Ophinizia era o nome da filha mais velha do casal José Luiz Barcellos Guasque e Aniceta Correa Guasque. Depois dela mais 16 filhos completaram a prole do casal. Com o pai médico homeopata - sempre ocupado, e a mãe, invariavelmente grávida, Ophinizia assumiu, conforme o costume da época como filha mais velha, a tarefa de ajudar a cuidar e criar os irmãos menores. Posteriormente estaria dedicada a cuidar os pais na velhice. Habilidosíssima dona de casa, foi treinada nas artes da culinária e doçaria.
Exímia na costura e bordados, ensinava as outras moças mas nenhuma chegava a igualar os seus dotes e feitos no bastidor de bordar. Um registro no Correio do Sul, nos anos 20, traz o seguinte teor:
"Conforme noticiamos, na Loja João Prati, em suas vitrines, estiveram expostos ontem e continuarão hoje vários trabalhos de bordados confeccionados caprichosamente e com apurado gosto artístico pela Exma. Senhorita D. Ophinizia Guasque, bordados esses que vêm merecendo o elogio de todos, pela sua perfeição".
Ophinizia, além de bondosa com todos os irmãos, era admiradíssima. Conseguia ter um ar sofisticado até, principalmente quando portava o fantástico anel de brilhantes que havia ganho de sua madrinha, com uma invulgar pedra de brilhante. Mas nunca teve tempo para pensar em casar. Até um tio, dizia-se a boca pequena, quase perdeu a cabeça por ela quando mais jovem. Um cunhado, já viúvo da irmã que vinha a seguir dela, também pediu-a em casamento, mas Ophinizia a todos rejeitou. Para dissabor de toda a família veio a falecer antes de muitos. Antes, inclusive, até do seu pai e sua mãe, que a sobreveria em muitos anos.
Enviado por
Gerson Luis Barreto de Oliveira.
5 comentários:
Vaz
Como sempre um espaço para as nossas memórias este teu blog.
A Loja João Prati era no atual Bazar da Moda.
Abraço
Gerson
Gerson, quem sabe aparece uma foto dessa loja?
A maravilha dessas fotografias antigas e a beleza sem par de nossas avós e bisavós, lindas damas e meninas do início do século XX, registrada por esses grandes artistas da época, os retratistas. Assim, também aquela foto publicada no post "Retratos antigos, proposta moderna", de 25 de julho, resgatada pelo Vaz no Arquívo Público Municipal. E a rica história do cotidiano de nossos antepassados, que de outra maneira poderia ser perdida, não fosse a publicação no blog. Que mais dizer? Que continuemos nos encantando com a memória oral e as imagens e documentos que vão surgindo dos baús, e que vão passando para este registro, e, definitivamente, para a História.
Obrigado, Hamilton. Tenho certeza que todos que vão se juntando ao blog começam a dar uma importância maior às velhas fotografias e as antigas histórias que ouviram, muitas vezes, ao lado do Fogão à lenha que aquecia os serões familiares em noites de chuva. Histórias de "assombrações" que, mais tarde, povoavam os nossos sonhos e alimentavam a nossa imaginação.
Vaz
E o que dizer daquela foto da avó da Ophinizia, Anna Luisa Romeiro Barcellos Guasque, a primeira bageense nata da Família Guasque.
Abraço
Gerson
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