Chegamos a copa da Espanha já amargando mais de uma década sem o título da FIFA, sem ganhar uma vezinha que fosse a nova Taça FIFA que passou a ser disputada a partir de 1974, na Alemanha. Uma nova geração de craques mostrava ao mundo suas caras. Platini, Maradona, Rummenigge, Tiganá, Paolo Rossi. No Brasil tínhamos Zico, Sócrates, Cerezzo, Falcão, Júnior... uma constelação de craques. Com a guerra das Malvinas, seleções do Reino Unido esboçaram um boicote, mas a Rainha colocou tudo em ordem chamando à responsabilidade os jogadores da Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Na certeza de ter o melhor técnico, o melhor grupo de jogadores e o melhor esquema de jogo, começamos arrasando. Júnior, o atleta compositor, escreveu e gravou um sambinha que intitulou de Povo Feliz, mas que ficou conhecido popularmente como “Voa canarinho”. A tal música vendeu muito antes e durante esse período de goleadas e tocava sem parar no rádio e na TV. Era a certeza do título. A Itália era um fiasco completo. Na fase inicial, empatou com a Polônia em 0x0, com o Peru em 1x1. Na última partida, jogando com a estreante seleção de Camarões, não passou também de 1x1. Empatada com Camarões em tudo, classificou-se em segundo lugar no grupo A pois havia marcado, em toda a primeira fase, dois gols, e Camarões apenas um. As apostas todas voltavam-se apenas para o Brasil. O canarinho ia voar! Então veio a fase seguinte. Despachamos a Argentina num 3x1 fácil. O próximo passo era fazer o mesmo com a fraquíssima Itália. Foi na tarde de 5 de julho de 1982 que Paolo Rossi acordou! O Brasil que só precisava empatar, foi fazendo isso. Rossi fez 1x0, Sócrates empatou. Rossi fez 2x1, Falcão empatou. Rossi fez 3x2... e faria tantos quantos precisasse fazer. O Estádio Sarriá via atônito a fraca, fraquíssima seleção italiana bater a seleção que jogava bonito, que tinha os melhores jogadores, arrumando as malas e voando para casa como o "canarinho" do Júnior. E a Itália não parou mais. Foi vencendo todas, acordada que tinha sido pelo seu herói Paolo Rossi. Acabamos indo para a final, mas com o árbitro Arnaldo Cesar Coelho que colocou na súmula: Itália 3, Alemanha 1. Mas, para preencher a súmula não havia taça. Só um belo cachê. Quando Coelho chegou ao Brasil, o canarinho, cabisbaixo, já estava na gaiola há horas...
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Fonte FIFA e arquivo de jornais
(continua)
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