Foto Luiz Carlos Vaz |
Com a devida licença de Stanislaw Ponte Preta,
o Sergio Porto, para os íntimos.
Luiz Carlos Vaz (*)
Para homenagear, quem
sabe, as mais de seiscentas mil vítimas da Covid19, eis que o Governador anuncia
em coletiva de imprensa a assinatura de um decreto obrigando a volta às aulas,
de forma presencial, em todas as escolas do RS.
No mesmo dia em que volta
a dobrar o número de vítimas, passando de 200 para 400 casos diários (sim, os
casos fatais que já foram de 5.000 por dia, baixaram, mas agora voltaram a
subir!), ficamos sabendo que as salas de aula, onde atualmente uma média de oito
a dez alunos comparece presencialmente (cujos pais precisam assinar um
calhamaço de folhas se responsabilizando por essa decisão - a de mandar os
filhos à aula presencial, e as possíveis consequências dessa opção) passarão a
abrigar de 30 a 35 alunos... claro, todos usando camisinha, digo, máscara, álcool
gel... mas SEM o devido distanciamento social... Eles ficarão de segunda à
sexta, mais de 4 horas lado a lado, mão com mão, nariz com nariz, boca com
boca, protegidos por um equipamento que deverá (?) ser trocado a cada duas
horas.
Quando Pelotas é destacada e notificada pelo Comitê de Crise pelo aumento
de casos, essa é a decisão do Governador! (*)
Mas por que isso? Porque
um órgão privado fez um estudo mostrando que as crianças e os adolescentes
estão com necessidade de convívio social diário! E estão tendo prejuízos na sua
“formação psicológica e acadêmica”. Não conheço a metodologia e nem outros
detalhes científicos do trabalho. É tipo... “Engole esse comprido, já! E mostra
a língua!”
Então, de acordo com esse
estudo, os pais devem jogá-los às feras! Jogá-los na arena onde o vírus da
Pandemia Covid19 os aguarda. Batatinha frita... um, dois, três!
Aos 45 minutos do segundo
tempo, faltando um mês para encerrar o ano letivo, salvaremos esta geração de
crianças amontoando-os em uma sala onde OS VENTILADORES OU CONDICIONADORES DE
AR NÃO PODEM SER LIGADOS! Salvaremos sua psiquê, mas além das máscaras, creio
que devam levar CAMISETAS E UNIFORMES para serem trocados, também, a cada duas
horas.
Como é fácil governar,
decidir, sem conhecer, sem visitar uma sala de aula sequer! E no caso das
escolas públicas, salas de aula cuja existência e manutenção estão sob a responsabilidade
do próprio Estado! Batatinha frita... um, dois, três!
Como a Vida está valendo
pouco! Não buscaremos, como se faz na medicina, uma segunda ou terceira
opinião?
Só faltou o Governador
dizer, como Winston Churchill, às vésperas da Inglaterra entrar de vez na
segunda guerra mundial: “Nada tenho a lhes oferecer, senão sangue, suor e lágrimas!”
Mas, pela ordem: suor de alunos e professores dentro das salas de aula sem
ventilador; sangue daqueles que porventura vierem a morrer; e as lágrimas, ah!
as lágrimas... as lágrimas serão daquelas que choram eternamente a morte dos
seus filhos, dos seus professores, dos seus amigos... as Mães!
Escolham sua frase:
Batatinha frita... um,
dois, três!
Que os jogos comecem!
Ave Caesar, morituri te
salutant!
A minha é: NÃO vou ligar o
botão do Foda-se!
Por isso lembro a última
frase de Prometeu, gritada por Paulo Autran no final da peça Liberdade
Liberdade: “Resisto! Resisto!”
(*) Veja os detalhes do Comitê de
Crise na página do Governo do RS, acessando aqui:
https://estado.rs.gov.br/estado-emite-aviso-para-a-regiao-covid-de-pelotas
Considerando os
pontos referidos, nos termos do Decreto n. 55.882, de 15 de maio de 2021, em face
da análise das informações estratégicas em saúde, tendência de piora na
situação epidemiológica que demanda a atenção no âmbito da Região COVID-19, se
faz necessária a emissão de AVISO para que a região adote providências com
medidas adequadas para a preservação da saúde pública, de forma a reduzir a
velocidade de propagação, incluindo ações tais como, mas não só: reforço nas
campanhas de comunicação local com orientação sobre uso orientação correto de
máscara, distanciamento e ventilação; orientação da vigilância em saúde para
que estabelecimentos realizem busca ativa de funcionários com sintomas de
síndrome gripal e encaminhamento de casos suspeitos para testagem adequada;
ampliação da disponibilidade e de locais de testagem; orientação da vigilância
em saúde para que estabelecimentos e a população em geral garantam e respeitem
o isolamento dos suspeitos e confirmados, manutenção da vacinação com
fortalecimento da completude do esquema vacinal (incluindo a busca ativa de
cidadãos e reforço da comunicação para aplicação da segunda dose), além de
forte ação de fiscalização não só de aglomerações, mas também do cumprimento
dos protocolos mínimos obrigatórios, especialmente de lotação dos
estabelecimentos, em diálogo com a população e o empresariado local.
Encaminhe-se cópia
do presente para o Comitê Regional da Região Covid-19, bem como ao Gabinete de
Crise para ciência.
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(*) Luiz Carlos Vaz é jornalista,
Fotógrafo e Editor deste Blog
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