catedral da Medianeira encontrava abrigo do Pai Supremo".
AUREUS & ARGENTUM
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"Era uma empresa corajosa. A Ouro & Prata tinha essa virtude. Em primeiro lugar porque embrenhava seus ônibus pelos caminhos do pampa, quase sempre em estradas de terra batida, e em mau estado e, em segundo lugar porque retirava do lugar jovens nativos sedentos e famintos de saber. Talvez mal comparando, um "pau-de-arara" crioulo. Porém no nosso caso, jovens fortes, destemidos e dispostos a lutar por um único propósito: o diploma profissional. Lá em casa meu pai dizia: Ou estuda, ou trabalha. Minha mãe dizia: Estuda. Ouví minha mãe! Me despedí deles, claro que com emoção, mas sabendo perfeitamente que eu era obrigado a sair. Eu tinha que procurar novos horizontes. O guri tinha crescido. Meu destino, igual ao de tantos outros, era a cidade universitária de Santa Maria, que, diga-se de passagem, foi a primeira cidade não capital a sediar uma universidade federal. Porém, antes tínhamos que passar por Lavras do Sul, Caçapava do Sul e São Sepé até chegar na Boca do Monte. Sempre em estrada de chão. A viagem era prazerosa pelo alto grau de companheirismo que havia entre os viajantes. Todos nós conhecíamos uns aos outros, inclusive muitos colegas de aula do próprio Estadual. Isso atenuava certamente, os sentimentos mais puros de saudade da terra-mãe que ficava, a cada partida, mais para trás. Nestes quase quarenta anos, há um certo retorno às terras da Rainha, propiciado por um tal de Jornalista Luiz Carlos Vaz, um sujeito que contava piadas anotadas numa caderneta escolar. E que foi meu colega de aula num certo Colégio Estadual de Bagé."
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Texto e foto enviados pelo colega
Pedro Farias da Cunha
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2 comentários:
Aih Pedrão gostei, uma bela descrição de tua passagem, tem a impressão que a poesia "O Rosilho" foi por essa época que nasceu. Um abraço guri.
Muito obrigado, Gerson. A nossa Rainha é fonte inspiradora até para quem não é do ramo.
Abraço
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