6 de agosto de 2011

Os guarda-chuvas do amor - VII, Esqueleto de metal

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Deste, ficaram somente os ossos em sua esguia e gélida nudez...
Alguém lhe tirou o couro. Ou lhe arrancou as penas. Quando o vi - a quadra e meia de minha casa - chovia muito e ventava demais. Não pude, então, fotografá-lo - flagelado em sua anônima e muda desventura... Por isso, sei que era um guarda-chuva preto. Deixaram-lhe o esqueleto de metal aquecendo-se, macabramente, ao sol de inverno - sob a indiferença de olhares gélidos de indiferença... ou compaixão...
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Enviado pelo colega
JJ de Oliveira Gonçalves
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4 comentários:

Luiz Carlos Vaz disse...

Aqui o JJ além de "revelar" o lado fotógrafo (bom trocadilho este, hein??) escreveu parecendo sentir na própria carne (esqueleto?) as agruras que o destino reservou para o pobre guarda-chuvas despenado.

Maribel disse...

Legal a foto! E o comentário!!

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Olá, Vaz...
Pois é... É esse sentir que me atrapalha um tanto esta complexa andança terrena chamada vida, rapaz!
De repente, "incorporo" dores e sentires alheios. E, nem sempre, o "outro" é outro ser humano. Pode ser um animal, uma flor, uma pedra... (Aliás, as pedras me falam muito de solidão, de silêncio, de inércia, por exemplo.) E pode ser até mesmo o esqueleto metálico de um guarda-chuva. É que minha cabeça já veio assim meio(?) estragada, meio maluca... rs... E com um coração muito bobo e emotivo. Então, começo a fazer comparações, a tecer metáforas, enfim, a personificar os objetos... rs... Dizem que é coisa de poeta, Vaz - será verdade? Ou será de doido, mesmo?
Olha, quanto ao trocadilho, gostei muito mesmo! Ficou ótimo, pois "revela" uma verdade... E embora eu seja um mero amador em fotografar, com certeza, sou um declarado "amante" da fotografia... rsrs...
Obrigado, Maribel, pelo teu comentário. Fico contente quando consigo passar alguma coisa boa ou unteressante para as pessoas.
Abraço a ambos!
JJ!

Gerson disse...

Tchê JJ, eu te digo o seguinte, somos como uma impressão digital, ou seja, somos únicos, e podes ter certeza que na tua cabeça não tem nada estragado, e meu chapa todo artista é assim, senssível, se não o fosse assim, seguramente não seria artista, e isto te garanto com toda certeza, bombeia só eu sou grosso barbaridade assim feito um parafuso de arado como diz o meu querido pai, e por causa disso não tenho chance nenhuma de ser artista como tu. Até porque esse guarda chuva teve sorte de só tirarem-lhe o coro, pois se fosse comigo além de perder o coro ele ficaria sem um osso sequer inteiro.
Bah tchê, um kebra kostelas bem chinchado para voces todos.