10 de março de 2011

E não dizemos nada

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"Mais um desrespeito à memória bageense... A cada dia ficamos mais pobres em nome de um "progresso na área imobiliária". Temos o dever de ser guardiões de nossa história, mas resistir como? Sem políticas de preservação é impossível...  Necessitamos urgentemente  de sensibilidade e ação contra essa cruel devastação do patrimônio arquitetônico da nossa cidade!"
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Palavras da Heloisa Beckman sobre a constante demolição de prédios históricos da cidade e que foram enviadas ao Blog pela Elaine Bastianelo.
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A propósito desse assunto,
lembrei do poema de Bertold Brecht.
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Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

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3 comentários:

Anônimo disse...

O que estão fazendo com a história e a arquitetura de Bagé é um desrespeito "escancarado" e escandaloso à memória de nossa cidade, e o engraçado é que são sempre os mesmos (por sinal, tem "santos" no sobrenome - mas graças a Deus não tem nada a ver com a nossa família)que derrubam e colocam coisas de extremo mau gosto no lugar, visando sempre o vil metal, o atelier é a próxima vítima, infelizmente!!!

Carlo Andrei

olmiro muller disse...

Em que rua de Bagé fica o prédio mostrado no foto?
Qual é sua importância histórica?

Manoel Ianzer disse...

Memórias derrubadas.
Histórias apagadas.
Com tristeza a ALMA chora...