16 de fevereiro de 2011

Alpargatas Roda

Argentina, uruguaia ou brasileira, Alpargatas Roda, e pronto!
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Não há nada comparável com uma Alpargata. E Alpargata, é Roda, ou Rueda, dependendo se é fabricada do lado de cá ou do lado de lá. Não há similar, imitação, genérico... só existem as Alpargatas Roda! E pronto. Com solado feito de corda de juta moldada com o formato do pé – sem distinção de esquerdo ou direito, o uso é que depois ordena essa situação – e cabedal de lona, a velha e boa Alpargata atravessa décadas do mesmo jeito. Já tentaram emborrachar a sua sola, mudar o tipo de acabamento, mas nada! A Alpargata nasceu pronta, é semelhante ao ovo, não tem o que melhorar.

Calçado que a gauchada usava para dar uma folga aos pés, a Alpargata até parece bíblica, Deus deve tê-la projetado antes mesmo de pensar em Adão.  No tempo em que ainda não haviam as Sete Vidas, chinelo de dedo ou os famigerados sapatos "de matéria" Verlon, as Alpargatas calçavam os pés da família. Usá-la como chinelo era entrar no paraíso do conforto. Conforme ia ficando velha, cresciam uns bigodes pela beira da sola que a gente precisava aparar com uma tesoura. Preta ou azul, teve sua época de “doutor de consultório” quando surgiu a versão em lona branca. A das prendinhas podia ser vermelha - ou cor de rosa, com presilha de tornozelo que fechava com um botãozinho branco, no formato de uma conta.


O fato é que hoje, quando só se consegue a Rueda, ao transformá-la em chinelo, uma sensação de paz nos invade e nos remete aos tempos de guri lá da Hulha Negra, quando, ganhar um par novo de Alpargatas era experimentar um pedacinho do céu, caminhar sobre as nuvens, andar quase descalço, com o invento que fornecia – no inverno, calor, e no verão, refrigério para os pés. Quem será que inventou as Alpargatas? Será mesmo que foi Deus?

11 comentários:

Gerson mendes Correa disse...

Tchê Vaz, usei alguma alpargata! E o conforto que elas proporcionam é incomum, em 2002 esteve em minha casa um amigo que se astreveu vir esnobar um par de alpargatas aqui em Curitiba, adivinha? Tomei elas dele e o tipo voltou para Bento Gonçalves descalço.

Luiz Carlos Vaz disse...

Mas bah! índio véio, manoteaste as alpargatas do louco! Da outra vez, manda o número do pé, uns trocos, que eu te mando daqui um par (ou dois...).

Argemiro de Brito disse...

Vaz, podes crer, ainda tenho as minhas... nada melhor pra tocar bateria que usar alpagatas, os pés ficam livres!!!

José Carlos Soares disse...

Vaz!Lembrei meu tempo em Arroio Grande, lá na fazenda Capão das Pombas, onde passava minhas férias escolares junta a Vó Pequena.Um abração do "mosquito".

Luiz Carlos Vaz disse...

Zé Mosquito, lá, pela proximidade da fronteira, deveriam ser as "Rueda"... Abraço, Vaz.

Unknown disse...

Mas bah! Adorei esse artigo, lembrei quando meu pai ía na cooperativa de Jaguarão comprar alpargatas para as três meninas dele, hahahah
Abraços
Lélia

Luiz Carlos Vaz disse...

E, certamente, Lélia, eram as coloridas, com presilha no tornozelo de botãozinho branco de bolinha...

Hamilton Caio Vaz disse...

Havia uma marca concorrente, as Alpargatas Rádio. Era idêntica, mas a preferência era pela marca Roda, eu já notava. Lembro muito bem delas, meu pai vendia as duas marcas no armazém (venda), em Hulha Negra. Sumiram do mercado depois. Conversei com a D. Loracy, minha consultora para "temas pouco lembrados", e ela disse que também recorda dessa marca. Poucos devem lembrar das Alpargatas Rádio.

IMPORTANTE: Ao buscar por "Alpargatas Radio" do Google, quando cliquei em um dos poucos títulos disponíveis, com o nome "Alpargatas Venezolanas" (sic), o antivírus bloqueou um Cavalo de Tróia. Portanto, mantenham distância dessas alparagatas "venezolanas"!

Luiz Carlos Vaz disse...

Hamilton, o máximo que eu lembro é das sapatilhas Sete Vidas, e das Venezolanas... distância! Nem para chinelo, hahaha

Anônimo disse...

Pela forma que vc. descreveu amigo Vaz, senti as alpargatas nos pés, o único problema e nunca deixar molhar era um peso danado e para secar era dificil..rsrsr

Um abraçào!

Da bageense Rosangela Herrmann.

Luiz Carlos Vaz disse...

Verdade, Rosângela, quando saio com as minhas e chove, volto para casa de pés descalços... (no verão, é claro!!!)