Proibir Lobato! De novo?
Leiam e, por favor, divulguem essa oportuna e importante manifestação da ABRALIC sobre a tentativa de proibição de Caçadas de Pedrinho (Monteiro Lobato) pelo CNE, um ato de censura tão condenável quanto inaceitável.
CARTA ABERTA
Curitiba, 5 de novembro de 2010.
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LITERATURA COMPARADA – ABRALIC, em vista da divulgação do parecer 15/2010, aprovado no âmbito da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e seus desdobramentos, vem a público manifestar seu apoio a entidades e especialistas da área dos estudos literários e culturais que já intervieram neste debate ressaltando as seguintes posições:
1. nosso repúdio a quaisquer formas de censura às manifestações estético-culturais;
2. nossa recusa a formas de abordagem da literatura e da arte que se limitem a uma dimensão estritamente conteudística, minimizando a relevância de sua função estética;
3. nossa rejeição a tendências que submetam os repertórios literários a formas de revisionismo pautadas por propósitos higienizadores de qualquer ordem;
4. nossa resistência a procedimentos que produzam artificialmente o apagamento da diversidade e complexidade das representações da sociedade presentes na produção literária de qualquer época;
5. nossa condenação a ações que camuflem as insuficiências do sistema de formação dos professores, julgando reparar tais problemas com notas editoriais ou recomendações pontuais;
6. nosso desapreço por posições que subestimem a força humanizadora da leitura do texto literário, por sua capacidade de propiciar a experiência do deslocamento do ser humano para além de suas vivências individuais ou grupais, uma das formas relevantes para o combate à ignorância e superação dos preconceitos.
Assim sendo, a Associação Brasileira de Literatura Comparada – ABRALIC manifesta-se em defesa da liberdade de expressão e do amplo acesso dos professores e demais leitores a todas as formas de produção literária. Para tanto, consideramos da maior importância que se assegurem condições apropriadas para a formação e o exercício profissional dos professores, agentes decisivos no processo de constituição de práticas de leitura densas, fundamentais para o pleno exercício da cidadania.
Profa. Dra. Marilene Weinhardt
Presidente da ABRALIC
Gestão 2009-2011
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6 comentários:
Monteiro Lobato estaria com vergonha que um bando de asnos, para não dizer burros, estão querendo fazer com sua obra, a qual qualquer criança com inteligência e estímulo dos pais deve ler. Censurar Lobato porque ele teria algumas conotações racistas é se pegar num revisionismo barato e intolerável nos dias de abertura e igualdade.
Gerson Luis Barreto de Oliveira
Concordo com Gerson de Oliveira, o que o Lobato escreveu foi num passado bem distante. Quem tudo leva para o lado do racismo, está incentivando mais atritos em os seres humanos. Eu sou branco e já fui chamado de branquelo, alemão batata, baixinho e nunca briguei por isso, nem na infância e muito menos agora. Acho que devemos valorizar a liberdade e a democracia, dentro do respeito e da dignidade, é muito bom para o Brasil e faz bem para a ALMA.
Esses caras do CNE, não estão com nada, como passam os dias sem fazer nada agora querem mostrar serviço, qualquer dia vão querer proibir também historias do Negrinho do Patoreio, vão proibir as crianças de cantar Atirei o pau no gato..., é brincadeira isso. Já que eles estão tão dispostos a trabalhar, eu sugiro que comprem uma enxada para cada um. Com isso não prciso dizer que faço coro com o Manuelito e com o Xará.
Com referência à carta da ABRALIC que publicamos ontem, a Zero Hora de hoje, na página 6, do caderno Cultura, traz um artigo da professora Marisa Lajolo, da Unicamp, que também aborda o assunto.
Falando nisso é bom lembrar que o SC Internacional de Porto Alegre está colocando o tradicional símbolo do Saci Pererê de CACHIMBO, na geladeira... Será pelo "perigo" dos novos garotos torcedores do Inter virarem fumantes... será isso? Se não é, o que é, então?
A anarquia está, devagarinho, instalando-se. O racismo havia sido abolido em 1888, e nós BRANCOS nem lembrávamos mais.
Quem sai na chuva poderá se molhar.
E se aparecer algum político contestando também a Princesa Izabel?
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