3 de junho de 2011

Uma esquina no tempo - IX, Nos tempos da brilhantina

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Recebi do JJ:
"Como tens escrito sobre a famosa "Avenida 7 de Setembro" – de nossa Bagé - resolvi te enviar essa foto. Na época, apareciam aqueles fotógrafos que ficavam batendo foto da gente, assim, espontaneamente e ao ar livre... rs... Poxa, não dava tempo nem de passar a mão no cabelo para ajeitá-lo... Nessa, aí, vou - de passo certo - com um amigo, subindo a " 7 "... Lástima não seja uma foto de boa qualidade, mas dá para ver que eu sou esse baixinho de óculos escuros e cabelo lambido... rs... Nesse ano - 1961 - começava o Científico, em nosso Estadual de Bagé".
Abraço,
JJ!
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6 comentários:

Hamilton Caio Vaz disse...

Sensacional o título, que sacada, Vaz! Parece realmente o início do filme Os Embalos de Sábado à Noite, acontecendo na Sete! Lembro da fisionomia desse colega do JJ, e o cabelo dele está igual ao do John Travolta. Só faltou um lugar para clicar e iniciar a música "Stayin' Alive", rsrsrs! Bons tempos em que os Bee Gees e os filmes do Travolta embalaram as noites de sábado e todas as outras. Um achado essa foto, JJ!

Hamilton Caio Vaz disse...

Assim como nos textos, um filme pode ser muito valorizado pelo título, introdução, encerramento, ou outros detalhes, dependendo da ideia e da inspiração, o Vaz que o diga! Voltando ao filme "Os Embalos de Sábado à noite": o John "JJ" Travolta caminhando ao ritmo de "Stayin' Alive" e da batida do salto do sapato vermelho na calçada (com tomada em close!), tudo no mesmo compasso e no início do filme, é pura arte do diretor de fotografia ou de quem teve a ideia. E o roteiro é atualíssimo. Para quem já esqueceu, vale a pena rever.

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Alô, Vaz!
Pois, concordo plenamente com o Hamilton, quando exclama:
"Sensacional o título, que sacada, Vaz!" Poxa: é verdade! O Hamilton "captou" a mensagem implícita (ou explicita) no título e nos proporcionou uma série de sensações gostosas que nos fazem rejuvenescer - graças à sua memória prodigiosa e à sua facilidade de comunicação ao manejar as palavras. Pois, devo confessar que, além da grata surpresa de "dar de cara" com a foto, quando acessei o "blog", comecei a rir já ao me deparar com o título, que, realmente, é um achado feito de criatividade e oportunidade. E fui estendendo esse "bem estar" do riso - coisa escassa em meus dias atuais - à medida que lia o Hamílton e me via levado por sua bela narrativa aos tempos memoráveis (e imortais) da brilhantina... da dança expressiva... de John Travolta! Que maravilha!! Obrigado, Hamílton! E obrigado, Vaz - pois desencadeaste todas estas doces e lídimas reminiscências! Quanto ao amigo que vai comigo - de passo certo - é o Beto Morais, sobrinho do Adail Morais que, durante anos a fio, esteve chefe da LBA, no regime de exceção. O Beto, na época, era o proprietário do "Bar Rainha das Neves" - na Ismael Soares, a poucos passos do "Colégio das Irmãs" - o Espírito Santo - onde a gente esperava a namoradinha... rs... Quanta manhã, ficava, ali, depois de sair do "Estadual", apreciando - na "bucólica passarela a ceú aberto" - o desfile tão feminino e belamente adolescente das "meninas de azul-e-branco das Irmãs"... Desculpem, mas o coração deu um profundo e longínquo suspiro... Ali, o "JJ" conheceu um grande e shakespeareano Amor... Um "JJ" miúdo e tímido, com seu cabelo muito liso e muito preto... Ah, meus colegas, este cabelo que ainda hoje conservo, conheceu a brilhantina, também a glostora... rs... e, ainda, o "gumex"... rs... Mas, na maioria das vezes, ele ficava "lambido", assim como aparece na foto, graças à agua, mesmo... rs... Por fim, vou fechando meu comentário com estas palavras do Hamílton - que não só me emocionaram, mas me fizeram alegre a Alma, (que é depressiva), por ser alvo de comparações tão fraternalmente generosas!! Eis, então, meu conterrâneo e colega Hamílton: "Os Embalos de Sábado à noite": o John "JJ" Travolta caminhando ao ritmo de "Stayin' Alive" e da batida do salto do sapato vermelho na calçada(...)".
Abração "quebra-costela".
JJ!

