15 de agosto de 2010

Bagé, cidade histórica - II, reunião "em casa"

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O sentido da

Associação das Cidades Históricas do RS

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No próximo dia 17 de agosto acontece a terceira reunião da Associação das Cidades Históricas do Rio Grande do Sul em Bagé. A primeira foi realizada em Jaguarão em março deste ano e a segunda ocorreu em Pelotas no mês de maio.

A Associação das Cidades Históricas do Rio Grande do Sul abrange inicialmente os municípios que possuem bens tombados, ou em processo de tombamento pelo governo federal através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e assim fazem parte Antônio Prado, Bagé, Caçapava do Sul, General Câmara, Jaguarão, Novo Hamburgo, Pelotas, Piratini, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Tereza, São Miguel das Missões e São Nicolau.

Possuir a identificação com os bens que compõe o mosaico da nossa nacionalidade é motivo de distinção para estas cidades, e isto implica na abertura e manutenção de politicas públicas próprias com o intuito de reconhecer o valor do patrimônio como forma de acesso a programas e projetos específicos, e não como um gravame.

O Patrimônio Cultural como política pública precisa ser estruturado no Estado do Rio Grande do Sul, tal como existe em outros estados da federação, e como referência temos os estados Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, que são detentores de grande parte do patrimônio edificado barroco que durante décadas esteve associado à ideia da mais sofisticada representatividade patrimonial do Brasil.

Em Minas Gerais existe a sua associação das cidades históricas desde 2003, e dentre outras conquistas é destacada a sua atuação frente à companhia que distribui a energia elétrica, e que em razão de demandas das cidades históricas promoveu a realização da rede subterrânea de fiação, contribuindo assim com a valorização da paisagem urbana.

No momento que o Estado vive o seu processo eleitoral também é oportuno levar a público o debate que envolve o nosso patrimônio cultural, pois não podemos viver apenas às sombras de nossas façanhas, é necessário reconhecer a cultura como recurso efetivo que deve receber o estímulo para a sua preservação, produção e fruição em todas as suas vertentes.

Discutir o sentido dos bens culturais e realizar o devido investimento nesta área ainda é a exceção quando se trata do aporte efetivo de recursos públicos, e desta forma a cultura, especialmente no plano estadual, segue encharcada na saliva dos discursos que são servidos fartamente em eventos públicos e datas comemorativas.

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Alan Dutra de Melo
Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural
Diretor de Patrimônio Histórico da
Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão


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