28 de setembro de 2011

Os guarda-chuvas do amor - XIII, Chuva passageira


Chuva Passageira
Marcelo Freda Soares

Deve ter ficado em alguma cadeira, quem sabe no canto da padaria.
Tanto trabalho com o cabelo, a melhor roupa e o asseio
- lama, vem e me chama;
era tudo que eu não queria.

Poça, pedra, ladeira,
rogo que passe ligeiro;
entorse, torce a perna, mau jeito,
braço, dor e cotovelo.

O meu era simples e negro; carregá-lo ajudaria.
O dela florido e bonito, tão diverso deste clima.
Antes de mim - o sol primeiro,
antes do encontro, o fim do dia.
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Publicado no Blog da Morsa
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5 comentários:

Maria Cristina Fabres disse...

Mais uma maravilha de sensibilidade extrema. Parabéns!Também nunca tenho um guarda-cuva a mão quando preciso.

Luiz Carlos Vaz disse...

Maria Cristina, grato pela dica, retirei dos blogs que sigo o que estava com problemas na origem.

Lucia disse...

Como sempre Marcelo com suas pitadas epifânicas do cotidiano... Ele nos faz ver as invisibilidades. Marcelo, Senti na tua escrita um tom de desejo de "entrar na chuva pra te molhar..."

Camafunga disse...

Eu?!

Madalena Dias disse...

Muito bom mesmo ! Manda mais!!!