12 de agosto de 2010

Aqui jaz - III, Bagé em Piracicaba

A colega Elaine entre a "elite cemiterial" do Brasil
(segunda da D p E)
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A ex-aluna e professora do Estadual, mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, Elaine Maria Tonini Bastianello, integrante do Núcleo de Pesquisa Histórica Tarcísio Taborda e membro da ABEC (Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais), participou no mês de julho na cidade de Piracicaba/SP de um encontro que estuda os cemitérios como um bem patrimonial, apresentando uma comunicação intitulada “O Cemitério como um Lugar para a Memória”, no qual ela destaca a importância do monumento tumular como suporte para a memória. Elaine ainda salienta que o cemitério da Santa Casa guarda a memória daqueles que construíram esta cidade, por isso a sua importância. Entre os acontecimentos do encontro ocorreu uma exposição fotográfica sobre arte cemiterial, no qual a pesquisadora participou levando fotos do Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé, que é o seu foco de estudo. O evento contou com workshop sobre conservação e restauro em ambientes cemiteriais, que aconteceu no cemitério da Saudade em Piracicaba, onde os pesquisadores foram divididos em grupos, conforme ilustra a foto. Ali eles aprenderam como limpar o mármore de Carrara sem provocar danos ao material e a construção tumular. De todas as atividades propostas pelo evento o que mais lhe chamou atenção foi a ida a um cemitério de protestantes na zona rural de Santa Barbara. As pessoas que ali foram enterradas eram imigrantes americanos que vieram para o Brasil pós Guerra de Secessão. Estes foram estimulados a vir, pois o imperador D. Pedro II cedeu alguns benefícios para desenvolverem a lavoura de algodão no Brasil. Por professarem outra fé, estes imigrantes não puderam ser sepultados nos espaços católicos, surgindo assim, nesta região o “Cemitério de Campo”, onde foram enterrados os americanos que para cá vieram. Merece destacar que cada família possuía um espaço no cemitério no qual seus túmulos se identificavam, suas edificações tipologicamente iguais lhe conferiam unidade familiar. Estudar os cemitérios nos permite conhecer as práticas cotidianas da sociedade, por isso a sua importância como um bem patrimonial, pois estes espaços transcende a sociedade que o erigiu.
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Enviado pela colega
Elaine Bastianello
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Um comentário:

Manoel Ianzer disse...

Bagé sempre na vanguarda, seja no meio artístico, cultural e rural. Constantemente em caráter inovador, é nessa frente que está o orgulho do bageense pela cidade.