Fotografia Rafles Ramos |
Por detrás desta parede colorida eu estava até
ontem. Aqui funcionava um barzinho, um rendez
vous, tipo um Bataclã, sabe? Embora tenha feito parte da mobília por vários
anos, não cheguei a criar vínculo, sabe, uma amizade, assim, mais íntima com alguém,
sabe? Não sei se alguém vai me levar, ainda dou um bom caldo, sabe como é, né,
tem gente que tem preconceito... pode ser que uma alma boa me leve, sabe, passe uma q’boa,
ponha um forrinho. Acho até que posso começar uma relação estável...
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Fotografia enviado por
Rafles Ramos
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6 comentários:
Pois, Vaz...
Em homenagem a esse pobre e maltratado sofá - ferido em sua Carne, ignorado em sua Dignidade e de "Alma dolorida" - e a tantos outros que, transformados em indigentes, "choramingam suas Mágoas", suas Penas pelas ruas, pelos becos, pelas esquinas cinzentas das cidades, vai esta solidária trovinha...
"Quarta-feira do sofá
Do namoro à moda antiga...
Suspiros guardo - de lá
Quando Amor era cantiga!"
Abraço franciscano,
JJ!
Taí uma boa ideia, JJ, qualquer hora dessas vou te mandar com antecedência "um sofá" para fazeres a prosa do dia em forma poesia...
Tchê vaz, sobre esse sofá eu digo o seguinte: em vez de ficar cuidando o que rolava em cima dele, deveria ter aprendido a falar, sim por que se ele falasse logo logo apareceria alguém com culpa no cartório que preferisse ele calado, mas ao contrário está aí ao relento. Garanto que muita gente passa por ele e diz, ainda bem que tu não fala. Um baita abraço.
Ah! Gerson, se esse sofá falasse... não estaria aí, com certeza, rsrsrs
Estas postagens instigantes, e divertidas, das quartas-feiras, estão fazendo escola. Hoje, 16 de agosto, no noticiário das 13h:15, a Globo publicou novamente outra reportagem sobre os sofás abandonados.
No último verão, por falta de bateria carregada na câmera, perdi uma inusitada foto de sofás: encontrei estacionada na frente do estádio do Guarany de Bagé uma pequena caminhonete já bem usada, carregando dois sofás, também muito usados. O maior estava na caçamba e o menor amarrado em cima da cabine. Estariam sendo despejados? Estariam de mudança, incomodados com o barulho dos dias de Ba-Gua? Ou estavam seguindo o mesmo destino dos trinta e cinco sofás que já apareceram aqui no blog, e o dono estaria carregando-os para, sorrateiramente, abandoná-los no primeiro local onde “ninguém estiver olhando”? Fico tentando imaginar o título e o texto que o Luiz Carlos poderia ter criado para esta foto perdida.
Hamilton, não vi a cena, mas já fiquei imaginando uma boa história: Um Ba-Guá de sofás...
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