Chuva Passageira
Marcelo Freda Soares
Deve ter ficado em alguma cadeira, quem sabe no canto da padaria.
Tanto trabalho com o cabelo, a melhor roupa e o asseio
- lama, vem e me chama;
era tudo que eu não queria.
Poça, pedra, ladeira,
rogo que passe ligeiro;
entorse, torce a perna, mau jeito,
braço, dor e cotovelo.
O meu era simples e negro; carregá-lo ajudaria.
O dela florido e bonito, tão diverso deste clima.
Antes de mim - o sol primeiro,
antes do encontro, o fim do dia.
.
5 comentários:
Mais uma maravilha de sensibilidade extrema. Parabéns!Também nunca tenho um guarda-cuva a mão quando preciso.
Maria Cristina, grato pela dica, retirei dos blogs que sigo o que estava com problemas na origem.
Como sempre Marcelo com suas pitadas epifânicas do cotidiano... Ele nos faz ver as invisibilidades. Marcelo, Senti na tua escrita um tom de desejo de "entrar na chuva pra te molhar..."
Eu?!
Muito bom mesmo ! Manda mais!!!
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