24 de agosto de 2011

Os guarda-chuvas do amor - XI, Asa Delta

Fotografado em Pelotas/RS
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Imagino que, quando o vento soprou mais forte, este pobre guarda-chuva saiu assim... como uma Asa Delta, voando, voando, até pousar suavemente as margens plácidas do Canal do Pepino, esperando ser resgatado pelo seu proprietário, a essa altura, já todo ensopado. Mas ele não foi, deixou-o ali a sua própria sorte, abandonado, mas pronto para outros voos, pronto para virar celebridade, virar notícia no Blog da Velha Guarda...
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2 comentários:

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Pois, Vaz...
Uma asa-delta... disseste bem. Mas também bem que poderia ser um pássaro ferido... Um anuzinho lá das bandas de Bagé... Ferido, sim. Machucado. Asas rompidas ou demasiadamente pesadas, ("ensopadas", com dizes), que não pôde mais levantar vôo. Tenho que tristemente reconhecer: se for asa-delta, com certeza, alguém que passe se interessará por ela. Afinal, vê bem, Vaz: é uma asa-delta!!
Por sua vez, se for um pássaro - um anu, quem sabe - quem se interessará por ele, Vaz? Afinal, pássaro é um bichinho, um ser vivo, um simples ser da Natureza... E um ser da Natureza dá muito trabalho, tchê! Esses "estranhos" seres - quase alienígenas! - dão trabalho, exigem cuidados, enfim, eles até sujam nosso "impecável" ambiente natural... Queres saber? Eis um nauseante e revoltante exemplo: tenho vizinhos - que os gostaria bem longe! - que acabaram com árvores belas, frondosas e floridas, porque "sujam muito a calçada"... E eu pergunto: há quem suje mais, (considerando-se todo tipo de sujeira!), que o deletério bicho-homem?
Mas, voltando ao nosso acidentado guarda-chuva que, metaforicamente, já o transformei em pássaro, até em anu... Bem, não querendo ser 100% pessimista, claro que pode aparecer alguém que o resgate de sua desgraçada sorte... E, se assim o fizer, é que tal alguém tem uma sensibilidade à flor da pele e, provavelmente, abriga no retumbante peito um rubro e franciscano coração de pássaro!
Meu caro Vaz: eis, aí, o esboço de um mini-conto, (kafkaniano?), de um guarda-chuva que, abatido pelo vento e pela chuva, pousou feito uma asa-delta - mas que se metamorfoseou em fragilizado passarinho, à espera de um resgate que não o aprisione no cárcere privado de alguma gaiola!
Forte abraço,
JJ!

Luiz Carlos Vaz disse...

JJ, teu comentário é uma verdadeira Crônica, quase um post, obrigado meu amigo!