Oswald é atingido mortalmente frente às cameras em Dallas, Texas
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"Aquele domingo, 24 de novembro de 1963, continuava em clima de consternação geral no mundo, estavam ocorrendo as visitas públicas ao corpo do presidente Kennedy, no Capitólio, o prédio do congresso americano. Ele tinha sido assassinado por Lee Harvey Oswald na 6a feira anterior, 22 de novembro. O sepultamento seria no dia seguinte.
Esse dia transcorria aqui em ambiente pesaroso, quando, a exemplo daquela 6ª feira, novamente fomos sacudidos por notícias urgentes vindas de Dallas, Texas, informando que o suspeito da morte do presidente tinha sido baleado mortalmente por Jack Ruby, enquanto era transferido de presídio. O inusitado do fato é que tudo ocorreu perante as câmeras cinematográficas e fotográficas dos repórteres, deixando todo mundo ainda mais perplexo. Ainda não tínhamos televisão em Bagé, as primeiras imagens olhamos nos jornais do dia seguinte, com as cenas que também ficaram históricas. Mas, logo vimos no cinema, nas reportagens que passavam antes do início da sessão principal com os acontecimentos mais recentes. Os filmes foram dramaticamente fiéis, onde se viam as cenas, o som do tiro e a contorção e grito de dor do Oswald, atingido no abdomem. Essas imagens correram o mundo, naturalmente.
A lei penal americana é rígida, Jack Ruby acabou julgado e condenado, mas morreu na prisão no início de 1967, acometido por câncer, enquanto aguardava recurso da sentença.
Novamente, tal fato nos deixou espantados pela correlação entre eles, e enchendo todos de muitos porquês e muitas dúvidas. Como sempre acontece nesses casos, "teorias da conspiração" se propagaram, tentando explicar esses acontecimentos em cadeia.
Foram episódios marcantes nos anos 60 na vida americana. E ainda no ano seguinte ao da morte de Ruby, 1968, novamente dois assassinatos políticos aconteceram, com diferença de dois meses. Em abril, foi do lider pacifista e ativista político Martin Luther King, e em junho do Senador Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy, e que já fazia campanha como pré-candidato a presidente.
Mas a década de sessenta passou, outros homens desceram na lua, a ciência e a arte continuaram marcando as suas épocas e mais líderes tomaram o lugar dos que se foram passando para a história.
A vida, claro, continuou. Mas toda vez que tocava a característica do correspondente Renner em edição extraordinária, todos silenciavam e prendiam a respiração na possibilidade de ouvir novamente outra notícia trágica vindo de Dallas, Texas, urgente!"
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Enviado pelo colega
Hamilton Caio
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5 comentários:
Vou ver se acho o crédito dessas fotos. Se bem que foram inúmeras, quase todas do mesmo ângulo, feitas por dezenas de fotógrafos, ao vivo. Outra situação dessas só veríamos na cobertura da CBS, no Viet Nan, e bastante tempo depois, a CNN na guerra do Iraque, também ao vivo.
Muito bom remontar por escrito memórias, e o povo ou leitores esquecem de lembrar-se. E você faz isso aqui.
Agradeço por postar um comentário no meu blog na página da biografia de Dina Sfat: http://lucidreira.blogspot.com/2008/10/pequena-biografia-de-dina-sfat.html.
Esperava encontrar outras curiosidades da saudosa atriz e do Paulo José, só ao autografo. Mesmo assim valeu a pena pois descobrir outra curiosidades.
Abraço
"Teorias da conspiração" à parte, a verdade é que, até hoje, a história sobre o assassinato de John Kennedy ainda não foi bem contada. Não há certeza de que o assassino tenha sido realmente Lee Oswald, pois ele foi morto antes de se concluir a investigação. Está faltando aparecer um pesquisador arguto e descomprometido que conte a versão irrefutável daquele fato.
Quando frações de segundo podem representar a mudança do universo, ou a diferença entre a vida e a morte. Observemos o exíguo intervalo de tempo entre as duas fotos: na primeira, todos os olhares estão unicamente concentrados em Lee Oswald, ninguém observou que Jack Ruby já entrou no cenário com o revólver em punho, apontado para o centro do corpo de Oswald; na foto seguinte, alguns centésimos de segundo depois, a história mudou seu rumo.
Olmiro, concordo plenamente. Ficou muito por esclarecer. Muitas "teorias" são fantasiosas, mas pelo menos uma, no meu ver, é a mais racional e foi reforçada ultimamente, de maneira bem discreta. Mas a nossa intenção, claro, não era abrir essa antiga polêmica, a ideia era só relembrar um fato importante de nossos tempos de estudante, e nem havia espaço aqui para isso.
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