E aí está a Igreja de São Sebastião de Bagé, a nossa conhecida Catedral, em mais uma colaboração do amigo Cid Marinho ao jornal Folha do Sul. Como sempre, o Gimp do JL Salvadoretti operou um verdadeiro milagre na antiga imagem captada pelas lentes do italiano José Grecco.
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4 comentários:
Prezado Vaz,
Muito obrigado, pela publicação da matéria sobre a nossa "Catedral". Agora, uma informação um tanto "indigesta" sobre o "Cerco de Bagé"... Não consta nos livros didáticos, mas aconteceu de fato! Foi, a enorme "mortandade de cães e gatos" que habitavam nas casas e pátios da área isolada pelas "trincheiras", construídas ao redor da Catedral pelos defensores da Cidade. Os animais, serviram de "alimento" para os soldados, que resistiram bravamente o assédio, feito pelos comandados de Joca Tavares. Conta-se ainda que, perto do final do "Cerco", já sem água e sem comida, o comandante dos "sitiados", coronel Carlos Telles, mandou sacrificar o seu cavalo, para também servir de "alimento" aos seus soldados. Na ocasião, a Catedral servira de "Hospital" e "Banco de Sangue" para atender os feridos. E, ao lado das suas paredes externas, eram enterrados os "mortos", durante o confronto.
Quanta intolerância e barbárie seu!
A la maula, tchê!
Cid, é um pouco -para não dizer muito- dura a tua observação. Mas, totalmente necessária à compreensão desses fatos históricos. Numa época sem muitas provisões industrializadas, de alguma maneira essa soldadama precisava se manter viva e atenta durante o períoso do famoso "Cerco". É importantíssimo teu registro para que esse detalhe não seja esquecido. Essa aí mais uma passagem omitida nos relatos oficiais. Se não foi assim... como então o pessoal se manteve durante esse tempo todo? Ponto para o Cid Marinho!
Pois, Vaz e Cid...
Procurando "amenizar" um pouco a crueza e a barbárie do fato histórico, vou levar meu escrito para o lado do "boi manso e da vida calma"... Vou tentar fazer o contraponto, nessas terríveis dualidades da Vida, ou seja: contrapor o Amor ao ódio, a Paz à guerra - insana, insaciável e deletéria! Para tanto, fazendo uma narrativa saudosa e pessoal.
A então "Matriz de São Sebastião" tem, também, um cantinho especial do "lado esquerdo" do meu peito.
Nela, fui batizado e fiz a "Primeira Comunhão"! A primeira Igreja que comecei a freqüentar, principalmente aos domingos - na missa das 9h - a então chamada "Missa das Crianças", quando comecei a estudar no "XV". E como era lindo aquilo tudo que eu via, ouvia e sentia. O coral, o Ritual belíssimo e mágico, os padres com ritualísticos e coloridos Paramentos... A missa toda rezada naquela Língua estranha (e erudita) que era o Latim... Enfim, ali, eu sentia Paz, alegria... Ouvia a palavra do padre com atenção e curiosidade. Aquelas naves com seus vitrais tão belos. As imagens dos Santos me pareciam em carne-e-osso, e o cheirinho gostoso do Incenso tinha um aroma mesmo Divino! E a beleza da "Pia Batismal", então? Tanta gente, tanta coisa e mesmo tanto som me vem à memória... Vocês nem imaginam!
Meus amigos: os tempos mudaram demais e demasiadamente... para pior! Fico aqui a matutar que ia ao "Grupo Escolar" todos os dias e que, aos domingos pela manhã, ainda ia à missa... E não achava ruim e nem tinha preguiça, pelo contrário, eu até gostava! Ia a pé e nem me cansava - não tinha preguiça de ir à escola ou à igreja. E, assim, meu tempo-guri correu e, na tarde ensolarada de um belo sábado - de 1956 - me formei no "Curso Primário" do meu Querido "Grupo Escolar XV de Novembro". O evento ocorreu no salão da Casa Paroquial, ao lado da Igreja. Meus pais, parentes e amigos felizes e sorridentes e um miúdo "indiozito" também. Na volta, antes de rabrir o armazém, o pai e a mãe me chamaram, me disseram umas palavras de pai e mãe, me abraçaram, me beijaram e me entregaram meu presente "por merecimento": uma máquina de escrever que tenho até hoje e que "viverá" enquanto eu viver - depois, realmente não sei... Meus pais que sempre compravam revistinhas, almanaques e livros, para mim, agora me estimulavam - sem saber, é claro - o coração poeta para o Sublime e Dorido ato de escrever...
Ah, muito bati nas teclas daquela maquininha, que é uma "relíquia" que não tem preço - mas tem as marcas de minhas garatujas e a identidade de meus precoces suspiros d'Alma - com certeza!
Cid e Vaz: qualquer dia, bato uma foto ou duas daquela preciosidade "Verde" - porque ela é verde-escuro e a marca é "Pátria" - e nunca foi ao "doutor" porque nunca adoeceu, (graças a Deus...rs...), e envio para vocês.
Bem meus amigos, é um pouquinho do que posso contar, motivado pela foto do nosso Grande Cid - focando, com estas "pinceladas" pessoais e reminiscentes, nossa "Catedral de São Sebastião", à qual me sinto espiritualmente ligado para sempre!
Abração aos dois!
JJ!
JJ, exigimos não só a foto da máquina, mas também uma crônica escrita NELA...
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