A Bíblia do Cunhathay
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A Bíblia Rei James I
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Leituras Guasque - II
Através  da Família Guasque o livro mais editado do mundo não chegou até mim,  mas dei um jeito de suprir esta falha, começando com uma pequena  coleção. Onde se destaca a Bíblia do meu avô Idelmar Simões Barreto, que  se casou em 1930 com minha avó. Ambos eram vizinhos na mesma quadra em  Bagé, na Marechal Deodoro, próximo a antiga Estação Férrea, hoje Centro  Administativo.
Tenho muito apreço por este exemplar, eu sabia onde minha avó  Orphelina Guasque Barreto a guardava na campanha, na sua casa, aos pés  do Cerro do Cunhatay, em Dom Pedrito. Um dia ao chegar em férias fui  procurar algo na gaveta, onde eram guardados os livros, nada restava,  todos haviam sido comidos por um rato, menos o exemplar da bíblia de  1920, desde então foi minha.
Os Barreto, em 1930, já tinham todos se convertido a fé  Anglicana mas essa bíblia não é voltada para esta corrente cristã, a  tradução para o português não chegara até Bagé, e a biblia católica  seguia sendo utilizada. Lembrando que esta igreja foi reformada pelo  cruel Henrique VIII, aquele das seis esposas, e duas delas perderam  literalmente a cabeça ao se casarem com ele. Posteriormente o Rei Jaime  I, sucessor da sua filha Isabel I, publicou uma bíblia que fazia uma  reunião dos pontos de atrito das igrejas Católica, Luterana e Anglicana.
A mãe do meu avô era beatíssima dentro da Igreja Anglicana, e  devotava uma grande aversão a tudo que não fosse da sua fé, que como  toda fanática, acreditava ser a sua a seguir a verdadeira palavra de  Jesus Cristo. Tenho o exemplar que era dela, de 1903, mas também era uma  bíblia católica, e sei que ela a havia decorado de cabo a rabo.  Quando os netos querendo adulá-la perguntavam por um número aleatório de  página do livro santo, lá vinha ela citando a tal folha nos mínimos  detalhes para espanto de todos, e satisfação da própria.
Mais tarde ganhei da minha querida ex professora, Inês Baquè Simões  Pires, casada com um primo distante do meu avô, a legítima bíblia  inglesa do Rei James I, uma raridade de 1852, editada em Liverpool.
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Enviado pelo colega
Gerson Luís Barreto de Oliveira
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