19 de abril de 2011

O dia do índio e o índio da nota

O índio, com perfil greco-romano, se sobrepunha ao jangadeiro que,

junto com a Vitória Régia, ornamentavam nosso primeiro papel moeda
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Embora tenha sido criado já no primeiro governo Getúlio Vargas, não me lembro de comemorações relativas ao Dia do Índio no meu tempo de Estadual. A inserção do índio na história ainda era meio ufanista e descontextualizada. Os índios brasileiros "eram indolentes e, por não se deixarem aprisionar e trabalhar, obrigaram os portugueses a trazer escravos da África". Boa essa, hein? Além de preguiçosos foram culpados pela escravidão. Rondon, os irmãos Villas Boas e Darcy Ribeiro foram os brasileiros de "descobriram" os nossos índios. Sem eles, pouco saberíamos hoje da vasta cultura dos povos que habitavam por aqui quando chegaram os europeus sedentos por ouro incenso e mirra. No entanto, lembro bem da "nota do índio",  a primeira experiência tupiniquim de fabricar papel moeda aqui mesmo, na aldeia. Como qualquer guri da época, não gastei a primeira que meu pai me deu. Guardei como relíquia, como se fosse um espelhinho ou um colar de contas coloridas, dei uma de índio. Além do índio de perfil grego-romano e um  jangadeiro, uma Vitória Régia amazônica ornamenta o verso daqueles cinco pilas que guardei e nunca gastei. 
Acho que foi a música de Jorge Ben (que agora chamam de Jorge Benjor), na voz da Baby Consuelo (que agora chamam de Baby do Brasil) que, definitivamente, marcou o dia 19 de Abril como o Dia do Índio.
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Todo dia era dia de índio
Jorge Benjor
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Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar

Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar

Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim

Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes
Da Terra Brasilis

Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril

Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril

Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar

Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora

Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria

Da alegria de viver!
Da alegria de viver!

E no entanto,hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente

Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim

Terêrê,oh yeah!
Terêreê,oh!

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Um comentário:

Gerson Mendes Correa disse...

Realmente, eu também não lembro de homenagens e trabalhos para lembrar o índio brasileiro no meu tempo de Estadual. E como o Vaz comenta neste post era tido como vagabundo e coisa e tal, e o pior que ainda visto dessa maneira, marginalizado, sendo que é o único brasileiro nato.
Quanto a nota de cinco pila, passaram muitas pelas minha mãos, mas nunca fui tão rápido para segurar pelo menos uma para recordação, aliás é bem como diz o compositor e cantor Paulinho da Viola "Dinheiro na mão é vendaval".

Pecado Capital
Paulinho da Viola
Composição : Paulinho da Viola
Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval!
Na vida de um sonhador
De um sonhador!
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou...
Mas é preciso viver
E viver
Não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval!
Na vida de um sonhador
De um sonhador!
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou...
Mas é preciso viver
E viver
Não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
E solidão! E solidão!
E solidão! E solidão!
E solidão! E solidão!