22 de abril de 2011

The book is on the table - IX, Lavabo manus meas

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Os livros que mais me chamavam à atenção eram os de História. Não só pelas “histórias”, mas pelos mapas, pelas imagens dos países da antiguidade e dos heróis que nos eram apresentados ali. Quando avançávamos um pouco mais no Ginásio era a vez de trocar a História do Brasil pela História Geral. Estudei as duas com livros do mesmo autor: Antônio José Borges Hermida. A capa do livro de História Geral já era um espetáculo à parte. Um centurião romano com toda aquela pompa e circunstância, com uma cara de quem recém havia vencido mais uma batalha em nome de César. Não havia como não relacionar todo aquele conteúdo com os “filmes romanos”, que era como a turma chamava as “fitas” que abordavam as temáticas dos Césares de Roma, sempre relacionadas com os temas bíblicos, tipo Rei dos Reis, Quo Vadis? ou Os Dez Mandamentos. Era só aparecer um soldado de armadura e elmo que a turma já classificava como “filme romano”. Havia também (no livro ou nos filmes?) os Faraós, as pirâmides, o Tigre e o Eufrates, os piratas, Napoleão Bonaparte...    Eu desenhava tudo aquilo, os soldados romanos ou as múmias do Egito. E aprendia a História do Mundo assim, vendo o filme, lendo no livro, desenhando. Via e lia sobre a morte de um pobre rapaz nascido na palestina, que foi ignorado por Pôncio Pilatos (Lavabo manus meas), tomou um pau dos romanos e depois foi crucificado junto com dois ladrões. Mas, como ensinava a professora Terezinha, o importante era saber as causas e consequências disso tudo.

Um comentário:

olmiro muller disse...

Também fui aluno da professora Terezinha Severo, na 4ª série ginasial, 1º e 2º científico, respectivamente. Ela não adotava livro-texto, mas recomendava a leitura da "História da Civilização Ocidental", de Edward McNall Burns, Ed. Globo (de saudosa memória). Como esse livro era caro e as livrarias só vendiam por encomenda, a solução era consultarmos o livro da biblioteca pública, que ficava em frente ao cine Glória e era dirigida, na época, pela professora Elza Borba Salgado, de quem fui aluno no Grupo Escolar Silveira Martins.
Bons tempos.