Luiz Carlos Vaz disse...

JJ, essa fotografia é um "retrato da época" - desculpa o trocadilho. A gostosa caminhada pela nossa Avenida Sete, mesmo que muitas vezes não tivesse um destino específico, era uma atividade prazeirosa. Olhar as mesmas vitrines de sempre, passar pelas mesmas pessoas, pelos mesmos lugares... nos dava uma sensação de útero materno, de segurança, de ninho quentinho. Hoje, tão distantes de tudo isso, viajamos no tempo através desse teu "retrato" (tomado ao acaso por um fotógrafo anônimo) e ali não estão mais o JJ e Beto: estamos todos nós, ao lado dos nossos amigos, caminhando pela Sete. Obrigado JJ, mais uma vez, por compreender e incorporar o espírito deste blog: Abrir os "baús" pessoais, como quem abre o próprio coração, e compartir con nosotros esses momentos fixados no tempo por uma simples fotografia que, como descreve muito bem o Hamilton, narra um tempo vivido. Como diz o mestre G G Marques: "La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda, y cómo la recuerda para contarla..."

Luiz Carlos Vaz disse...

O JJ, para completar, me manda esta bela peça sobre a fotografia da Avenida Sete. Compartilho com vocês:
Passo Certo!
(Sobre uma foto reminiscente!)
J.J. Oliveira Gonçalves

De passo certo vou, com meu amigo,
Subindo a nossa 7 de Setembro!
Tempos de Vinho e Mel... Rosas e Trigo
A gente era (i)mortal... Eu bem me lembro!

O inverno se anunciava e o nosso abrigo
Eram os Sonhos - sempre - de Verão!
Com a Memória - juro - que consigo
Dialogar com cálida Emoção!

Olhando esse flagrante do Passado
Eu volto àquele Mundo Encantado
Onde de Verde os Sonhos meus pintei!

Bagé - materno ventre onde nasci
Minh'Alma - quando durmo - vai, aí:
Ruas recaminhar - que tanto andei!

Porto Alegre, 04 de junho/2011. 17h

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Oi, Vaz!
Gracias - mais uma vez - pela postagem desses outros versos meus!
E, ao tempo em que agradeço, te felicito pela beleza do texto em que começas dizendo que aquela fotografia é um retrato da época! Tuas palavras - principalmente para quem viveu intensamente os "Dourados Sonhos" - tocam fundo no coração e emocionam a Alma... É belíssima verdade o que afirmas em tua narrativa - espontânea e singular - que me soa em gostosa crônica poética. Estamos todos, ali, com certeza! Os traços tão pessoalmente diversificados de nossas faces estão, ali... E nossos passos... nossos sorrisos... nossos Sonhos... Estamos, ali, a caminhar - num fazer-nada, fazendo... Enfim, estamos todos, ali: irmãos pelo Ventre Bgeense e igualmente irmãos pelos Laços Afetivos de Estadual!
Vaz, quem sabe, um dia, possamos (re)fazer aquela caminhada despreocupada pela nossa "Avenida 7 de Setembro" - para curtir Saudades e dizermos, qual Neruda: "Confieso que he vivido". Quem sabe, hein, Vaz??
Abraço reminiscente!
JJ!