8 de julho de 2010

A taça do mundo é nossa! – XXI, Um Penta de olheiras

Simplicidade de traços no cartaz asiático

Bem, se a solução para ganhar uma copa é ter craques, cadê os nossos craques para a "copa do Japão?" O Romário era da copa de 94, o Ronaldo estava com o joelho, de novo, fora do lugar... tinha o Rivaldo, o Ronaldinho Gaúcho novinho, o Cafu, o Roberto Carlos... Mas também precisaria um técnico profissional, nada de chamar ex-jogador. E foi uma dança das cadeiras na seleção que se preparava para uma copa que seria disputada em dois países: Coréia e Japão. Coisas da FIFA para ficar bem com todo o mundo. A primeira copa na Ásia. Depois de experimentarem vários nomes manjados do eixo Rio São Paulo, chamaram o Felipão. A trajetória vitoriosa dele no Palmeiras apaziguava a crônica esportiva do centro do país que não gosta muito de nada que venha do Rio Grande do Sul. Só da carne. Só do vinho. Só das Top Models. Só do arroz. Só do camarão. Só dos cavalos PSI. Só do... bem, digamos que eles nos acham muito diferentes do resto do país. Acham que temos alma castelhana, mesmo sem saber o que isso significa. E o Felipão era tudo isso e um pouco mais. E fazia questão de ter o grupo na mão. No último jogo da fase classificatória contra o Uruguai em pleno Centenário, o goleiro pegou uma bola quase sentado dentro do gol, mas o árbitro não deu... empatamos, classificamos, mas não com uma boa colocação. O Baixinho infernizava na concentração e o joelho do Ronaldo não ia para o lugar. Luis Felipe Scolari não estava gostando muito disso tudo. Ninguém esquecia Zidane e a confusão do vestiário na final de 98. Que tarefa! Mas fomos para lá tranqüilos, a trotezito no más, com o Felipão comandando a família Scolari. Sem Romário. Mas com o craque Ronaldo de joelho recauchutado. Era uma copa de madrugadas. Jogos em horários complicados em função do fuso horário. A campeã França foi logo na primeira fase para casa. A Argentina também. Nossos adversários eram Coréia, Turquia... Fomos indo e chegamos à final contra a Alemanha. Seria o jogo da década. Seria? Batemos os alemães facilmente por 2x0, com Ronaldo alcançando, naquela partida, uma artilharia de oito gols numa só copa, coisa não vista há muito tempo. Mas o penta, que seria uma grande emoção, não foi nem parecido com o tetra da decisão sofrida e emocionante de 94. A maioria dos brasileiros ajeitou o travesseiro, virou o assado, e foi compensar o sono de muitas noites mal dormidas, sem perceber que agora eram penta campeões mundiais de futebol. Sem perceber, quem sabe, que quando se tem um craque, mesmo com o joelho remendado, é possível ganhar uma copa do mundo de futebol. Sem teorias, sem esquemas mirabolantes e sem medo do futebol força dos europeus. Só com a ginga e a malícia dos craques produzidos aqui, na verdadeira terra do futebol.

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Fonte FIFA e arquivo de jornais

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(continua)

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