Otacílio Fontana na mesa de controle da VFRGS na Estação de Bagé
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O velho manipulador que Dídimo usava na VFRGS ficou de herança para o filho
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Hoje, segundo meu inseparável Almanaque do Pensamento – Edição 2011, é o Dia do Telegrafista. Telegrafista lembra trens, lembra Viação Férrea Federal, lembra Viação Férrea do Rio Grande do Sul, lembra o colega do Estadual Gerson Mendes Corrêa, lembra o Dídimo Paes de Oliveira e lembra o Otacílio Fontana.
O Otacílio nasceu em Rio Pardo, em 1922, e além de trabalhar como Telegrafista no controle de trens da VFRGS, era homem de rádio, homem do esporte, "o homem que comenta porque sabe comentar", que era como o apresentavam, tanto na Rádio Cultura como na Rádio Difusora, emissoras que disputaram suas análises futebolísticas, temporada após temporada. O Dídimo nasceu em Montenegro, em 1911, filho de um imigrante português e de uma indígena da região, entrou para a então Viação Férrea do Rio Grande do Sul logo após concluir o Tiro de Guerra, que era o período curto de serviço militar que se fazia na época. Começou como Tuco, na Vila Olimpo, passou a Guarda-fio, e depois foi promovido a Telegrafista, trabalhando no controle de trens em Bagé, por mais de vinte anos até a sua aposentadoria.
Parabéns a todos os Telegrafistas, hoje tão escassos, e que foram tão importantes para o desenvolvimento do País. Na transmissão telegráfica, feita através dos “manipuladores” enviando “ponto, traço, ponto...”, seus ágeis dedos garantiram a nossa segurança pelos trilhos do Brasil afora. No Estadual também tivemos muitos colegas militares que eram Telegrafistas, principalmente da Aeronáutica, que falavam chiado e que, normalmente, aplicavam para as gurias que “eram do Rio”.
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NOTAS
1 - O Otacílio Fontana é o pai do Sérgio Fontana, Engenheiro Civil e Meteorologista, que mora em Pelotas e é também editor do blog O SéculoXX, de onde eu copiei a foto da mesa de controle.
2 - O Dídimo Paes de Oliveira é o pai do nosso colega de aula Paulo Antônio Barros de Oliveira, Médico, que foi estudar em 1972 na UFRGS e ficou morando em Porto Alegre.
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2 comentários:
Tche Vaz, obrigado pela parte que me toca, esclareço que quando controlei trens já era via telefone seletivo que por sinal era uma droga graças a esse sistema perdi 30% da acuidade auditiva nos dois ouvidos, mas quando vim para Curitiba controlar trens encontrei aqui o sistema por radio e GPS via menssagem de texto. Todavia tive o prazer de conhecer o manipulador mais conhecido por pica-pau, embora não o tenha operado.
E por sinal tenho uma foto trabalhando praticamente no mesmo trecho da foto do post, no ano de 1986, e a diferença de uma para outra é muito pouca, uma das diferenças que não aparece na minha foto é que o trecho vai de Rio Grande a Cacequí e na do post é de Bagé a Cacequí.
Morei na rua gen. João Telles, no quarteirão entre as ruas Venancio Aires e Fernando Machado(hoje, Artur Lopes). O Sr. Dídimo morava no quarteirão vizinho, entre a Fernando Machado e a Rodrigues Lima, e era muito conhecido por ser funcionário da viação férrea. Na época, os moradores diziam que o "Seu" Dídimo trabalhava na "estação", mas eu não sabia que ele era telegrafista.
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