, disse que iria fazer um gol no Gilmar, nosso goleiro. E não deu outra, o Brasil começou abrindo o placar logo no início, e o Fontaine, logo depois, empatou. Lembrei dessa afirmação dele e fiquei muito apreensivo. Mas, como sabemos, de nada adiantou a ação do goleador francês.
Também, lembro do trecho de um comentário esportivo que havia diariamente, no início da noite, na novel Rádio Difusora de Bagé, feito pelo Mário Codevilla na véspera do jogo, que disse mais ou menos essas palavras: "Se a França tem o melhor ataque, o Brasil tem a melhor defesa da copa". Será que o Mário lembra desse comentário ?
Aqui um vídeo com o resumo daquele jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=vfEqMErZWR8&feature=related

Luiz Carlos Vaz disse...

Boa lembrança, Hamilton. E esse francês, Just Fontaine, de origem argelina cono Zenedine Zidane, é o recordista até hoje em gols em uma edição de Copa (1958): 13 gols. Ronaldo, o Nazário, é o recordista em Copas, 15 marcados no total de três copas: 1998, 2002 e 2006.(em 94 foi, mas não entrou em campo).