6 de março de 2012

Nossa cidade era assim - VI, Mercado Público de Bagé


A colega Heloisa Beckman postou no Facebook esta foto do nosso Mercado Público. Reproduzo aqui não apenas para que se admire - mais uma vez - esta arquitetura única e se lamente a sua demolição, mas, principalmente, para que as novas - e velhas - gerações percebam a importãncia de se preservar a memória das cidades - que é, em suma, a nossa própria memória.
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7 comentários:

Anônimo disse...

Salve,Vaz ! Apesar de muito parecido com o Mercado de Pelotas,essas cúpulas "abobadadas" nos torreões e no portão de acesso davam a esse mercado um aspecto mais imponente.Quando o Mercado de Pelotas incendiou,levaram ao Prefeito Francisco Alves da Fonseca uma proposta de demolição do prédio para construção de um centro administrativo no terreno.Em entrevista gravada,ele me disse "felizmente a Prefeitura não tinha dinheiro.Se tivesse,eu teria demolido.Graças à Deus que não havia recursos e tive que arrumar o que sobrou do incêndio".Eram outros tempos e em Bagé o Mercado deu lugar ao Hotel Charrua e visinhos.Um abraço,Henrique Pires

Luiz Carlos Vaz disse...

Pois é, Henrique, como diria o Fernando Lessa Freitas: "Meu velho, tivemos mais sorte do que juízo...". Em Bagé faltou juízo. Os "12 milhões", resultado da venda do Mercado, certamente serviram para pagar algumas contas e perderam-se por entre os dedos...

Gerson disse...

Tchê Vaz, o meu sogro está aqui em casa e vendo esta foto ele me falou o seguinte:
- Esta esquina em primeiro plano era a loja do João turco, segundo ele era um comércio tipo mercearia, onde hoje é o Hotel Charrua.
- Falou-me também que abaixo da abóboda central era a entrada para o interior do mercado onde dava para um pátio, ou área de circulação interna, tendo acesso interno para todas as "lojas".
- Nessa mesma abóboda, central, vê-se o famigerado relógio do mercado na face frontal, tendo a Praça Silveira Martins a sa frente, lado oeste, e que para o lado leste também tinha outro relógio.
Vemos também um trânmsito movimentadíssimo e quase caótico de modelos "Ts" mais conhecidos por "Ford de Bigodes", e o guarda de trânsito no centro da esquina da Mons. Constábile Hipolito com a Av Sete despreocupadamente conversando com dois guascas.

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, é muito importante esse depoimento pois é a forma que temos de reconstruir a memória do Mercado. Os tipos de "bancas", os donos, as especialidades de cada uma delas, enfim, o dia a dia do Mercado Público de Bagé. Vou te mandar um questionário para ele responder, ok?

Gerson disse...

ok, estou espeando

Cid M. Marinho. disse...

Prezado Vaz,
Em diferentes épocas, funcionaram no "Mercado Público de Bagé" vários estabelecimentos comerciais, vamos relembrar de alguns:
-Casa Deiro, de Francisco Deiro, funcionou no Mercado de 1894 a 1900;
-Casa de Especiarias, de João Turco;
-Agência Lotérica Beltrand, de Francisco Beltrand.
-Casa Cabelem, depois vendida para Felipe Kalil, surgindo a Casa York;
-Salão Átilla;
-Restaurante do Machado;
-Sapataria Rainha das Botas;
-Restaurante do Greco;
-Casa Pibernat, armazém de secos e molhados;
-Açougue do Fuchs;
-Turco Picharo;
-Casa Formosa;
-Quiosque Central, do Sr. Saraiva;
-Eletrotécnico Dalvin;
-Armazém de Cassiano Amico;
-Funilaria de Carlos Martino;
-Estrela do Oriente -confecções- de Carim Mussi Feres;
-Peixarias e etc.
Havia no pátio um "algibe" que abastecia de água, todas as casas comercias do Mercado. Em 1914, foram construídos os dois pavilhões e as torres em cada uma das esquinas, assim como a cúpula central, onde foi instalado o relógio de duas faces.
E tal e coisa, e coisa e tal...

Luiz Carlos Vaz disse...

Mas bah! Cid, um verdadeiro passeio pelo Mercado... um senhor relato! Os leitores do Blog - e a memória da Cidade - agradecem.