25 de agosto de 2011

Os 50 anos da Legalidade

 Jânio, em foto histórica, parecia não saber para onde ir
(foto de Erno Schneider, do Jornal do Brasil)
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Faz 50 anos. Ou 57? Do que estamos falando? Da tentativa de golpe – com a "instalação" da República do Galeão, que precipitou o 24 de agosto de 1954, ou da outra tentativa, também frustrada, de golpe em 1961? Ou das três tentativas anteriores - como a de Aragarças, durante o governo JK? Tanto faz. Hoje lembramos os 50 anos da tentativa de golpe de 1961, que encontrou resistência aqui no Rio Grande do Sul e foi impedida graças a ação enérgica e corajosa do governador Leonel Brizola, graças a decisão constitucional do comandante do 3º Exército, graças a posição firme da Brigada Militar, e graças ao fundamental apoio popular.
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 Brizola defendia a Legalidade Constitucional em discuros empolgantes
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A Legalidade, como ficou conhecido o movimento para garantir o cumprimento da Constituição Brasileira, para garantir a posse ao vice-presidente eleito, João Goulart, após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, completa 50 anos. Em 25 de agosto de 1961, através de um lacônico bilhetinho, o presidente comunicou ao Congresso Nacional que renunciava ao cargo apenas sete meses depois da posse.
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Ao Congresso Nacional
Nesta data, e por este instrumento, deixando com o Minsitro da Justiça
as razões do meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República.
Brasília, 25-8.61. /  Assinatura

Era mais uma crise para a república brasileira enfrentar. E enfrentou. Garantiu a posse do vice eleito, mas, os militares almejavam desde 1953 tomar o poder. E acabaram tomando. Destituíram Jango em 1964, rasgaram a Constituição e mergulharam o país numa ditadura que durou duas décadas, causou inúmeras mortes de civis e militares, e até hoje tem seus arquivos e documentos mantidos em sigilo, considerados como “secretos”. O que haverá nesses arquivos de tão secreto? Eu gostaria de saber (e publicar aqui no Blog). 
A Legalidade foi um movimento de resistência democrática, de apoio a lei e a ordem constitucional, bem ao estilo gaúcho, bem com a nossa cara, com a cara do povo do Rio Grande do Sul.
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4 comentários:

Léli disse...

Adorei este post! Tô contigo!

olmiro muller disse...

Os militares apossaram-se do poder institucional por delegação da classe dominante (banqueiros, grandes industriais, grandes ruralistas, multinacionais), que sempre deteve o poder econômico.
Para os poderosos foi muito cômodo bancarem os bonzinhos e deixarem o jogo sujo (autoritarismo,repressão, tortura) para as forças armadas que, inocentemente ou não, cumpriram o papel à altura, satisfazendo os interesses daquele momento.
Na verdade, o que realmente determinou aqueles acontecimentos (suicídio de Getúlio, tentativas de golpe, golpe propriamente dito) foi o receio de os EUA e a classe dominante nacional perderem o domínio e a riqueza que tinham, principalmente devido à ameaça que sentiam com a presumida investida comunista na América do Sul, o que acabou não acontecendo.

Luiz Carlos Vaz disse...

Oi Leli! sempre é bom te ver por aqui! Bj!

Luiz Carlos Vaz disse...

E é bom, Olmiro, que 50 anos depois, não tenhamos esquecido o significado do movimento da Legalidade.