28 de julho de 2010

Dois capacetes, dois amigos, 42 anos...

Um DKW Belcar fazia parte do "apoio" da nossa equipe

Os anos sessenta foram pródigos em gincanas. Ginkana (a nossa era assim mesmo, grafada com k) é uma competição entre equipes ou grupos, que devem resolver problemas e enigmas em espaços de tempo limitados. Além de enigmas e problemas, outras tarefas como localizar e trazer até a “base”, objetos raros, coisas meio únicas, difíceis de encontrar. Dependendo da dificuldade de cumprir a tarefa, a pontuação varia. Quando essa atividade é apoiada ou promovida por uma emissora de rádio, o prato está pronto, servido e quente! Foi assim no dia 28 de julho de 1968. A Rádio Cultura de Bagé, durante todo dia, transmitiu ao vivo as tarefas para uma grande gincana que aconteceu na cidade. A movimentação durou o dia todo com a transmissão ao vivo das tarefas a serem cumpridas. Várias equipes, que adotavam nomes “criativos” para a época, como Equipe Nico, Equipe Nós, Uma Brasa, Mora?... movimentaram a cidade e famílias inteiras na tarefa de ajudar a resolver os “enigmas” e a encontrar os tais objetos raros. Lembro que uma tarefa era “levar na próxima meia hora um capacete alemão usado na 2ª guerra...” e lá foram as equipes a cata dos velhos ex-combatentes da FEB que moravam em Bagé para pedir emprestado as tais relíquias. Ao final, ninguém resistiu a uma foto para a posteridade com os tais capacetes... Não lembro o nome da equipe em que participei, mas lembro bem, sim, que eu e o Salvadoretti fizemos parte dela juntos. Claro, ao final, colocamos também os capacetes e batemos a foto, e isso já faz 42 anos. Exatamente 42 anos! Foi no dia 28 de julho de 1968, e para mim é como se fosse hoje, até porque, segundo Zuenir Ventura, esse foi o ano que não acabou...

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3 comentários:

Léli disse...

Adorei o texto!!!!!!
Beijão

Hamilton Caio disse...

Um foto muito especial, uma janela para o passado, para a adolescência dos anos 60. O valor documental dessa fotografia é inestimável. Um jogo muito usual naquele tempo, a ginkana. O Vaz e o Salvadoretti usando os capacetes alemães da 2a Guerra, fazendo pilhéria com a saudação nazista (mostrando conhecimento da História), me levam a uma reflexão imediata: mesmo com a TV local ainda engatinhando naquele ano, o grande veículo da comunicação de hoje, a juventude dequelas décadas era muito mais informada do que a de hoje, da era da internet. E as consequências desse fato vemos hoje aqui bem estampadas ... Até o momento eu só encontrei uma solução para compensar isso: educação e informação que começam no seio da família. A Escola, logicamente, é o complemento.

J.L. disse...

Com certeza, Hamilton... na época, sem Internet ou TV por assinatura, nossas maiores fontes de informação eram a família e a leitura - líamos até embalagem de Melhoral!... E fica aqui meu agradecimento a todas as nossas professoras de História, em especial a professora Teresinha Severo, que me fizeram compreender a necessidade de de conhecer o passado para entender o presente.